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Mostrando postagens de maio, 2023

Veranico de maio edição 2023

1. E na semana passada tivemos nosso veranico de maio, versão 2023. Nossa tradição outonal esteve de volta.  Não é que seja assim um “verão” em maio. É mais um calorzinho gostoso, eventualmente excessivo, para os momentos de temperatura mais elevada do dia, isto é, um calorzinho no início das tardes.  Mas como é outono, faltando cerca de um mês para o inverno, o calor não se sustenta. Assim, à medida que o Sol se aproxima do poente, o frio vai retornando, trazendo mínimas, às vezes, próximas de dez graus (dez graus na escala Celsius, que é a que usamos como padrão no Brasil). Então, não é assim um verão, mas permite aproveitar momentos de calor sob o sol do início da tarde.  No final da semana, uma frente fria veio restabelecer dias nublados, com chuvas ou chuviscos, e temperaturas mais baixas. Outono em Porto Alegre.  2. Infelizmente na semana passada perdemos Tina Turner.  Ela estava com 83 anos. Tina viveu muitas vidas. Cantora no coro da igreja na infância. Depois “backing vocal” (

Hebdomadário boêmio masterclássico stanislawiano – capítulo XII

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A nova masterclass da Oficina Literária Santa Sede, a edição de 2023, começou dia 9 de março.  Relatei isso antes. A edição deste ano homenageia Stanislaw Ponte Preta, alter ego, por assim dizer, do jornalista Sergio Porto. No dia 24 de maio continuaram as leituras das crônicas que irão compor um livro e um saite (ou blogue). Sobre o capítulo XI, na semana passada, o Ed comentou que o texto desceu a minúcias. Nem tanto. Esqueci de citar que nosso pajador, Felipe Basso, fez uma declamação emotiva em 17 de maio. Felipe inclusive me autorizou a publicar o que consegui captar de seu ato .  Seguindo... Quando cheguei ao Apolinário naquela noite estavam à mesa, além do Rubem, o Altino, o André, o Kauer, o Edgar (aka Ed), e a Vivi. Depois não chegaria mais nenhum cronista. Edgar foi o primeiro a partir.  Noite sem futebol nas telas de TV do Apolinário. O que pode inclusive ser um alívio, dependendo de para quem você torce. Continuamos com um prato de bateria sobre a mesa. Procure por “tu dum

Uma semana de outono ameno em Porto Alegre, 2023

Esta semana foi uma amena semana de outono em Porto Alegre. Amena semana de outono em Porto Alegre. Repito porque dizer “esta semana foi uma amena semana de outono em Porto Alegre” parece um travalíngua. Esta semana foi uma amena semana de outono em Porto Alegre.  Basicamente o que eu imagino que o outono devesse ser. Amanhecer frio, temperaturas aumentando até o início da tarde (em antigas previsões de tempo em radiojornais lembro do locutor dizendo que “a temperatura irá aumentando no decorrer do período”. O período seria o dia, não?), e voltando a esfriar no final da tarde, início e decorrer da noite.  Não seria isso o que imaginamos para um dia de outono por aqui? Uma semana de dias ensolarados. Uma semana sem chuva. Sem frio intenso. Sem passagem de massas de ar polar pela região.  Quem quisesse se aventurar ao litoral, talvez pudesse até entrar no mar no momento mais quente do dia. Embora eu ache que dificilmente alguém tenha feito isso.  A guerra no leste da Europa continua. A g

Hebdomadário boêmio masterclássico stanislawiano – capítulo XI

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A nova masterclass da Oficina Literária Santa Sede, a edição de 2023, começou dia 9 de março.  Relatei isso antes. A edição deste ano homenageia Stanislaw Ponte Preta, alter ego, por assim dizer, do jornalista Sergio Porto. No dia 17 de maio continuaram as leituras das crônicas que irão compor um livro e um saite (ou blogue). Quando cheguei ao Apolinário naquela noite estavam à mesa, além do Rubem, o André, o Gian, o Felipe, o Edgar, a Silvia e o Tiago. Depois chegariam o Altino e o Ronaldo. Depois chegaria a Carol. Quando a Carol chegou, o Edgar partiu. Vivi não compareceu, informou que estava resfriada. Falar que alguém está resfriado sempre me relembra Gay Talese e sua reportagem sobre Frank Sinatra. Pelo menos agora posso dizer que li a tal reportagem paradigmática. Está republicada aqui no Brasil no livro Fama e Anonimato, uma coletânea de reportagens desse jornalista.  No início daquela noite o Grêmio FBPA enfrentaria o Cruzeiro de Belo Horizonte, pela Copa do Brasil; empataria e

Uma ilha e uma rainha

Dois eventos foram muito marcantes nestes dias que passaram.  O primeiro foi que uma ilha no Atlântico Norte resolveu coroar seu novo rei.  Essa ilha resolveu se separar da Europa faz não muito tempo.  Faz ainda menos tempo que a soberana desta ilha faleceu, após um longuíssimo reinado. De fato o mais longo dessa ilha.  Lembrei do tempo em que o Brasil fez um plebiscito para decidir se queria continuar república ou voltar a ser um reino. Na época alguém evocou a fábula de Esopo sobre os sapos pedirem um rei a Júpiter. Deve ter sido algum francês a fazer essa troça. Devo dizer, contra mim mesmo, que eu era pelo reinado. Ilusão juvenil de estabilidade política. A ilusão que a estabilidade politica poderia ser imposta a partir do regime de estado.  A coroação do novo rei me relembrou essa fábula de Esopo.  Por outro lado, um jornal de São Paulo publicou longa reportagem sobre como deveriam ser os ritos da tal coroação . Primeiro parecia que a reportagem explicando a coroação não teria fim

Hebdomadário boêmio masterclássico stanislawiano – capítulo X

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A nova masterclass da Oficina Literária Santa Sede, a edição de 2023, começou dia 9 de março.  Relatei isso antes. A edição deste ano homenageia Stanislaw Ponte Preta, alter ego, por assim dizer, do jornalista Sergio Porto. No dia 10 de maio continuaram as leituras das crônicas que irão compor um livro e um saite (ou blogue). Quando cheguei ao Apolinário naquela noite estavam à mesa, além do Rubem, o André, o Altino, a Silvia, a Vivi e o Tiago. Naquela noite o S. C. Internacional enfrentava o Athletico Paranaense, pelo Campeonato Brasileiro de Futebol 2023 (placar final, o Internacional perdeu: 0 x 2). Depois chegaria o Magnus. Depois chegaria o Ronaldo. Por fim chegaria a Carol. E sairia o André.  Aquela noite foi a da estreia de um prato de bateria sobre a mesa. Consequência de uma brincadeira do André outra noite, com uma sonoplastia no seu celular, para eventuais piadas. Procure por “tu dum tss” nos buscadores da internet (pode ser que a resposta venha como “ba dum tss”).  Dito iss

Diário – leituras – A Dor Mais Afiada

A Dor Mais Afiada, de Luís Dill, é um livro que contém uma novela que se destaca mais pela forma que pelo conteúdo. Conta a história de Douglas, que decidiu assassinar sua mulher, e as consequências desta decisão, e do ato decorrente.  A forma que Luís Dill escolheu foi a de contar sua história em mil capítulos; cada capítulo com três linhas, às vezes quatro.  Desta forma, o capítulo cinco, por exemplo é assim:  “Semana passada decidi matar minha mulher. Espera, espera, agora talvez eu esteja indo longe demais.” Como dito, é o capítulo cinco.  Então, somos apresentados ao que vai acontecendo. Como o crime aconteceu, porque. E as consequências. O autor alterna o presente de Douglas, com suas recordações. Sua família, as mulheres que passaram (e passam) por sua vida.  Douglas é um sujeito bronco, vindo de uma família desajustada.  E à medida que o livro avança, parece que mais desajustes se apresentam.  É um bom livro, deste autor conhecido nos meios literários de Porto Alegre.  DILL, Lu

30 dias sem Barbara Sanco

Sexta-feira passada foi 5 de maio de 2023.  Já se passou um mês desde que Barbara se foi. Um mês, irremediavelmente, sem ela. Eu costumava lamentar os longos períodos em que ela se recolhia por conta dos constantes problemas de saúde. Eram dias que ela não se deixava encontrar. Eram dias de espera. Espera que sua saúde melhorasse. E por conta disso, seu estado de espírito. Dias, semanas de espera.  Espera e esperança. Como dito, esperança de dias melhores. Esperança de reencontro.  5 de abril veio a fatal notícia. Não mais esperança de reencontro. A não ser, talvez, em uma outra vida.  Por enquanto não mais gostosos abraços apertados, não mais sorrisos cúmplices.  Só saudades.  Vou reproduzir abaixo os poemas que fizemos em nosso livro, Ménage Atroz, para o título "Vida" (o da Bárbara foi lido em seu velório). Vida Por Barbara Sanco: Não há adeus real É só um até logo Pra quem é imortal Por Claudia Lobato: Tempo breve De rir e chorar Pra quem é mortal Por mim: O suspiro de qu

Hebdomadário boêmio masterclássico stanislawiano – capítulo IX

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A nova masterclass da Oficina Literária Santa Sede, a edição de 2023, começou dia 9 de março.  Relatei isso antes. A edição deste ano homenageia Stanislaw Ponte Preta, alter ego, por assim dizer, do jornalista Sergio Porto. No dia 3 de maio continuaram as leituras das crônicas que irão compor um livro e um saite (ou blogue). Quando cheguei ao Apolinário naquela noite estavam à mesa, além do Rubem, o André, o Gian, o Felipe, o Edgar e o Altino. Naquela noite o S. C. Internacional enfrentava o Nacional do Uruguai, pela Taça Libertadores 2023 (placar final: 2 x 2). O Felipe sairia em seguida. Depois sairia o Edgar. Depois chegaria o Ronaldo. Depois chegaria o Magnus. Por fim chegaria a Carol. Naquela noite, quando cheguei havia um prato de aipim frito sobre a mesa. Ele foi comunitariamente consumido. Depois o Wagner, um dos garçons, trouxe outro prato de aipim frito. Foi como uma espécie de epifania. Se a Sede é Sagrada, pois Santa, nunca foi necessário que o Rubem, vendo os diversos copo