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Mostrando postagens de outubro, 2015

Alternativas

Alternativas Ali estava eu, ouvindo as palavras da médica. O escritório era até aconchegante. Móveis de cerejeira, livros na estante atrás da cadeira da doutora, foto dos netos. Carpete simples. Janelas que davam para a rua, e não para a parede de outro prédio. - Glicose: um pouco acima, mas controlada. Vamos manter a dose do remédio via oral. Um comprimido à noite, e outro pela manhã. A hemoglobina glicada indica que a estratégia está funcionando. Cada item era pontuado por uma pequena pausa. - O colesterol ruim está dentro dos parâmetros, com a ajuda da dessa dose de estatina. - Os índices da tireoide estão bons. - Os índices da vitamina D também estão bons com esta dose suplementar que a senhora está tomando. - Agora vamos olhar esta ecografia abdominal... É. Tudo bem. Nenhum problema detectado nos rins ou na bexiga. Nenhum problema sério no fígado, a não ser este pouco de gordura, a tal esteatose, que muita gente tem. - Por fim, vamos ver a mamografia... É,

Diário - leituras - Santa Sede 6: crônicas de botequim

Diário - leituras - Santa Sede 6: crônicas de botequim PENZ, Rubem (Org.). Santa Sede 6: crônicas de botequim. Porto Alegre: Buqui, 2015. Dediquei meus recentes dias à leitura do livro "Santa Sede, crônicas de botequim, safra 2015". É um livro com 81 crônicas, de nove autoras diferentes, Bruna Marçal Cabrera, Marta Leiria Leal Pacheco, Patrícia Franz, Ana Paula Vieira de Moraes,Andrea Troller Pinto, Joana Narvaez, Maria Lúcia Meirelles, Ana Luiza Tonieto Lovato e Paula Luersen, resultantes da oficina de crônicas "Santa Sede", ministrada pelo escritor Rubem Penz, em um bar na Cidade Baixa. Essas oficinas ocorrem desde 2010, no mesmo bar. Rubem Penz é publicitário, escritor, em especial cronista, e possui coluna semanal no Jornal Metro de Porto Alegre, às terças-feiras. Já publicou alguns livros, um deles já resenhado aqui . Esta edição da oficina, como é possivel constatar teve a peculiaridade de ter apenas mulheres oficineiras, gerando uma sé

Um bar muito cheio

Um bar muito cheio (Relembrando a noite de autógrafos no Apolinário - 15/10/2015) Eu não costumava ser frequentador de noites de autógrafos, mas de um tempo para cá, comecei a ir em algumas. Houve inclusive uma ocasião em que cheguei com uma semana de antecedência . Dito tudo isso, havia uma noite de autógrafos para ir novamente, quinta-feira passada (15/10/2015). O livro que estava sendo autografado era o volume seis das Crônicas de Botequim - Santa Sede (ou será que seria Santa Sede - Crônicas de Botequim, enfim...), livro de crônicas resultante da oficina ministrada pelo Rubem Penz, no bar Apolinário, na Cidade Baixa. Ir ou não ir? Ir. Afinal eu era aluno e ex-aluno dessas oficinas. Outros oficineiros combinaram de ir. Então vamos. Para variar era uma noite relativamente quente de primavera em Porto Alegre. Além disso, eu chegaria lá quente, pois seria uma caminhada longa, desde o centro da cidade até o bar. É cansativo subir a Marechal Floriano.

O Guaíba se movimenta

O Guaíba se movimenta O Guaíba é o nosso rio, o rio que banha Porto Alegre. Chamo rio porque sentimentalmente ele me continua sendo um rio. Sei que nos últimos quarenta anos ele foi de rio a estuário, e de estuário a lago. Mas para alguns de nós, porto-alegrenses de certa idade, ele será sempre um rio, mesmo que isso seja inexato geograficamente. Tanto que o Werner Schunemann o chamou de "Lago Rio Guaíba" no programa do Jô. Gostamos de acreditar que o Guaíba nos proporciona o mais belo pôr do sol do mundo. Como ouvi um dos componentes do Madredeus falar do Tejo em um filme, o Guaíba é nossa herança. Me banhei no Guaíba na minha mais tenra infância. Ainda não havia ciência da poluição do rio. Depois novamente na adolescência, inconsequência da idade, óbvio. E hoje em dia, penso que tenho uma visão privilegiada do rio, quase diariamente. Trabalho num prédio, de onde posso vê-lo. O Guaíba é uma imensidão de água, sacia a sede da cidade. E eu sempre

Diário - filmes antigos - Fargo

Diário - filmes antigos - Fargo Por estes dias, tive a ocasião de ver o filme "Fargo" ("Fargo", Estados Unidos, 1996), dos irmãos Coen, que deu o Oscar de melhor atriz a Frances McDormand. É um estranho filme que mistura momentos de tensão e violência, violência extrema por vezes, com um certo humor "non sense". Fargo é uma cidadezinha de Dakota do Norte, no meio oeste dos Estados Unidos, onde tudo começa. Um homem, Jerry Lundergard (William H. Macy), casado com a herdeira de um empresário da região, e cansado do papel subalterno que seu sogro lhe reserva, contrata dois criminosos para sequestrarem a mulher dele, e dividirem o resgate, isto é, ele dividir o resgate com os criminosos. Ele entrega aos criminosos um automóvel da concessionária em que trabalha, e aparentemente tudo fica combinado. As coisas começam a dar errado quando, após o sequestro, um patrulheiro rodoviário intercepta os bandidos, por causa da placa irregular do automóv

Diário - cinema - Perdido em Marte

Diário - cinema - Perdido em Marte "Perdido em Marte" ("The Martian", Estados Unidos, 2015) é um filme no qual Matt Damon interpreta Mark Watney, um astronauta que é deixado em Marte pelo resto da equipe da qual ele faz parte, quando esta se sente compelida a abandonar o planeta por conta de uma tempestade ameaçadora. Isso acontece porque durante esta retirada, Watney é atingido por um objeto lançado pela tempestade, e os sensores de seu traje espacial transmitidos aos seus colegas indicam que ele morreu. Deixado no planeta, ele verifica o que tem de suprimentos, e o que ele pode fazer com eles para tentar sobreviver até uma próxima expedição para Marte. Enquanto isso, na Terra, a NASA primeiro celebra um funeral bonito para Watney, depois descobre que ele permanece vivo no planeta vizinho, e fica pensando o que pode ser feito para resgatá-lo, o que pode passar pela tripulação que havia deixado ele para trás. É um filme muito legal porque Matt Dam

Se passam os dias, 23/10/2015 - 61ª Feira do Livro de Porto Alegre

E mais dias se passam. A estrutura da Feira do Livro vai sendo montada em Porto Alegre. Sera a 61ª edição neste ano de 2015. Vai acontecer de 31 de outubro a 15 de novembro. Provavelmente com mais chuva do que de costume. Sendo que a chuva costumeira não é pouca.

Se passam os dias - 20/10/2015

Se passam os dias - 20/10/2015 Descuidar do blogue é ver que se passaram quinze dias desde a última postagem, quase sem que a gente percebesse. Até se escreve, mas não se publica, pois sempre é preciso fazer algo mais importante. Quinze dias. Nesse meio tempo, o Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, virou um zumbi político; o Guaíba transbordou seu leito, embora bem de leve; e o glorioso Brasil de Pelotas conseguiu classificação à série B do campeonato brasileiro de futebol. A primavera continua chuvosa, com surpreendentes noites frescas, quase frias. A vida continua... 20/10/2015.

Porto Alegre está menos ansiosa

Porto Alegre está menos ansiosa Porto Alegre está menos ansiosa por estes dias, menos temerosa. Os rumores de assaltos e arrastões diminuíram. De quebra não tem havido nenhuma revolta em bairros pobres, como aconteceu na semana passada. A cidade vive dias de menos insegurança. Ou seja, voltamos ao normal estranho. Tivemos pico de insegurança por conta do parcelamento de salários dos policiais do estado. A polícia civil resolveu parar, e a polícia militar anunciou aquartelamento. Na prática, o que a população pensou sentir foi uma diminuição do policiamento ostensivo nas ruas, com um súbito aparente incremento dos assaltos à mão armada. O comércio fechou mais cedo em alguns dias, e as pessoas procuravam não sair de casa, inclusive cursos noturnos liberaram alunos mais cedo. Agora voltamos ao normal estranho, como eu disse. Continuam os assaltos. Há notícias de assassinatos, principalmente na periferia, que a polícia frequentemente diz que são assoc

Medo, tristeza, angústia

Medo, tristeza, angústia Medo! Tristeza! Angústia! Ontem assaltaram dois colegas na Rua da Praia. Dizem que foi arrastão. Intimidaram com uma pistola. Ontem a polícia militar matou um rapaz no Bairro Santa Tereza. Alegaram que houve tiroteio. Os moradores da região negam. O tiro foi nas costas. A morte gerou revolta e os policiais ficaram sitiados. O batalhão de choque teve que vir resgatar os policiais. Um ônibus foi incendiado. A fumaça podia ser vista de longe. Ontem houve notícias de arrastões na Rua Voluntários da Pátria, uma rua de comércio popular, e muito movimento de pedestres, próxima de pontos de ônibus. As notícias dão contam de mais de dez meliantes juntos fazendo o arrastão, levando carteiras e celulares. Dizem que demorou até a polícia aparecer. A polícia sofre com o parcelamento de salários. De maneira que a população fica na incerteza do policiamento. Estamos com mais medo. Estamos com mais medo que normalmente temos, quando os polici

Pequena crônica de mais um dia de medo

Pequena crônica de mais um dia de medo Dizem que a cidade, em especial a cidade grande, é como uma selva. Ninguém sabe o que vai encontrar se resolver sair de casa. A frase é um chavão antigo. Não lembro onde li, ou de quem ouvi (ouvi ou li?). Claro, é diferente, pegar o ônibus é ir ao centro de uma cidade, e vagar numa selva real. Acho que eu teria mais medo numa floresta habitada por predadores, que numa grande cidade. A grande cidade não se define por seu grande território, mas por sua grande população. Porto Alegre é uma grande cidade. Um e meio milhão de habitantes. Três milhões na sua região metropolitana. Gente pra caramba. Porto Alegre é a capital do Rio Grande do Sul, um estado onde as pessoas gostam de invocar tradições, e prezar um certo separatismo, que muitos pensam que faria dos gaúchos melhores, ou mais cultos, ou seja lá o que for que os demais brasileiros. Claro. Qualquer um gosta de achar que é o bom, que é o melhor. É sempre necessário um choque de r