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Mostrando postagens de março, 2023

Diário – leituras – TikTextos

TikTextos é um livro com uma série de textos bem curtos. Como já apresenta na capa, "minicontos, haikais, poetrix, aforismos e outros textos brevíssimos". Se trata de uma coletânea com cerca de quarenta autores diferentes.  O Marcelo Spalding (organizador do livro, proprietário da editora e também proprietário de um curso de formação de escritores como o mesmo nome da editora) costuma lançar mais ou menos periodicamente coletâneas. Nessas coletâneas ele incentiva os escritores formados por seu curso, dando oportunidade para esses e outros escritores serem publicados em livro.  Participam dessas edição alguns caros amigos: Ana Mello (miniconto e poetrix); Jacira Fagundes (miniconto e poetrix); Marcelo Spalding (minicontos e poetrix); Maurício Schames (minicontos); e Rubem Penz (aforismos).  Em geral são textos tão curtos que os minicontos de Maurício Schames, de cerca de meia página cada um, parecem longos.  Decorrência do período da peste, isto é, da covid-19, imagino eu, ess

Hebdomadário boêmio masterclássico stanislawiano – capítulo III

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A nova masterclass da Oficina Literária Santa Sede, a edição de 2023, começou dia 9 de março.  Relatei isso antes. A edição deste ano homenageia Stanislaw Ponte Preta, alter ego, por assim dizer, do jornalista Sergio Porto. Na dia 22 de março, continuaram as leituras das crônicas que irão compor um livro e um saite (ou blog).  Quando cheguei ao Apolinário naquela noite, o Felipe e o Tiago estavam sentados junto à uma mesa na calçada em frente ao bar.  À mesa da Santa Sede àquela hora, além do Rubem, apenas a Silvia e o André. Um pouco depois o Felipe e o Tiago vieram se juntar a nós. Mas apenas muito brevemente. Em seguida sairiam. Como também sairia o André. Em seguida, também, chegaria o Ronaldo. E esse foi o quórum daquela noite.  Quando cheguei, o Rubem perguntou por que eu não tinha trazido o Felipe e o Tiago para dentro. He, he, he, he… Parecia que Rubem, André e Silvia estavam em uma espécie de intervalo entre o final da turma das dezoito horas e o início da das vinte.  Quando F

Saint Patrick's Day 2023 – Nos dê motivos para beber e beberemos

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Eu não tenho certeza sobre quando as comemorações do Saint Patrick's Day (falar Saint Patrick's Day soa bem mais chique que Dia de São Patrício) se tornaram populares aqui em Porto Alegre. Comemorar o dia do patrono da Irlanda em Porto Alegre, que fica há dez mil quilômetros de Dublin, é coisa recente.  Eu devo ter ouvido de algum colega que comemorou a data até cair, em uma cervejaria, acho que ali por 2015.  Não creio que tenha a ver com a superpopularidade do U2 (o grupo de rock, não o avião espião), embora isso possa ajudar.  Acho que há dois fatores principais.  Um seria a ampliação do número de pessoas que usam o inglês como segunda língua. Meu filho, por exemplo, passou por um intercâmbio na Irlanda. E o curso pelo qual ele passou, é dos mais populares do mundo para quem quer imergir no idioma.  O segundo fator, que eu imagino mais importante, é o surgimento de tantas fábricas de cerveja, chamadas de artesanais. Esses relativamente pequenos negócios promovem todo tipo de

Hebdomadário boêmio masterclássico stanislawiano – capítulo II

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A nova masterclass da Oficina Literária Santa Sede, a edição de 2023, começou dia 9 de março, como já relatei. Também já disse que a edição deste ano homenageia Stanislaw Ponte Preta, alter ego, por assim dizer, do jornalista Sergio Porto. Na quarta-feira seguinte, dia 15 de março, começaram as leituras das crônicas que irão compor um livro e um saite (ou blog). É todo um processo, porque teremos quatorze visões de cada um dos cinco personagens com os quais trabalharemos.  Quando cheguei ao Apolinário naquela noite, o Edgar estava saindo.  À mesa da Santa Sede àquela hora, além do Rubem, o Altino, o Gian, o Kauer, a Vivi, o Tiago, a Silvia e o Ronaldo. Depois de mim ainda chegou a Carol. Quando cheguei a turma comentava o texto do Gian, que acabava de ser lido. Na sequência leram o Ronaldo e a Carol.  Levei dois textos mas não pude ler nenhum. A aula estava terminando.  Agora o Rubem aderiu ao transporte coletivo (ainda que em ônibus seletivo), e ainda não tinha certeza do horário que

O verão deveria estar morrendo em Porto Alegre mas o verão não está morrendo em Porto Alegre

“Estábamos los dos mirando el mar cuando la tarde moría, como moría lo nuestro, juro, que no lo sabía.” Já faz um tempo que este blogue não se traveste de obituário. O mais recente comentário a respeito de falecimento foi sobre Glória Maria, e lá se vai mais de mês.  Não que as pessoas não continuem morrendo. Infelizmente continuam.  Nos últimos tempos, as mortes que mais me doeram foram as de Just Fontaine (18/08/1933-01/03/2023) e Sueli Costa (25/07/1943-04/03/2023). Just Fontaine foi nada menos que o goleador da Copa do Mundo de Futebol de 1958 (sim, aquela primeira que o Brasil venceu, Didi foi consagrado melhor jogador do torneio, e Pelé a revelação), na Suécia, jogando pela seleção francesa. Fontaine fez 13 gols naquela competição, recorde de um goleador em única edição da Copa, mantido até os dias de hoje. Foi um dos melhores jogadores franceses de todos os tempos, apesar de nascido no Marrocos (o Marrocos era colônia francesa à época do nascimento de Fontaine).  Sueli Costa foi

Um prato de trigo para um tigre triste no mês três de dois mil e vinte e três

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Na quarta-feira, 9 de março, começou mais uma Masterclass da Santa Sede. Essa edição de 2023 homenageia Stanislaw Ponte Preta. Stanislaw pode ser considerado tanto um personagem do jornalista e cronista Sergio Porto, quanto uma espécie de alter ego desse mesmo jornalista. Sergio Porto escrevia crônicas, digamos, sérias, por exemplo, sobre música. Já Stanislaw tinha um olhar irônico, satírico, para o cotidiano e a política do Rio de Janeiro dos anos 1950 e 1960. Neste ano de 2023 se completa o centenário de Sergio Porto. Eis o motivo da homenagem.  Eu estava bastante excitado a respeito de participar desta masterclass pois estaria junto com figuras quase lendárias de outras masterclasses de anos anteriores, como o Gian e o André. Também retomaria a convivência com o Felipe e o Kauer. Voltaria a compartilhar a mesa com o maior cronista da Santa Sede, o Daniel (uns dois metros de altura). Novamente me encontraria com pessoas de quem me tornei amigo por conta dessas digamos afinidades lite

2 de março de 2023

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Por que intitular um texto com uma data? Porque esse tipo de texto tem se tornado muito frequente desde o ano passado aqui no blogue.  Desde as rondas boêmias percorridas após os encontros para lermos e nos estimularmos nas crônicas que escrevíamos em homenagem a Moacyr Scliar.  Talvez seja a influência, boa ou má, cada um(a) decide, da Carol. Talvez a Carol goste de se ver como personagem.  Há isso. Os amigos podem ser personagens. E são exatamente isso, personagens, porque o autor não sabe o que vai realmente no íntimo de cada amigo. As pessoas sabem de si, pelo seu eu, talvez diria Freud, pelo seu ego. Um antigo professor de filosofia, crente, diria que só Deus conhece o íntimo de cada um. Eis aí mais um bom motivo para Deus existir, saber a verdade mais íntima de cada um.  Como o autor não conhece o íntimo de cada amigo/personagem, ele volta a pensar como São Paulo, “agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como em espelho” (1 Coríntios 13:12). Um espelho em metal escovado, di

Muchas gracias!

O que esperamos quando vamos ao médico? A cura de algum mal, provavelmente. Mas, e se não houver cura? Pelo menos se não houver cura até o momento, apesar de tudo o que a medicina evoluiu nos últimos dois séculos?  Bom, é possível a redução de danos. A diminuição da velocidade com que nos dirigimos ao abismo (sim, porque o abismo está lá, a gente vai chegar mais cedo ou mais tarde).  Foi assim que após um checape, lá pelos inícios dos meus quarenta anos, a médica clínica geral do ambulatório do plano de saúde da firma me encaminhou, com certa urgência, para uma endocrinologista.  Foi assim que me tornei paciente dessa doutora. Ela tem um nome longo. Vamos facilitar e chamá-la apenas de Dra. Denise Barros. E ela tem uma fiel escudeira, a Dona Cleusa, a recepcionista que está com ela desde a primeira vez que cheguei ao consultório, e lá se vão quase quinze anos.  Nesse período foram vários exames clínicos. Vocês sabem, não? Exames de nossas secreções e excreções. E algumas ecografias.  D