Diário – cinema – Oppenheimer
Sexta-feira passada, 14 de julho, retornei a uma sala de cinema para assistir o filme Oppenheimer (Oppenheimer, Estados Unidos, 2023).
Fazia mais de um ano que eu não entrava em um cinema. A vez anterior havia sido no último trimestre de 2021, provavelmente no final de outubro, para ver Duna.
É difícil falar do filme Oppenheimer porque ele aborda múltiplos aspectos.
Talvez eu deva começar dizendo que gostei do filme. Christopher Nolan, que é o diretor e roteirista, traça um retrato bastante humano de Julius Robert Oppenheimer, chamado de “pai da bomba atômica”. O físico que dirigiu a criação desta nova e apocalíptica arma, durante a Segunda Guerra Mundial, convencido que era necessário criar esse dispositivo antes que os nazistas o fizessem.
Além do retrato do ser humano por trás do cientista “pai da bomba”, Oppenheimer é também um filme bastante político. A primeira cena o coloca, Oppenheimer, diante de um comitê que analisa se sua credencial ao Comitê de Energia Atômica dos Estados Unidos deve ser cassado ou não, por conta de antigas simpatias esquerdistas e sua militância contra uma corrida armamentista nuclear.
Nolan mostra um país democrático, onde não se podia ser comunista livremente. O cidadão que optasse por essa identidade ideológica se arriscava a ser declarado inimigo do estado, e portanto da nação. Também se arriscava a ser perseguido e vigiado pela polícia federal deles, que eles chamam FBI. Neste sentido, a polícia federal se tornava uma polícia política.
O filme mostra situações menos conhecidas da vida de Oppenheimer, como suas pesquisas na Europa e mais conhecidas, justamente seu papel no desenvolvimento da bomba A.
E, bem, fala de sua vida pessoal, o que mais me comoveu, por incrível que possa parecer.
É um filme curioso, ambientado em boa parte durante a Segunda Guerra, mas que não traz nenhuma violência explícita (implícita sim!). Não há bombardeios ou tiroteios. Ambientado em boa parte durante a Segunda Guerra, mas sem mostrar jogos de espiões e a tensão resultante desses jogos, embora haja muita tensão no filme.
O filme mostra a violência implícita da política. Cientistas alemães exilados, acusados de serem judeus. As limitações da democracia americana para, digamos, desviantes (os tais comunistas, citados antes). O maquiavelismo da política interna americana.
O filme conta com atuações exuberantes, começando por Cillian Murphy, que encarna o próprio Oppenheimer. Passa por Robert Downey Jr., muito além do Homem de Ferro, e pelas atrizes que dão show: Florence Pugh como Jean Tatlock, e Emily Blunt como Katherine (Kitty) Oppenheimer.
A edição de som e a trilha sonora são uma imersão à parte.
Gostei muito. Inclusive tenho vontade de ver novamente.
23, 24/07/2023.
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