Diário - cinema - Blade Runner 2049



"Blade Runner 2049" ("Blade Runner 2049", Estados Unidos, 2017) é uma continuação do filme "cult" "Blade Runner", de 1982. O filme é estrelado por Ryan Gosling (o blade runner "K") e dirigido por Denis Villeneuve. No caso, o blade runner K descobre um segredo paradoxal após executar um replicante rebelde, Sapper Morton (Dave Bautista). Esse segredo deve ser mantido segundo a superior de K, a tenente Joshi (Robin Wright) e as evidências destruídas, mas tanto os replicantes rebeldes, quanto o magnata dono da fábrica de replicantes Wallace, Niander Wallace (Jared Leto) querem tomar posse desse conhecimento.

O filme é e não é uma continuação, até porque não é necessário rever o filme de 1982 para tentar entender esse. Além disso, na preparação para o lançamento deste filme, foram disponibilizados três curtas metragens que dão melhor contexto a Blade Runner 2049. Esses curtas se chamam "Black Out 2022", "2036: Nexus Dawn" e "2048: Nowhere to Run". 

Duas coisas me chamaram a atenção neste filme. Uma foi o quanto eu estava enganado a respeito dos replicantes. Eu imaginava algo na linha dos robôs T800 ou T1000 da série "Exterminador do Futuro", máquinas com esqueletos robóticos, e aparência humana. Não. Os replicantes são seres aparentemente biológicos, cuja engenharia genética foi capaz de replicar o humano ao nível celular. Muito impressionante. Mas voltamos ao paradoxo de Frankenstein, ou ao "sopro divino": como esses seres criados à imagem e semelhança dos seres humanos foram trazidos à vida e à consciência, se foram gerados em fábrica? O primeiro homem, segundo a Bíblia, recebeu a vida em um sopro divino. O monstro de Franskestein, produzido com pedaçõs de cadáveres, foi trazido à vida por um choque elétrico. Será que esse foi o método das indústrias Tyrrell/Wallace?

A outra é a inteligência artificial contida na namorada virtual (real?) de K, Joi (Ana de Armas). Joi é basicamente um holograma que pode interagir com seu proprietário. Uma forma de amenizar a solidão. É interessante como essas distopias de ficção científica interagem umas com as outras. Penso em "Ghost in the Shell", o anime japonês que gerou uma adaptação estadunidense recente , onde o cérebro de alguém é transferido para um corpo cibernético, ou das animações de "Animatrix" ou o filme "Eu, Robô", que explora os conflitos gerados pela inteligência artificial.

Destaque ainda para a trilha sonora hipnótica, produzida por Hans Zimmer e Benjamin Wallfisch. Melhor ouvida em estéreo IMAX, que em sala comuns com projeção 2D. 

Enfim, um bom filme, que nos faz pensar, e que provavelmente também vai virar cult. 


15/01/2018

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