Cara Vivi, sim, o Rio de Janeiro continua lindo. Apesar de tudo
Na mensagem anterior, aquela que vai para o livro em homenagem ao Otto Lara Resende, onde teci loas à cidade do Rio de Janeiro, terminei concluindo que após quinze anos desde a vez anterior em que estive por lá, pelo Rio de Janeiro, já passava da hora de retornar.
Pois bem. Retornei.
E… Surpresa! Senti frio no Rio de Janeiro! Uma frente fria jogou temperaturas para cerca de dez graus nas madrugadas em que estive lá. Claro. Nada que assuste um porto-alegrense, mas foi diferente.
Foram quatro breves dias na Cidade Maravilhosa. De fato, nem isso. Daqui a pouco explico.
Desta vez sem turistadas. Tanto o Cristo Redentor, quanto o Pão de Açúcar, só de longe.
Na mensagem anterior lembrei como a cidade é permeada de História. E de histórias. Ela não foi capital da administração portuguesa, capital imperial e capital republicana, em uma sequência de quase duzentos anos impunemente. Aliás, tirarem-lhe a administração federal também não foi algo que foi feito impunemente, mas essa é outra história. Comentei do Dr. Rodrigo Terra Cambará de Érico Veríssimo. Comentei dos Gaúchos e Obeliscos de Moacyr Scliar. Relembrei os jornais e os cronistas desses jornais da Capital Federal dos anos 1940 e 1950.
Então, nesses breves quatro dias, de fato nem isso, na Cidade Maravilhosa, foi um tempo de se hospedar em um hotel perto do Largo do Machado. E dali andar pela Rua do Catete, com seu casario que remete ao século XIX. Visitar o Palácio do Catete, que agora é o Museu da República, um local onde ocorreu um dos episódios mais dramáticos da História Política do Brasil, o suicídio do presidente Getúlio Vargas (entre os objetos em exposição há inclusive um réplica do pijama com o qual ele estaria vestido quando se deu um tiro no coração). Pois é. E o Palácio do Catete é um palácio de dimensões modestas. Diria que é mais afeito a moradia de família abastada do que a um palácio presidencial. Além do Palácio do Catete, na Rua do Catete, há o jardim do Palácio do Catete, digamos o Jardim do Catete. Um parque público, que pode ser atravessado para ir da Rua do Catete ao Aterro do Flamengo e vice-versa. Fiz essa caminhada. Caminhar pelo Aterro até a Marina da Glória. E dali até a Praia do Flamengo. E dali sim, olhando para um lado, ver ao longe o Corcovado e o Cristo Redentor; olhar para o outro lado e ver o mar e o Pão de Açúcar. Olhar o Pão de Açúcar a partir da Praia do Flamengo e pensar: “que visão maravilhosa!” E que visão impressionante observar os aviões decolando do Santos Dumont!
O dia seguinte foi de pegar o metrô no Largo do Machado e descer na Estação General Osório em Ipanema. E se dar conta que a Estação General Osório parece tão profunda, cavada na terra, que me remeteu a um abrigo antiaéreo. E depois de voltar à superfície, caminhar até o calçadão da Avenida Vieira Souto. Contemplar o mar. Contemplar o Morro Dois Irmãos. Contemplar a Rocha do Arpoador. Beber água de coco. Contemplar o mar. Não sou muito de praia. Posso ser parceiro, se me for solicitado, mas por mim mesmo, evito. Sigo a máxima atribuída a Paulo Francis, “intelectual não vai à praia, intelectual bebe uísque”. Ou algo assim. E ali fiquei no calçadão até a hora em que resolvi retornar ao hotel.
E aí te explico o porquê de nem tantos dias no Rio. Na véspera de retornar, fiz um passeio a Petrópolis. Mas a história desse passeio fica para um outro dia, se houver ocasião.
E cada vez que falo no Rio, me apego tanto a suas belezas que nem dá tempo de falar em suas mazelas.
Se na mensagem anterior concluí dizendo que já passava da hora de voltar, digo agora que o tempo foi pouco. Terei que tentar retornar outra vez.
Abraço do amigo Zé.
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24, 25, 26/08/2024.
Amigo Zé, estivemos contemplando o mesmo mar e caminhando na mesma praça, mas nossos tempos se descruzaram. Quem sabe numa próxima não se cruzam e tomamos uma caipirinha de maracujá no Bracarense?
ResponderExcluirQuem sabe? :)
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