Diário - cinema - Green Book, o Guia


"Green Book, o Guia" ("Green Book", Estados Unidos, 2018) é um filme que aborda o relacionamento entre um músico erudito negro, e seu chofer ítalo-americano, durante uma turnê ao sul, mais racista, dos Estados Unidos. 

Falar em mais racista faz sentido aqui, pois o protagonista, Tony "Lip" Vallelonga (Viggo Mortensen) inicia o filme justamente demonstrando seu racismo contra dois encanadores negros que foram realizar um conserto na casa dele.

Ao mesmo tempo, nosso músico erudito, o doutor Donald Shirley (Mahershala Ali) é um negro um pouco desligado da cultura popular negra naqueles anos 1960.

E como se poderia esperar de um filme em que duas pessoas bem diferentes são postas a conviver quase intimamente, elas vão se moldando e mudando. 

Apesar do Oscar de Ator Codjuvante para Ali, meu destaque vai para a atuação de Viggo Mortensen, que faz um tipo bruto e cínico, ao mesmo tempo em que se mostra como um homem de meia idade decadente. 

Destaques ainda para o racismo sulista mostrado no sul dos Estados Unidos, onde um negro podia animar plateias de brancos, mas não podia frequentar o restaurante onde esses brancos faziam suas refeições, ou mesmo utilizar seus banheiros. 

E destaque ainda para a muito boa trilha sonora. 

Enfim, um bom filme. Não estou certo se melhor que os demais concorrentes ao Oscar, mas, enfim...


07/03/2019.

Comentários

  1. Concordo, Comendador. Meu Oscar iria para A Favorita, mesmo que tenha gostado de Green Book.

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  2. Vi o filme hoje e adorei. Uma casualidade é que, como "Bohemian Rhapsody", também se baseia em fatos reais. Mas provavelmente com muita fantasia em cima.

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    Respostas
    1. Certamente. O roteiro teve participação de um filho do Tony, e protestos de familiares do Donald Shirley.

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  3. Um detalhe que observei é que as legendas às vezes se perdem, traduzindo Tony "Lip" como Tony "Bocudo" e, em outros momentos, como "Lip", mesmo.

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