Cara Maria – XVIII – Estamos no inverno de 2025 em Porto Alegre


Cara Maria,


Na semana passada não publiquei o texto que costumo chamar de crônica semanal. Na semana passada não houve crônica semanal. Deveria eu chamar este texto de quinzenal?

Eu estive entre a falta de inspiração, a preguiça e a expectativa e preparação de uma viagem de folga. Folga no meu caso atual, e imagino que também seja o teu caso, é sair um pouco da rotina a que nos dedicamos cotidianamente. Sabes, não?

Enfim, após explicações e desculpas esfarrapadas, volto a escrever. 

Se na mensagem anterior eu comentava naquele início de junho que fazia frio como se o inverno já tivesse começado, agora faz frio e estamos em pleno inverno. Faz frio, temos algumas madrugadas gélidas, acordamos com céu nublado ou com neblina. Às vezes chove. 

As extremosas, que colorem de rosa as ruas de Porto Alegre no verão, perderam suas flores e folhas. Hibernam. Curiosamente com seus caules nus é mais fácil ver como algumas estão sendo parasitadas por erva-de-passarinho aqui pela zona norte da cidade. 

Falei que às vezes chove? Pois é. Às vezes chove. E anda chovendo muito mais vezes do que costumava acontecer. Depois de setembro e novembro de 2023 e da catástrofe de maio de 2024, choveu o suficiente para ficarmos apreensivos. Assustados. Com as piores expectativas. Novamente os afluentes do Guaíba despejaram água para temermos pela repetição dos eventos recentes. 

A chuva e o fluxo das águas também serviram para ver o estado atual do sistema preventivo contra enchentes depois que o homem do chapéu de palha e o homem do colete laranja visitaram os Países Baixos, para ver como aquele país lida com inundações. Depois de ver a tecnologia neerlandesa, vimos que o homem do chapéu de palha foi ágil para mandar espalhar sacos de argila. Soubemos que as comportas que não foram concretadas e deveriam ser reformadas estavam sem sistemas de vedação após mais de um ano da catástrofe. A solução tecnológica do homem do chapéu de palha foi montar barreiras com argila e pedras nessas comportas. O homem do chapéu de palha mandou usar o ó da tecnologia. 

A propósito, o Ministério Público Estadual isentou de responsabilidade a Prefeitura pela enchente do ano passado. Pelo jeito aceitaram a alegação de que choveu demais. Também, fazer o quê? Se os eleitores relevaram a imprevidência com a manutenção do sistema de prevenção contra cheias, por que os promotores levariam adiante tal processo? Se previnem de serem acusados de agirem politicamente. 

Com essas atuações do poder público, resta-nos, àqueles que têm fé, rezar. Aos que não tem, estoicamente reagir como puderem. 

Mudando um pouco de assunto, por esses dias perdemos o Ruy Carlos Ostermann e o Michael Madsen. 

Não conheci o “Professor” pessoalmente. Mas em suas atuações ele me passava sempre uma imagem de elegância e lhaneza. 

Também não conheci pessoalmente o ator de Cães de Aluguel (entre tantas atuações), mas seu carisma me transmitia uma imagem de bandido afável. Sim, um oximoro. 

Que pena. Que penas. 

Por esses dias, alguns de nós, que gostam, podem consumir mocotó e quentão nos estabelecimentos que os oferecem. 

O solstício já passou. Aumentam os minutos de Sol durante o dia. 

As extremosas florescerão no próximo verão. 


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Margem do Guaíba na orla, próxima ao final da Avenida Ipiranga, registrada pelo blogueiro em 06 de julho de 2025

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06, 08/07/2025.

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