Giro dominical


Hoje saí a rodar pela cidade

Sozinho, nos trajetos que tantas vezes fazes comigo

Passei devagar pelo Germânia

Tanta gente

Menos gente que imaginei


Na Nilo, em uma sinaleira, 

panfleteiros distribuem santinhos na campanha que vai findando

Um senhor, meia idade quase velho

Paramentado em traje quase formal, quase surreal

Com óculos de aro redondo 

Pede esmolas

Levou-me um trocado


A Redenção estava cheia

Mas não tão cheia como pensei que estar poderia

Larguei o carro num canto atrás do Instituto

E caminhei pela alameda central à confeitaria Maomé 

Pedir um cappuccino que tantas vezes tomamos juntos


Dali retornei

O carro acionei

E fui à Orla

Moacyr Scliar

Ali sim, lotação quase total

Gente, muita gente

Gente de máscara

Gente sem máscara

e mais um monte de cabo eleitoral


Os barcos voltaram

Para o tradicional passeio no rio, estuário, lago

Nosso mar sem onda

Poluído litoral da capital


E eu estava sem ti

Sem te ouvir 

Sem compartilhar chope


Depois de passos para lá e para cá

Sem destino, sem sentido

Parei


Sozinho


Hora de voltar


08, 10/11/2020.

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