Hebdomadário boêmio masterclássico stanislawiano – capítulo XI


A nova masterclass da Oficina Literária Santa Sede, a edição de 2023, começou dia 9 de março.  Relatei isso antes. A edição deste ano homenageia Stanislaw Ponte Preta, alter ego, por assim dizer, do jornalista Sergio Porto.

No dia 17 de maio continuaram as leituras das crônicas que irão compor um livro e um saite (ou blogue).

Quando cheguei ao Apolinário naquela noite estavam à mesa, além do Rubem, o André, o Gian, o Felipe, o Edgar, a Silvia e o Tiago. Depois chegariam o Altino e o Ronaldo. Depois chegaria a Carol. Quando a Carol chegou, o Edgar partiu. Vivi não compareceu, informou que estava resfriada. Falar que alguém está resfriado sempre me relembra Gay Talese e sua reportagem sobre Frank Sinatra. Pelo menos agora posso dizer que li a tal reportagem paradigmática. Está republicada aqui no Brasil no livro Fama e Anonimato, uma coletânea de reportagens desse jornalista. 

No início daquela noite o Grêmio FBPA enfrentaria o Cruzeiro de Belo Horizonte, pela Copa do Brasil; empataria em 1 x 1. Mais tarde  o S. C. Internacional enfrentaria o América mineiro, pela mesma competição; perderia por 0 x 2, o mesmo placar da semana anterior diante do Athlético Paranaense. Dois gols de pênaltis, já nos descontos do segundo tempo. 

Continuamos com um prato de bateria sobre a mesa. O Rubem inclusive escreveu uma crônica a respeito. Procure por “tu dum tss” nos buscadores da internet (pode ser que a resposta venha como “ba dum tss”). 

Dito isso, as leituras seguiram. O primeiro texto a ser lido foi o do Edgar, onde um homem solitário, em um bar no Rio de Janeiro, onde a equipe da personagem Néctar, equipe esta de Porto Alegre, celebra uma promoção. O meu texto foi um simulacro de emeio, em que o personagem Fredinho envia recados ao seu contador, o Libório. Fredinho também deu espaço para que o Gian usasse sua crônica para comentar a série Succession. Ronaldo contou uma grande aventura (ou desventura) do Libório; lá pelas tantas o Fredinho aparece nessa crônica do Ronaldo. 

Talvez o Edgar tenha sido o personagem da noite. O relato de seu bebedor solitário vinha em formato de fluxo de consciência. Como houve algumas chegadas após a leitura, foi pedido que o Edgar lesse seu texto novamente. Foi então que alguém, provavelmente o Rubem, tenha perguntado  se uma releitura de um fluxo de consciência, seria um “refluxo de consciência” (“tu-dum-tss”, ou “ba-dum-tss”). Além disso o próprio Edgar comentou sobre ser um psicopata em potencial. Talvez tenha pensado em seu, talvez, alter ego, Paulo Afonso. Mas como eu lembrei, quando Edgar partia, se ele é um psicopata em potencial, sobrevivemos. Pelo menos por aquela noite. 

Terminadas as leituras, conversas. 

Depois partidas. André. Silvia. Ronaldo. Rubem. 

O Apolinário fechou. 

Felipe nos convidou a tomar a saideira no boteco em frente. Fomos, o Felipe, o Tiago, o Gian, a Carol e eu. Não vi o nome do boteco. Um estabelecimento pequeno, um corredor estreito com mesas na calçada. A saideira foram quatro. E enquanto estávamos ali passaram quatro pessoas, ou vendendo algo, ou simplesmente pedindo um trocado. 

Desse segundo estabelecimento, o Gian foi o primeiro a partir. Depois nossa mesa se desfez. Tiago foi a pé para casa. Carol e eu chamamos a carona paga. Felipe se recusou a acompanhar-nos. Sumiu na noite da Cidade Baixa. Espero que tenha chegado bem em casa. 


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22, 23/05/2023. 

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