Hoje perdi uma câmera fotográfica

Hoje perdi uma câmera fotográfica




Hoje perdi uma câmera fotográfica. Uma câmera da marca Vivitar, modelo Vivicam X029, provavelmente fabricada na China.


Não sei exatamente como a perdi, mas deve ter ficado na lotação em que fui trabalhar. Eu imaginei que a havia colocado no bolso, para poder usá-la em seguida.


Sei que desci da lotação, caminhei uns passos, e, quando fui buscar a tal câmera no bolso, não a encontrei. Nem a encontrei refazendo meus passos.


O pior é que ela ia ficar em casa, mas como era um dia de inverno, com nevoeiro, eu a peguei. Muitas câmeras melhores acabam tendo dificuldade para fazer foco sob nevoeiro. Nesse ponto, a Vivitar X029 era simples e eficiente.


Uma pena.


Não que fosse uma câmera sofisticada, que tirasse fotos perfeitas. Longe disso. Ela se enquadrava mais no conceito de "toy cam", isto é, câmera de brinquedo. Para uma câmera digital, as imagens eram bastante toscas. E, de quebra, eu coloquei nos parâmetros da câmera que as fotos gravadas por ela ficassem com cores saturadas, mais fortes que o natural.


Para os dias em que escrevo, esta câmera, que gera imagens com tamanho máximo de 10 megapixels, tinha desempenho inferior às câmeras de telefones celulares de padrão médio atual. Por exemplo, a câmera do Motorola Moto G, um celular bastante vendido gera imagens melhores.


A grande vantagem dela era o uso de uma bateria de celular. Essa bateria fazia com que fosse possível muitas fotos com ela. Câmeras simples, "point and shoot" ("aponte e dispare") como ela, sem zoom ótico, costumavam vir com pilhas comuns, pequenas ("AA"), ou palitos ("AAA"), que logo ficavam sem fôlego. Nesse aspecto, a Vivicam X029 era um achado.


Baixo custo, pequena, silenciosa, portanto discreta, e com imagens saturadas, a diversão era garantida, fugindo do apuro estético das câmeras digitais mais sofisticadas. E, de quebra, numa cidade com criminalidade alta, como Porto Alegre, com risco desprezível. A câmera era discreta. E barata. Mesmo em caso de roubo, o prejuízo seria pequeno.


Era divertida. Eu me diverti bastante com ela. E justamente por ser divertida, o maior prejuízo foi o sentimental.


Duvido que ela volte para mim.

Em todo caso, espero que quem a encontre possa se divertir com ela, como eu me diverti.


Ficaram apenas a capinha que eu usava com ela, e as fotos que ela tirou.


28/07/2015.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Poemas de Abbas Kiarostami na Piauí de Junho/2018

Sessão de Autógrafos - A Voz dos Novos Tempos

Feliz aniversário, Avelina!