Diário – cinema – Dromedário no Asfalto


Diário – cinema – Dromedário no Asfalto




“Dromedário no Asfalto” é um filme, coprodução brasileiro uruguaia, sobre um homem que perdeu sua mãe, e parte em viagem para reencontrar seu pai.

Seu trajeto vai de Porto Alegre a alguma periferia de Montevidéu no Uruguai. Pelo trajeto menos trivial, isto é, de Porto Alegre a Balneário Pinhal, e então, em direção ao sul, pela RST101, com direito a travessia de balsa entre São José do Norte e Rio Grande.

Pedro é seu nome. Pedro faz sua viagem entre recordações e expectativas, e perscrutando o seu próprio ser. Lembranças da mãe, recordações mais fugidias do pai.

E há o mar, este símbolo da vida e da morte, com seu ir e vir, seu fluxo contínuo.

O tipo físico algo desajeitado do ator principal, Marcos Contreras, pode lembrar mesmo algo tão desajeitado quanto um dromedário trotando pelo asfalto. E são muitas as tomadas de Pedro caminhando (trotando?).

Já vimos coisas semelhantes. Há vários filmes em que os protagonistas partem em busca de algo, enquanto vão descobrindo a respeito de si mesmos durante a viagem. Desde os dinossaurinhos da animação “Em Busca do Vale Encantado” até o recente “Mad Max: Estrada da Fúria”, passando por "Thelma e Louise", e “Na Natureza Selvagem”. Poderia citar “Na Estrada” ("On The Road"), mas nesse caso, o importante não era o destino, mas estar na estrada.

De maneira especial, este filme me lembrou “Na Natureza Selvagem”, com a diferença que em “Na Natureza Selvagem”, temos um jovem que deixa a família para trás para se descobrir, enquanto, neste “Dromedário no Asfalto”, temos um jovem que perdeu seu vínculo familiar (sua mãe), e parte em busca do que possivelmente lhe restou, isto é, um pai que foi ausente a maior parte do tempo.

É bom ver lugares conhecidos, como Balneário Pinhal, ou Rio Grande, ou Montevidéu na tela, mas tenho dificuldades em afirmar que este filme conte uma história consistente.

No paralelo com “Na Natureza Selvagem”, “Dromedário no Asfalto” se mostra bastante inferior, com personagens e situações menos bem definidos.

Não que eu tenha achado “Dromedário no Asfalto” um filme ruim. Não é. É até bom. Mas precisava de um pouco mais de consistência.

Foi bom assistir.






04/08/2015.



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