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Mostrando postagens de julho, 2025

Preta Gil, Mário Pirata, Ozzy Osbourne: a vida é sopro

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De fato eu conheço pouco da obra Preta Gil. Tudo que eu sabia era que ela era uma das filhas de Gilberto Gil, e uma figura midiática. Era fácil ver participações dela em programas de variedades televisivos e na internet. Ultimamente tivemos a notícia do desenvolvimento de um câncer de intestino e sua luta contra a doença aconteceu em praça pública.  Apesar de eu viver em Porto Alegre, conheço ainda menos a respeito de Mário Pirata. Mário Augusto Franco de Oliveira, o Mário Pirata, era um poeta e um ativista cultural, com atuação importante na cidade desde os anos 1980.  Ozzy Osbourne é mundialmente conhecido. Primeiro como membro da banda Black Sabbath, depois como cantor solo. Na maturidade chegou a participar de um reality show televisivo mostrando a sua vida.  Estas três pessoas nos deixaram nos últimos dias. Preta Gil e Mário Pirata no domingo, 20 de julho. Ozzy Osbourne na terça, 22. Em poucos dias dezenas, milhares, milhões de fãs ficaram desamparados. Seus ídolos s...

Diário – Sarau Santa Sede Masterclass (ou Master Class) 2025 – Intromissivas, homenagem a Otto Lara Resende

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Na quarta-feira, 23 de julho, aconteceu o Sarau da Oficina Literária Santa Sede. Este ano a tradicional masterclass (ou master class) da Oficina homenageia o escritor Otto Lara Resende (1922-1992). O evento aconteceu no Mosaico Cultural, ali na Octávio Corrêa, na Cidade Baixa, aqui em Porto Alegre.  A dinâmica do sarau foi a seguinte: o Rubem Penz, organizador da Oficina, lia os perfis biográficos das participantes da masterclass, e cada oficineira lia a crônica que havia levado. As participantes neste ano são Carmen Gonzalez, Carol Anversa, Helena Corso, Idiana Luvison, eu, José E. Rodrigues, Marcia Ribeiro, Maria Lucia Meireles, Silvia Rolim e Vivi Intini. O próprio Rubem também participa da Oficina e do livro. Livro esse que deverá ser publicado entre o final de outubro e o início de novembro próximos.  O Mosaico esteve bem cheio com os amigos e parentes das oficineiras que compareceram.  Agora é aguardar o lançamento do livro.  . Rubem Penz, organizador da Oficin...

Diário – show – Sambada Coco Maracá

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No dia 19 de julho passado, um sábado, eu estive no Bar Macunaíma, ali na República, Cidade Baixa, aqui em Porto Alegre. A ideia era comemorar o aniversário da amiga Andrea Ferreira. Aliás, a amiga com esse nome de origem portuguesa resolveu fazer uma espécie de kerb, aquelas festas alemãs que duram dias. Ela se dispôs a comemorar seu aniversário nos dias 18 de julho, sexta-feira,  no Bar Matita Perê, onde houve um show da banda Tribo Brasil; e 19, o sábado que refiro aqui, no Macunaíma, onde houve o show do grupo Sambada Coco Maracá . Parece-me que a ideia da Andrea era assistir os respectivos shows. A minha própria ideia era ter ido mesmo na sexta-feira, mas tive contratempos e não foi possível. Então. Nessa noite de sábado no Macunaíma houve o show do Sambada Coco Maracá, um grupo que divulga o samba de coco, um ritmo parente do samba que costumamos associar ao Rio de Janeiro. O samba de coco tem origem afroindígena e lembra cantigas de roda. Eu me lembrei de certas gravações de...

Diário – leituras – A Era dos Dogmas e das Dúvidas

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Para mim, ler esse livro foi um pouco como voltar ao passado. Li os livros anteriores desta série de Justo L. González lá por meados dos anos 1980, quando eu era jovem, e um crente evangélico engajado. A série de livros se propõe a contar a História do Cristianismo desde o tempo dos apóstolos de Jesus até meados do século XX. O autor tem um estilo fluente, e os volumes contam com diversas ilustrações.  Este volume 8 fala sobre a evolução do cristianismo durante os séculos XVII e XVIII. O foco está na Europa e Estados Unidos. Falar sobre 200 anos de história em 200 páginas é sempre fazer muitas escolhas. Por exemplo, ao falar das agitações na Inglaterra que levaram à execução do rei Charles I, na metade do século XVII, o autor dedica apenas uma página ao líder puritano Oliver Cromwell. Cromwell é uma figura importante da história inglesa; há biografias e biografias sobre ele. Mas, como eu disse, um historiador precisa fazer escolhas sobre o que contar, e González faz.  Este liv...

Jean-Claude Bernardet: medicina, vida e morte

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E morreu no sábado retrasado, 12 de julho, Jean-Claude Bernardet. Intelectual relativamente conhecido, sua morte foi lamentada em cadernos culturais de veículos de comunicação Brasil afora. Escritor, foi crítico cinematográfico, ensaísta, roteirista. Também foi diretor cinematográfico. Ultimamente também passou a atuar em frente às câmeras. O noticiário informa que ele não se considerava exatamente como um ator, mas uma espécie de “performer”. Belga de nascimento, se tornou brasileiro por adoção – naturalizou-se.  Nos variados obituários lamentando sua morte, em geral o foco se dá sobre sua relação com o cinema. Primeiro como crítico e ensaísta, depois como roteirista, diretor e ator (ou “performer”, como citaram). Um intelectual ativo, curioso e provocador.  Minha relação com Jean-Claude Bernardet não foi assim. Conheci-o por meio de um longo depoimento que ele deu à revista Piauí em 2019, comentando sua relação com o corpo doente. Na época em que o depoimento foi publicado, ...

Diário – leituras – Manual Prático de Mindfulness

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Este livro, como o nome diz, é um um manual para o aprendizado de mindfulness. Mindfulness tem sido traduzido como atenção plena. São técnicas de meditação, cujo intuito é aliviar o sofrimento psíquico e viver uma vida melhor.  Li a primeira parte, onde os autores explicam a técnica.  Acabei por encerrar prematuramente a leitura porque achei a primeira meditação excessivamente longa (39 minutos).  Troquei pelo livro Atenção Plena, escrito pelo mesmo Mark Williams e por Danny Penman. Quando der, devo registrar a leitura desse outro livro.  TEASDALE, John; WILLIAMS, Mark; SEGAL, Zindel. Manual Prático de Mindfulness. São Paulo: Pensamento, 2016. Tradução de Claudia Gerpe Duarte e Eduardo Gerpe Duarte. . . 18/06/2025, 15h, 15/07/2025.

8 a 10 de julho de 2025, como se fosse um Rubempalooza

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Ou talvez um Santassedepalooza. O importante é que foram três eventos em três dias seguidos na semana, promovidos pela Oficina Literária Santa Sede, e eu estive nos três. E sabe como é, virou modinha atribuir o nome daquele festival de música a qualquer evento com duração de alguns dias. Tudo isso no Mosaico Cultural, ali na Cidade Baixa, na Octávio Correa, 39 Na terça-feira, 8, houve o sarau de apresentação dos cronistas que participam da chamada Safra 2025 que gerará um livro a ser lançado lá pelo final de outubro ou início de novembro. Os novos cronistas são Adriane C. Silveira; Anne Calfruni; Bernadete Saidelles; Dóris B. Almeida; Kerwin Weizemann; Márcio Koehn; Milton Turik; Milton L. Wainberg; Roberta Lorini. Noite de Mosaico Cultural cheio. Na quarta-feira, 9, eu estive para o encontro regular da masterclass, ou master class, Intromissivas, em homenagem a Otto Lara Resende. Essa masterclass também vai gerar um livro, que também deve ser lançado lá por final de outubro ou in...

Diário – show – Os Paralamas do Sucesso, 40 Anos

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Dia 28 de junho passado, eu estive no Auditório Araújo Vianna, aqui em Porto Alegre, para assistir ao show dos Paralamas do Sucesso, celebrando seus 40 anos de carreira. E de sucessos.  Fora do auditório era uma noite fria e chuvosa em Porto Alegre. Dentro do Araújo o show foi quente.  Após alguns minutos de atraso, e um aparente problema técnico, que foi superado, o espetáculo de fato iniciou por volta de 21:30 (a previsão era 21 horas). Depois de algumas reproduções musicais eletrônicas, a voz de Herbert Vianna iniciou cantando Vital e sua moto. Como provavelmente deveria ser a abertura.  E a partir daí foi um espetáculo celebração com as canções desses quarenta anos de carreira. Meus destaques: Lourinha bombril; Trac-Trac, versão dos Paralamas para a canção de Fito Páez; O Calibre, que ouvi tantas vezes no streaming enquanto aguardava a data do show; Ela disse adeus, mostrando no telão o clipe feito na época do lançamento da música, com todos eles mais jovens e o prota...

Diário – leituras – Nunca fomos santos: Santa Sede 15, safra 2023

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Nunca fomos santos, como diz o título completo é o 15º livro safras das oficinas de crônicas da Oficina Literária Santa Sede. Gerado a partir de uma oficina literária de crônicas, é um livro de crônicas. Crônicas, crônicas, crônicas. Decidi por lê-lo porque alguns dos autores se tornaram meus colegas em outras oficinas. É o caso de Nelson Ribas, Andréa Aquino Ferreira e Silvio Sibemberg.  Há também a peculiaridade de eu ter participado como convidado neste livro, por conta de um oficineiro que desistiu com o projeto em andamento. Mas obviamente eu não vou ler um livro apenas porque colaborei com ele.  Acho que, para quem puder, é um livro que vale a pena. Como todo livro de crônicas, vai-se lendo aos poucos.  PENZ, Rubem (Org.). Nunca fomos santos: Santa Sede 15, safra 2023. Porto Alegre: Santa Sede, 2023. . . 18/06/2025, 15/07/2025.

Sobre pênis, vaginas e talento literário

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Primeiramente a gente começa advertindo que assuntos delicados precisam de explicações e prevenções. Este texto é escrito por um homem velho, cis e heterossexual. Assim esse será o ponto de vista aqui. Esse texto contém palavras chulas. Assim, tirem as crianças da sala. Ou evitem mostrar esse texto a elas. Ou, no limite, só mostrem com supervisão e explicação. Por fim, pênis aparece antes de vagina no título por conta da ordem alfabética. Após as advertências e explicações iniciais, seguimos.  Possivelmente tudo comece com uma crônica antiga da Tati Bernardi chamada Colocando a vagina na mesa , onde, em uma série de expressões, ela troca a palavra pau pela palavra vagina. Assim na crônica temos que “Vagina chutou a vagina da barraca e colocou a vagina na mesa”.  Pois é. Nessas expressões todas pau é tanto um pedaço de madeira quanto uma metáfora do órgão sexual masculino, o pênis. E uma questão no texto de Tati Bernardi é que vagina é praticamente um termo científico. Em relaç...

Cara Maria – XVIII – Estamos no inverno de 2025 em Porto Alegre

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Cara Maria, Na semana passada não publiquei o texto que costumo chamar de crônica semanal. Na semana passada não houve crônica semanal. Deveria eu chamar este texto de quinzenal? Eu estive entre a falta de inspiração, a preguiça e a expectativa e preparação de uma viagem de folga. Folga no meu caso atual, e imagino que também seja o teu caso, é sair um pouco da rotina a que nos dedicamos cotidianamente. Sabes, não? Enfim, após explicações e desculpas esfarrapadas, volto a escrever.  Se na mensagem anterior  eu comentava naquele início de junho que fazia frio como se o inverno já tivesse começado, agora faz frio e estamos em pleno inverno. Faz frio, temos algumas madrugadas gélidas, acordamos com céu nublado ou com neblina. Às vezes chove.  As extremosas, que colorem de rosa as ruas de Porto Alegre no verão, perderam suas flores e folhas. Hibernam. Curiosamente com seus caules nus é mais fácil ver como algumas estão sendo parasitadas por erva-de-passarinho aqui pela zona n...

Diário – leituras – On the road, Pé na Estrada

Normalmente escrevo esses registros de leitura quando termino de ler um livro.  Não é o caso agora. Ainda estou em menos da metade da leitura desse livro clássico da geração beatnik estadunidense.  Esse texto é só para comentar sobre uma opção de tradução feita ao português brasileiro pelo Eduardo Bueno, o tradutor.  Na página 136 desta edição de bolso publicada pela L&PM Editora, encontrei a palavra “veranico”, e, bem, veranico parece uma palavra tão bem associada a Porto Alegre e suas temperaturas extemporâneas de calor em maio, já em pleno outono austral, que fiquei pensando sobre o que Jack Kerouac teria escrito no original. Bem, a frase na tradução é assim: “Caminhei oito quilômetros para sair de Pittsburg, e duas caronas, um caminhão carregado de maçãs e um enorme caminhão trailer, me conduziram a Harrisburg, na noite amena e chuvosa do veranico de outono.” O original, na versão da Penguin, de 1999, na página 96 é: “I walked five miles to get out of Pittsburgh, ...

Diário – leituras – Santa Sede, 15 anos de crônicas de botequim

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Este é um livro de celebração do aniversário de 15 anos da Oficina Literária Santa Sede. Como o título fala, “crônicas de botequim”. Uma oficina literária especializada na escrita de crônicas e realizada, de preferência, em botequins. E dê-lhe repetir botequim e botequins no parágrafo! O livro é composto de crônicas escritas por participantes e ex-participantes da oficina. Essas crônicas, que são como depoimentos, estão basicamente em dois formatos. Um: como encontrei a Santa Sede (ou seu organizador, o Rubem Penz). Dois: aconteceu comigo durante uma oficina da Santa Sede. A que eu escrevi é desse último tipo, sobre o que me aconteceu durante a oficina que homenageou Millôr Fernandes, em 2019. São mais de 60 crônicas que se lê com leveza. Bastante talento. Talento semiescondido nesse vasto mundo das publicações nesse Brasil de poucos leitores.  Talvez, até por eu estar participando disso, gostei bastante.  CARVALHO, Giancarlo, PENZ, Rubem e MEIRELES, Maria Lúcia. Santa Sede 15...

01/07/2025: sem publicação

O blogueiro metido a cronista está de folga.  Se tudo der certo, uma nova crônica deve ser publicada em 8 de julho de 2025.