Diário - leituras - Bech no Beco


Este livro, que apresenta um subtítulo "Quase um Romance", é a compilação em um volume de cinco novelas sobre o personagem Henry Bech, um escritor judeu americano, já idoso. Ou pelo menos foi isso que me pareceu. Cada um dos cinco capítulos, uma novela diferente, com começos, meios e finais em si mesmos. 

A primeira "Bech em Tcheco" conta a história do escritor em missão cultural para a Embaixada dos Estados Unidos, na então comunista Tchecoslováquia, suas reflexões, seu relacionamento com o embaixador americano e a esposa deste, sua interação com ativistas culturais dissidentes. 

A segunda história, "Bech preside", fala de como Bech assume como presidente de uma certa academia de notáveis artistas, uma instituição que já foi mais relevante. Aqui também são mostradas rivalidades, lutas de egos, entre os diversos artistas que compõem essa academia. 

Em seguida, "Bech declara-se culpado", mostra como o nova-iorquino Bech precisa se dirigir à Califórnia, por conta de um processo que lhe move um agente artístico por difamação, em decorrência de uma reportagem que Bech escreveu para uma revista cultural. 

"Bech noir" me pareceu um delírio do autor, quando o ancião Bech resolve bancar o "justiceiro" em uma Nova York transformada em Gotham City. 

Por fim, "Bech e a prodigalidade da Suécia" informa que Bech foi laureado com o Prêmio Nobel de Literatura e mostra as consequências que isso lhe trouxe. 

Repetindo, cinco novelas que acabaram compondo um livro chamado de "quase romance". Uma obra em que o já saudoso John Updike mostrou sua arte. Eu, como fã assumido que sou, gostei bastante. 


UPDIKE, John. Bech no Beco, Quase um Romance. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. Tradução de Paulo Henriques Britto. Título original: Bech at Bay.


23/01/2020.

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