Certo saudosismo nas câmeras fotográficas de “O Astro”
Certo saudosismo nas câmeras fotográficas de “O Astro”
Tudo que vi, foi mostrado nas cenas próximas ao assassinato de Salomão Hayalla. Durante esse capítulo da série, vemos a personagem Jose fotografando a festa. Num primeiro momento, pensei que ela estaria usando uma moderníssima e recém lançada Fuji X100, com sua tecnologia de ponta, e desenho retrô. Afinal seria uma menina descolada e moderna, e mesmo com a empresa da família indo de mal a pior (não é incomum que a empresa vá mal e os donos da empresa estejam muito bem, mas isso é outra questão). Contudo, depois, vemos que ela está fazendo ampliações das fotos em preto e branco, em um laboratório artesanal, provavelmente em casa. Na minha cabeça, isso significou que Jose, na verdade, estava usando uma antiga, embora muita boa, câmera Leica M3, possivelmente com filme preto e branco, de velocidade alta, isto é, ASA 1600 ou 3200. Isso tudo seria um charme, mas pouco verossímil. Pouca gente usa filme hoje. Menos gente ainda é capaz de usar uma Leica M3. Pois é, mas seria um charme.
Como se não bastasse isso, logo após o assassinato de Salomão, a equipe de perícia fluminense chega à cena do crime munida de uma câmera digital Sony Mavica. A Sony Mavica é uma pioneira nas câmeras digitais. Foi uma popularizadora desta tecnologia, e vendeu vários exemplares na América do Norte, a partir da segunda metade da década de 1990. E aí é que está a questão: será que a perícia criminal do Rio de Janeiro usa câmeras com quase 15 anos de idade, possivelmente usando disquetes como meio de armazenamento?
Por que esses objetos retrôs, cada um a seu tempo? O que a produção de O Astro quer dizer com isso? Ela quer dizer alguma coisa? É uma brincadeira da produção, ou ela quer dar uma charme a mais ao telespectador que possa se ligar nesses detalhes?
09/08/2011.
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