De táxi de Congonhas ao Centro Histórico



Bem que eu gostaria de saber algo da história dos táxis. Seu surgimento e regulamentações ao redor do mundo. 

Há muitas anedotas sobre eles. 

Por exemplo, aquela do passageiro que chega a uma cidade pouco conhecida e, do aeroporto (ou da estação de trens ou da rodoviária) pede ao motorista para ir ao hotel onde fez reserva. E lá se vai. Quando chega ao destino, percebe que gastou boa parte do dinheiro que tinha para usar durante a viagem nesse primeiro deslocamento. 

E também aquela, clássica, recorrente, do motorista que aumenta o trajeto para ganhar uns trocados a mais. Esta última é muito contada. Seja em que cidade for, seja em que país ou continente. Acredito que para algumas pessoas, ter o trajeto alongado pelo motorista era mais uma história para contar aos amigos sobre a viagem. 

Nesses últimos anos, a tecnologia veio mudar isso. Fazer a disrupção. 

Os tais aplicativos de carona paga se lançaram ao mercado oferecendo corridas mais baratas, com a garantia de que o algoritmo iria sempre buscar o caminho mais curto ou o menos congestionado, entre local de início e destino. No início dessa oferta de serviço também ofereciam carros em ótimo estado e motoristas gentis, com agrados como água e balas. Mas essas coisas ficaram no passado.

Bom, quando chego ao aeroporto ou à rodoviária (ainda não fiz viagens em que eu chegue a alguma metrópole de trem ou navio) em minhas viagens turísticas eu ainda costumo usar o táxi, mesmo sob os riscos do início deste texto. Me parece uma opção tranquila apesar de tudo. E os táxis desses pontos costumam ter bastante espaço para malas. 

No final de setembro estive na cidade de São Paulo e não foi diferente. 

Embarcamos em um táxi do Aeroporto de Congonhas. Era um veículo espaçoso e o motorista era um simpático septuagenário. 

O problema é que ele não conhecia o hotel que havíamos reservado. Demos o nome do hotel e o nome não dizia nada a ele. Indicamos o endereço e ele não conhecia. 

Falamos a ele para usar o aplicativo de localização do espertofone, digo, smartphone. 

Aí ele disse que a internet dele estava com problema. Hummm… 

Bom, sugerimos então que eu usasse o aplicativo de localização do meu aparelho. Ele topou! E acredito que essa tenha sido a coisa mais paradoxal que tenha me ocorrido desde que uso táxis. 

Apesar do estranhamento, tudo deu certo. Seguimos pelo que parecia uma sequência de retas entre o aeroporto e o hotel, por avenidas como Corredor Norte-Sul, Rubem Berta e 23 de maio. Ele ia nos citando, “agora é a Rubem Berta”, “ali é a Paulista”. 

Houve tempo para piadas. 

“Qual a semelhança entre a Avenida Paulista e o casamento? Ambos começam no Paraíso e terminam na Consolação.”, conforme ele declarou.

Eu pude comentar a máxima do humorista José Simão sobre o trânsito de São Paulo: Os engarrafamentos são tão longos que vão da 25 de Março até a 23 de Maio – dois meses de engarrafamento!

Depois de percorrer uns dez quilômetros, chegamos ao hotel. Então ele parece que se deu conta que conhecia o hotel, hotel este que era relativamente novo. 

Nós nos demos conta que o Centro Histórico de São Paulo, onde estava localizado o hotel, era um tanto mais degradado do que pensávamos. 

Mas, como diz o Kotscho, vida que segue. Era o início da estadia de poucos dias que teríamos na Terra da Garoa.


09, 10/10/2023. 

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