Hebdomadário boêmio masterclássico stanislawiano – capítulo XIV


A nova masterclass da Oficina Literária Santa Sede, a edição de 2023, começou dia 9 de março. Relatei isso antes. A edição deste ano homenageia Stanislaw Ponte Preta, alter ego, por assim dizer, do jornalista Sergio Porto.

No dia 7 de junho continuaram as leituras das crônicas que irão compor um livro e um saite (ou blogue).

Quando cheguei ao Apolinário naquela noite estavam à mesa, além do Rubem, o André, o Gian, o Kauer, o Felipe, o Edgar, e a Vivi. Em seguida chegaria o Tiago. Depois a Silvia. Depois o Magnus. Carol. Depois ainda o Altino. Por fim o Ronaldo. Uma rara noite de todos a postos. Provável consequência de ser a noite destinada a que os cronistas fossem fotografados para o livro. 

O futebol voltaria às telas do Apolinário naquela noite. O S.C. Internacional jogaria com o Nacional do Uruguai, pela fase de chaves da Copa Libertadores da América (o jogo terminou empatado em 1 a 1).

Continuamos com um prato de bateria sobre a mesa. Sim, se quiser, procure por “tu dum tss” nos buscadores da internet (pode ser que a resposta venha como “ba dum tss”). 

Naquela noite havia certa eletricidade no ar. Provavelmente por conta das fotos, como já foi dito – havia todo um equipamento que o Kauer trouxe para registrar os cronistas, entre câmera DSLR, tripé/monopé e iluminadores. 

Podia ser também por conta da celebração do aniversário do Edgar, que continuava – oficialmente o aniversário é 2 de junho – mas ele mesmo relatou contínuas comemorações desde então. Nessa noite, pela minha conta, cantamos “Parabéns a você” cinco vezes. Edgar trouxe docinhos de Barcelona (com essa frase fico imaginando alguém pensar que Edgar trouxe doces da Catalunha, e depois alguém explicaria que há uma confeitaria em Porto Alegre com o nome de Barcelona. A propósito ainda, Barcelona seria uma Barcelos grande?). Com os docinhos, descobrimos que há pessoas intolerantes entre nós. Intolerantes a lactose. 

Podia ser também que, por conta do feriado de Corpus Christi no dia seguinte, todos estivessem mais relaxados. 

Dito isso, as leituras seguiram. O primeiro texto a ser lido foi o meu, narrando uma pausa para café, durante a qual dois subordinados da Néctar, comentam sobre a vida familiar, e algo sobre a personagem Niúra. Carol trouxe uma história sobre um incidente em que Fredinho perde um voo, falando ainda do pai e da mãe de nosso roqueiro grunge francófilo. Reações calorosas vieram dos cronistas à mesa. Mais para o texto da Carol, de fato mais divertido. 

Foi uma noite de mais vinhos. Português, argentinos e levei um nacional, da Serra Gaúcha. Levei esse vinho gaúcho porque eu perguntei no grupo do aplicativo de mensagens da masterclass, se o pessoal conhecia. Depois de respostas que achei reticentes, a Silvia me encorajou ao dizer que, se eu levasse, seria bebido. Mas a própria Silvia achou o vinho doce. O que até pode ser uma vantagem, levando em consideração que costumamos achar os vinhos da Serra Gaúcha ácidos ou azedos. Ronaldo, pelo que entendi, achou palatável. De qualquer maneira, o vinho gaúcho foi consumido, bem como o português e os argentinos. 

Terminadas as leituras, nos entregamos à sessão de fotos. 

Foi quando a coisa esquentou, naquela situação que o Gian descreveu “como sendo uma noite que poderia ter gerado um livro”, ou algo assim. 

E obviamente, não será este registro que poderá abranger tudo que houve ali. 

A alegria andou solta. 

Fotos, muitas vezes, são geradoras de sorrisos. Assim sorrimos e rimos. Houve a foto do grupo de cronistas, que deve ilustrar a contracapa do livro. E as fotos individuais a ilustrar perfis biográficos. 

Havia a câmera DSLR do Kauer, havia a câmera que uso para diversos registros. O Rubem, o Edgar e a Carol também portaram pequenas câmeras. E havia as câmeras nos celulares de todos. Houve abundância de fotos compartilhadas. Fotos dos cronistas. Fotos das fotos sendo tiradas dos cronistas. Papagaios de pirata e deboches. 

Depois cantamos, acompanhando as músicas do sistema de som do Apolinário. 

Houve até passos de dança. 

O que éramos ali? Versões adultas, maduras (maduras?) das crianças de 3 ou 4 anos que se juntam e correm e gritam, se descobrindo vivas? (Li sobre as crianças em Bruno Bettelheim.)

Por fim, houve ameaça de striptease, que ficou só na ameaça. 

Não sou capaz de reproduzir a ordem em que as pessoas foram indo embora. Sei que o Rubem se manteve disciplinado, a sair em momento em que não perdesse o ônibus. 

Eu me fui, aproveitando carona do Tiago. Devemos ter sido dos últimos.

Acho que o Apolinário ainda estava aberto. Era véspera de feriado. 


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10, 13/06/2023. 

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