Os novos golpes do celular



"Nas grandes cidades de um país tão violento

Os muros e as grades nos protegem de quase tudo"


Continuam os golpes contra nossos telefones celulares(e contra nós, obviamente). 

Foram-se os tempos em que nossos aparelhos eram tomados por descuidistas ou trombadões e depois iam aparecer nas mãos de algum camelô ou em algum saite de compras de produtos usados na internet. 

Agora há dois golpes medonhos que, parece, já se tornaram moda em São Paulo. E logo se espalharão pelo resto do país. 

O primeiro golpe consiste no roubo do aparelho, mas não para revendê-lo. Agora quadrilhas especializados trocam o chip de aparelho, descobrem o número, vasculham redes sociais a procura de dados do(a) proprietário(a), e partem para instalar aplicativos bancários, e sacar dinheiro das contas, ou, eventualmente, fazer empréstimos e depois sacar o empréstimo feito em nome da vítima, transferindo o dinheiro via pix. As notícias falam em golpes com prejuízos de milhares de reais.

O segundo é ainda pior. Consiste em uma nova modalidade de sequestro relâmpago, em que a vítima é raptada, e obrigada sob mira de armas, a fazer pix para contas de cúmplices dos meliantes. 

As notícias dizem que a polícia tem investigado as novas modalidades de crimes, inclusive prendendo membros das quadrilhas. 

Um delegado sugeriu que as pessoas não usassem o celular na rua. Se possível, que tivessem dois celulares, um com, e outro sem aplicativos bancários, para minimizar riscos. 

Ou seja, gastar em um novo aparelho, e manter uma nova conta, ou créditos em duplicidade. Seria como pagar uma espécie de um seguro, por viver em um país violento e desigual, desigual e violento. Eis mais um custo Brasil para seus cidadãos. 

O que dá para dizer? 

São quarenta anos de sucessivos presidentes, governadores e prefeitos de todo espectro político, com suas respectivas políticas públicas de segurança. 

A população carcerária foi multiplicada por dez. Mas acho que ninguém se sente seguro. O encarceramento em massa não funcionou. 

Continuamos submetidos a uma espécie de salve-se quem puder. 

Talvez a solução passasse por polícias melhores, e mais justiça e solidariedade sociais. Ou seja, não creio que a situação vá melhorar no que me resta de vida. 


20, 21/09/2021.

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