Vou me Embora pra Porto Alegre


Vou me Embora pra Porto Alegre


Vou me embora pra Porto Alegre
Lá conheço o prefeito
É ele o maior prefeito
Que o município já teve
Vou me embora pra Porto Alegre


Vou me embora pra Porto Alegre
Lá no verão a gente sua
Sua em bicas, sua em cântaros
Sua tanto no verão, que já aconteceu de vivente
Querer andar peladão


Lá tem a Ponta do Gasômetro
Onde a gente pode se exercitar
Correr e fazer ginástica
E andar de bicicleta
E depois de bem suar
Tem duchas pra se refrescar
E quando estiver cansado
Tomo táxi, vou pra casa
Tomo banho, e vou pro shopping,
Com ar condicionado
E cinema pra me distrair
Vou me embora pra Porto Alegre


Em Porto Alegre tem tudo
É outra civilização
Tem as obras da Copa
Que pra Copa de 2014, não ficaram prontas não
Tem operadoras de telefonia
Que te oferecem o mundo
Mas que quando queres cancelar o plano
Fazem ouvidos surdos
Tem cannabis nas praças
Pra quem quiser respirar
Prostitutas e prostitutos bonitos
Para quem quiser transar


E quando eu estiver triste
Mas triste de me matar
Farei a ronda das farmácias
Alguma me venderá o Prozac
Sem a receita mostrar
Tomarei os comprimidos
Com água mineral
Me anestesiará a dor da alma
E pensarei no prefeito
O maior prefeito que já chegou a governar
Vou me embora pra Porto Alegre


25/01/2015.



Observação: Este é um poema paródia, desenvolvido como crônica, para a Oficina de Crônicas Santa Sede, organizado pelo cronista Rubem Penz. A paródia é calcada no poema "Vou-me embora pra Pasárgada", de Manuel Bandeira.
Rubem Penz pode ser encontrado em sua página pessoal.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Jussara Fösch partiu em 16 de abril de 2024

16 de outubro de 2024

Quinhentos