Indo Assistir ao XLIX Super Bowl no Cinema


Indo Assistir ao XLIX Super Bowl no Cinema


No dia primeiro de fevereiro, tive oportunidade de assistir no cinema à 49ª Edição do Super Bowl, a superfinal do campeonato de futebol americano, realizada no estado do Arizona. Nesta edição do Super Bowl, New England Patriots e Seattle Seahawks se enfrentaram.


Para quem não conhece o futebol da bola oval bicuda, cujos jogadores usam capacetes com grades de proteção facial e ombreiras, funciona assim: a NFL - National Football League é composta por duas associações, a conferência americana (“AFC” ou “American Football Conference”) e a conferência nacional (“NFC” ou “National Football Conference”), cada uma tem dezesseis times, que jogam entre si na temporada que dura de setembro a janeiro. Cada uma das conferências tem um campeão, e estes campeões jogam entre si na final (a "superfinal"), conhecida como "Super Bowl".


Um jogo de futebol americano é composto de quatro períodos de 15 minutos. Se a bola sai, ou um jogador sai de campo carregando a bola, ou é atirado para fora do campo quando conduzia a bola, o cronômetro para. Os times se revezam no ataque e na defesa, e normalmente cada time tem onze jogadores para defesa, e onze jogadores de ataque. E o jogo consiste basicamente em tomar território do adversário. Se conseguir invadir as últimas dez jardas, a "end zone", do território adversário consegue a maior pontuação, o "touch down" que vale seis pontos. Se conseguir chutar por cima do "y" adversário faz três pontos, o "field goal". Há outra formas de pontuar, "extra point", um ponto a mais logo após o "touch down", "mini touch down", que vale dois pontos quando o time atacante consegue penetrar novamente na "end zone" do adversário logo após o “touch down”, e o "safety", quando um jogador é derrubado com a bola dentro de sua própria "end zone".


Tenho assistido aos jogos do futebol americano desde que começamos a ter TV por assinatura em casa, lá por 2007/2008.


Desde então simpatizo com o time do New England Patriots. Provavelmente porque era o time que estava ganhando naquela época. Depois disso há muitas racionalizações para a simpatia. Por exemplo, constatar que a região de Massachusetts é uma região de forte migração brasileira nos Estados Unidos, ou que, apesar do nome ufanista, os Patriots representam os patriotas da Guerra de Independência dos Estados Unidos, e não os imperialistas de após segunda metade do século XIX. Mas são mesmo racionalizações, enfim.


E eu não gosto do Seattle Seahawks. Também um sentimento totalmente irracional. Sei que não simpatizo com o quarter back dos Seahawks, Russell Wilson, mas não sou capaz de explicar porquê. Eu precisaria ser analisado.


Para chegar ao Super Bowl, os Seahawks venceram o Green Bay Packers. O que achei uma lástima. Eu gosto dos Patriots, e simpatizo com os Packers. Num jogo entre Patriots e Packers eu nunca sairia triste. Num jogo entre Patriots e Seahawks, eu ficaria chateado com uma derrota dos Patriots.


Em 2007/2008 os Patriots fizeram uma campanha memorável. Ganharam quase todos os jogos que disputaram. A lamentável exceção foi justamente a derrota para o New York Giants, no Super Bowl XLII.


Depois disso, assisti às temporadas subsequentes, e, sempre que possível, o "Super Bowl", pela televisão.


Este ano foi diferente. Por deferência de minha esposa, que pagou os ingressos, fomos assistir ao jogo no cinema.


E é uma experiência interessante.


Logo na entrada havia dois jovens com a camiseta do Aaron Rodgers, o principal jogador do Green Bay Packers. O Green Bay Packers não foi ao Super Bowl porque foi derrotado pelo Seattle Seahawks, como foi dito acima. Pude ver um rapaz com camiseta do Patriots. E ainda um com camiseta do Pittsburg Steelers, que também não chegou ao Super Bowl. Pouco antes do início do jogo vi entrar no cinema um rapaz com camiseta do Seattle Seahawks. Ele estava acompanhado de um outro com camiseta do Grêmio Portoalegrense.
Ou seja, há bastante gente interessada no futebol gringo por aqui. Inclusive com interesse o suficiente para comprar camisetas e bonés dos times da competição. Muitos reunidos numa sala de cinema em sua admiração pelo jogo da bola oval bicuda.


Mas assistir uma partida de futebol americano pode ser uma atividade cansativa. Como eu disse, são quatro tempos de 15 minutos, com um intervalo de cerca de 15 minutos entre o segundo e o terceiro quartos. Em tese, setenta e cinco minutos. Contudo, como o cronômetro é parado em diversas circunstâncias ja explicadas, não é incomum que um jogo dure mais de  três horas. Assim, pense que o cinema abriu a sala por volta de 20h30min. Às 21h começou a transmissão da ESPN Brasil para o cinema. Por volta de 21h30min começou o jogo, que terminou logo após à 1h da madrugada.


A equipe de transmissão foi composta pelo narrador Rômulo Mendonça, e pelo comentarista Paulo Mancha. Paulo Mancha é um especialista em futebol americano da emissora. Muitos dos textos que expõem a história, e os times do esporte na ESPN Brasil são redigidos por ele. E Rômulo Mendonça é um narrador com tremenda verve humorística. Para quem acompanhou pela televisão, a equipe foi composta pelos mais tradicionais e menos histriônicos, Everaldo Marques, narrador, e Paulo Antunes, comentarista.


E, resumindo muito, o primeiro tempo (primeiro e segundo quartos) do jogo foi de 14 pontos para cada equipe. O segundo tempo (terceiro e quarto quartos) foi de 14 pontos para os Patriots, e 10 para os Seahawks. Placar final: Patriots, 28; Seahawks, 24. Um jogo equilibrado e cheio de emoções.


O primeiro ataque dos Patriots se frustrou à beira da End Zone, quando um passe de Tom Brady para touch down foi interceptado. Depois o Patriots conseguiu fazer 14 pontos, enquanto os Seahawks tinham apenas 7, mas tinham a posse da bola, e menos de um minuto para atacar. Pois os Seahaeks conseguiram pontuar em menos de um minuto, e levaram o empate para o intervalo.


No intervalo, uma apresentação de Katy Perry. Faz tempo que as apresentações no intervalo do Super Bowl são espetáculos musicais impressionantes. Com Perry não foi diferente, em cerca de vinte minutos a moça cantou e encantou. Terminando seu mini show com "Firework", e, sim, com fogos de artifício fechando o show.


O segundo tempo traria mais emoção. Próximo do final, o jogo estava 28 a 24 para os Patriots, mas o Seahawks atacavam. E quando faltava pouco mais de um minuto para o final do jogo, o quarter back dos Seahawks fez um longo lançamento, o lançamento foi interceptado pela defesa dos Patriots, parecia que era um passe incompleto, mas a bola caiu na barriga do atacante do Seahawks, Kearne, e ele agarrou a bola, um passe mágico. Quase inacreditável.  Com isso os Seahawks ficaram a uma jarda da end zone, e dificilmente não virariam o jogo, ainda mais depois de um lance de sorte como esse.


Contudo, no lance do jogo, o defensor dos Patriots, Malcolm Buttler, conseguiu ler a intenção de Russell Wilson, e interceptou o passe destinado a Ricardo Lockette. Isso a 20 segundos do final do jogo. Uau!


Para quem aprecia o esporte, foi um jogaço, com muita emoção até o final.


E eu fiquei especialmente feliz por ter visto os Patriots vencer.



12, 19/02/2015.

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