Muchas gracias!


O que esperamos quando vamos ao médico? A cura de algum mal, provavelmente.

Mas, e se não houver cura? Pelo menos se não houver cura até o momento, apesar de tudo o que a medicina evoluiu nos últimos dois séculos? 

Bom, é possível a redução de danos. A diminuição da velocidade com que nos dirigimos ao abismo (sim, porque o abismo está lá, a gente vai chegar mais cedo ou mais tarde). 

Foi assim que após um checape, lá pelos inícios dos meus quarenta anos, a médica clínica geral do ambulatório do plano de saúde da firma me encaminhou, com certa urgência, para uma endocrinologista. 

Foi assim que me tornei paciente dessa doutora. Ela tem um nome longo. Vamos facilitar e chamá-la apenas de Dra. Denise Barros. E ela tem uma fiel escudeira, a Dona Cleusa, a recepcionista que está com ela desde a primeira vez que cheguei ao consultório, e lá se vão quase quinze anos. 

Nesse período foram vários exames clínicos. Vocês sabem, não? Exames de nossas secreções e excreções. E algumas ecografias. 

Duas ou três consultas por ano. Talvez tenha havido ano com mais de três consultas. Aumento de número de consultas significava que os índices de saúde mostrados pelos exames não eram favoráveis. Eu sempre acho que é alguma rebelião das glândulas. Sempre me achei um paciente bem comportado. 

Duas ou três consultas por ano. Vez por outra uma recalibragem na medicação. De um comprimido por diário no início do tratamento (lembremos: há quase quinze anos), para uns oito hoje em dia. 

Apesar do aumento de pílulas, acredito que o tratamento é um absoluto sucesso! São quinze anos sem danos secundários da síndrome. Síndrome metabólica, incluindo diabetes e dislipidemia. 

Então é isso. Por anos tenho sido amparado naquele consultório no bairro Menino Deus. Tendo passado inclusive pelos anos da peste (covid-19, 2020-2021).

Escrevo porque nessa última consulta, agora em janeiro de 2023, me senti mais amparado que nunca. 

A conversa derivou sobre a melhor época para uma nova colonoscopia. Sobre ser o momento de consultar ou não outra especialidade. Tudo isso sem paternalismos (no caso de uma médica, talvez eu devesse falar em maternalismos), ou autoritarismos. A conversa fluiu como se eu estivesse com uma amiga, quiçá em uma mesa de bar. Embora no consultório não pudesse haver chope ou espumante. 

Quando saí, tive a impressão que havia se passado bem mais que o tempo de uma consulta normal. Saí com um certo senso de felicidade. 

Obrigado, doutora Denise, por estar cuidando de mim por todo esse tempo. Obrigado, dona Cleusa, por facilitar que esse cuidado aconteça. 

Obrigado a vocês. 


06, 07/03/2023.

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