2 de março de 2023


Por que intitular um texto com uma data? Porque esse tipo de texto tem se tornado muito frequente desde o ano passado aqui no blogue. 

Desde as rondas boêmias percorridas após os encontros para lermos e nos estimularmos nas crônicas que escrevíamos em homenagem a Moacyr Scliar. 

Talvez seja a influência, boa ou má, cada um(a) decide, da Carol. Talvez a Carol goste de se ver como personagem. 

Há isso. Os amigos podem ser personagens. E são exatamente isso, personagens, porque o autor não sabe o que vai realmente no íntimo de cada amigo. As pessoas sabem de si, pelo seu eu, talvez diria Freud, pelo seu ego. Um antigo professor de filosofia, crente, diria que só Deus conhece o íntimo de cada um. Eis aí mais um bom motivo para Deus existir, saber a verdade mais íntima de cada um. 

Como o autor não conhece o íntimo de cada amigo/personagem, ele volta a pensar como São Paulo, “agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como em espelho” (1 Coríntios 13:12). Um espelho em metal escovado, diga-se; diferente dos tão límpidos espelhos que costumamos usar hoje em dia. 

Posso pensar ainda em uma música que tem como título uma data, “1º de julho”, composta por Renato Russo, na voz tão potente de Cássia Eller. Inclusive, pelo que entendi, canção de Renato Russo para Cássia Eller, quando da gravidez dela.

Pois bem. No final da tarde de quinta-feira passada, 2 de março de 2023, após uma consulta odontológica, eu passei em um boteco para fazer um lanche. 

Depois me dirigi ao Apolinário, onde deveria encontrar o Gian para discutir detalhes de meu livro de crônicas escritas durante a pandemia. É um livro que ninguém vai ler, mas que eu gostaria de publicar. Ok, talvez algumas poucas, muito poucas pessoas, leiam, mas se colocarmos dez ou vinte ou trinta leitores como um numerador, e digamos, 180 milhões de brasileiros aptos a ler como um denominador, matematicamente é como se ninguém lesse. 

Quando cheguei ao Apolinário, além do Gian, estava lá o Tiago. E também o Jairo. Jairo quer publicar em livro uma coleção de poemas escritos por seu falecido pai. A propósito, Jairo é professor de História. Eu sou formado em História. 

A postos no Apolinário, o Rodrigo e o Vagner (Wagner?), os garçons. 

Logo o Jairo foi embora e chegou o Willy para nos falar de sua vida portuguesa. 

Não demorou muito e chegou a Carol. Nossa advogada ficcionista e incentivadora de relatos como este aqui. 

A verdade é que o meu livro nem foi uma pauta tão importante nessa noite. 

Foi uma entre outras, apesar de termos feito algumas combinações e planejamentos. 

Continuamos a falar de nossos passados. Ou de literatura. Ou de cinema. E cinema pode incluir séries que outrora eram feitas para a televisão e hoje são feitas para aplicativos de vídeos sob demanda. 

Tiramos fotos. O Vagner (Wagner?) foi convocado a tirar fotos de nós. 

Bebemos. Petiscamos. E assim foi se passando a noite. 

Tiago se foi. 

Carol teve que acudir a filha. 

O Apolinário fechou. 

Gian foi para casa a pé. Willy e eu dividimos a corrida de aplicativo para nossas casas.


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06, 07/03/2023. 

Comentários

  1. Datas são bons títulos para os tais recortes do cotidiano... Por outro lado, é um recurso com ares de preguiça. E agora, José? Abração!

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