Aniversários Imaginários


20 de outubro. Aniversário de minha irmã. Ela faria 73 anos este ano. 

Eu novamente iria à casa da Cefer, onde encontraria uma mesa com uma torta doce, uma torta fria salgada, salgadinhos, entre eles a pizza caseira, talvez alguns doces, cerveja, refrigerantes, chá, provavelmente de maçã. 

Encontraria talvez algumas amigas dela, que estivessem confraternizando. Liana, Isa, Dóris... 

Isa um caso pouco comum de uma amizade herdada. Sim, Isa comparecia aos aniversários de minha mãe. E o tipo de celebração de aniversário de minha mãe não seria muito diferente. A mesma torta doce, a mesma torta fria, a pizza caseira, os doces, a cerveja, o refrigerante, o chá. Na mesma casa da Cefer. A diferença é que o aniversário de mamãe era em 3 de fevereiro. Em 2020? 95 anos. Possível. Difícil, mas possível. 

O pai? Já não sei o que seria servido no seu aniversário. Talvez uma caipirinha ou várias. Até a língua ficar pastosa, e minha mãe reclamar que ele já tinha bebido até a língua ficar pastosa. Talvez cerveja, ou talvez vinho. Quem? Eu, Linda, Emanuel. Mamãe, por óbvio. Lúcia talvez (ou ela ainda estaria no Rio de Janeiro?). 104 anos em dezembro próximo. Possível? Sim. Mas dificílimo. Papai um macróbio? Papai morreu com 73. E 30 anos se passaram voando. 

Nunca chamei meu pai de papai, nem minha mãe de mamãe, a não ser em meus textos.

Quantos aniversários terei antes que me encontre a indesejada das gentes? 

Quando me reunirei aos meus que me esperam?


19/10/2020. 

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