Sessão de Autógrafos na 61a Feira do Livro de Porto Alegre


Sessão de Autógrafos na 61a Feira do Livro de Porto Alegre


Na 61a Feira do Livro de Porto Alegre, finda há nem tanto tempo assim, acabei por ir a duas sessões de autógrafos numa mesma noite. E as situações não poderiam ser mais contrastantes.


A primeira, na própria barraca das sessões de autógrafos estava praticamente vazia.


Compreensível. Um autor regional, com um livro técnico, não atraiu muita atenção. E, sendo um livro técnico, é possível que até os familiares de nosso autor tenham se eximido de marcar presença para prestigiar o autor.


Apesar de sua aparente solidão, o autor parecia animado, e me tratou com toda a cortesia, com uma bela dedicatória. Devo ter sido o primeiro potencial leitor a comparecer.


Depois disso, perguntei sobre uma nova coleção de crônicas, organizada por Rubem Penz, "Cobras na Cabeça", uma homenagem aos quarenta anos das cobrinhas criadas por Luís Fernando Veríssimo. Na banca de venda de livros para serem autografados, informaram que essa sessão de autógrafos seria no porão do Memorial do Rio Grande do Sul, antigo prédio dos Correios, e lá estavam sendo vendidos os exemplares para serem autografados. E estavam mesmo.


Como eu disse, o contraste não poderia ser maior.


Se na barraca de autógrafos, eu senti a solidão do autor cujo livro eu havia comprado, aqui o ambiente era bem outro.


A começar para quantidade de autores. Dezoito (Nesse caso, havia mais autores, que leitores na sessão que eu estivea anteriormente). Cada um tendo trazido parentes e amigos, eu imagino que devia haver bem umas cem pessoas a espera dos autógrafos. Sim, porque uma obra coletiva requer autógrafos de todos os autores. E, ao menos um amigo ou conhecido de cada autor, parava para uma conversinha, um abraço mais apertado, um aperto de mãos mais demorado. Resultado: uma fila que se movia lentamente, bem lentamente.


De quebra, na minha frente na fila estava um adolescente, acompanhando a mãe dele, que não parava de mexer no espertofone, para conferir cada novidade do feice. O rapaz não parecia minimamente interessado no que estava ocorrendo ao redor. Só estava ali para acompanhar a mãe mesmo. Eu me perguntava por que ele não estava circulando, ou sentado em algum lugar, em vez de atrapalhar um pouco mais a fila.


A fila. Como eu disse, ela andava lentamente.

Mas andava. Depois de um tempo que me pareceu demasiadamente demorado, eu havia pego os autógrafos de todos os autores, e, inclusive, perguntado sobre relações de parentesco de uma autora com uma antiga colega de trabalho - o marido da autora era primo de minha ex-colega, mas o relacionamento não era muito próximo. Eu também colaborara um pouco para a fila se arrastar.


Enfim, tempos depois, com dor nas pernas pelo tempo em que permaneci em pé, pude ir embora. Tendo vivido duas experiências bem diferentes nestas sessões de autógrafos.




15/12/2015.

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