61a Feira do Livro de Porto Alegre


61a Feira do Livro de Porto Alegre



Desde que pude, comecei a frequentar a Feira do Livro de Porto Alegre, que existia antes de mim, e, possivelmente continuará após mim. Deve fazer mais de trinta anos.


No início, eu gostava muito de garimpar boas ofertas nos balaios. Sempre havia, ainda há, coisas muito boas nos balaios da Feira.


E sempre comprava uma quantidade relativamente grande de livros, algo como mais de dez a cada edição.


Livros são instrumentos de educação; sabedoria, para quem puder encontrá-la; e prazer.


Contudo, eles ocupam espaço. E se você tem muitos livros, você tem muitas partes da sua casa ocupada por livros. Foi o que aconteceu comigo.


Houve um momento em que eu brincava com as pessoas, informando que estava realizando um experimento científico, acumulando livros em casa. Eu estava experimentando quantos livros eu poderia ter em casa, antes de causar o desabamento do prédio em que moro. Brincadeirinha!


Acompanhando a Feira há muitos anos, devo dizer que já vi edições maiores, com mais barracas, e mais gente circulando. Os tempos mudam. Muitos saites da internet oferecem descontos agressivos em livros. A lógica por trás disso é que muitos desses saites vendem de tudo, e se conseguirem atrair o consumidor com um livro a preço baixo, pode ser que este comprador acabe levando também um computador, ou uma TV de tela plana, o que compensa o desconto para o livro, e gera lucro para o saite.


A curva demográfica também está mudando, com a população em geral ficando mais velha, e não querendo sair de casa para ir até a Feira.  Ou talvez já tenha acumulado muitos livros ao longo da vida.


Mas a Feira permanece como um grande evento cultural da cidade. Nas pouco mais de duas semanas da Feira, autores mais e menos famosos realizam suas sessões de autógrafos. Os mais animados, realizam palestras que têm boas audiências. E há mesmo escritores que se permitam compartilhar suas experiências com outros aspirantes a escritores, com oficinas de escrita. E ainda há as apresentações musicais nos finais de tarde, próximos à tenda dos autógrafos.


Comprei alguns livros. Dois de autores portoalegrenses. E três de autores latino americanos, na área internacional. Monterosso, Cortázar, Vargas Llosa, Octávio Paz, Juan Rulfo, tanta gente escreveu tanta coisa boa, que não possível não se comover, tanto pela existência dessas obras, quanto pela impossibilidade de ler tudo em uma vida apenas.


Mas vamos tentando. Tentando ler. E tentando retornar à Feira do Livro de Porto Alegre.


10/12/2015.

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