Hamlet, com Thiago Lacerda


Hamlet, com Thiago Lacerda


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Neste sábado, 25 de maio, fui ver a montagem da peça “Hamlet”, de Shakespeare, com direção de Ron Daniels, e o ator Thiago Lacerda no papel principal.

A peça conta com elenco estrelado, incluindo Antônio Petrin, como o pai assassinado de Hamlet. Há também Eduardo Sermejian, como Cláudio, o tio-padrasto de Hamlet, Roney Facchini como Polônio, um conselheiro da corte, Anna Guilhermina, como Ofélia, a namorada de Hamlet, e Selma Egrei, como a rainha. São quatorze atores em cena, alguns fazendo mais de um papel.

É um espetáculo longo, cerca de 2 h 45 min, com direito a intervalo de 15 minutos.

E Hamlet é uma peça bastante conhecida, embora provavelmente mais falada, que vista ou lida. Dessa peça há aforismos amplamente divulgados, tais como "Fraqueza, teu nome é mulher!", ou "Há mais mistérios entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia", e, é claro, "Ser ou não ser, eis a questão". Não obstante, ser conhecida e citada, eu mesmo não sabia como era a peça. Nunca a havia lido, nem havia visto qualquer apresentação, ou mesmo alguma adaptação para o cinema. Assim, ver a peça foi uma revelação. Para não falar muito, é aquela peça de Shakespeare em que o personagem principal, Hamlet, é confrontado pelo fantasma do pai, o rei da Dinamarca, para vingar seu assassinato, com graves consequências.

E a companhia teatral é boa. Thiago Lacerda se mostra um ator teatral de bons recursos, bem além de um rostinho bonito. Sermejian, Facchini e Petrin também têm muito boas atuações.

A única estranheza foi a roupagem contemporânea aplicada à montagem. Como se sabe, “Hamlet” é uma peça escrita na passagem do século XVI para o XVII, num período chamado de “elizabethano”, por conta do reinado de Elizabeth, ou Isabel como talvez dissessem nossos amigos portugueses. Mas a montagem não usa caracterizações do século XVI. O figurino dos atores é contemporâneo, no máximo, se pode colocar os figurinos no início do século XX, o que pode parecer estranho, como foi dito antes. O fantasma do rei assassinado em suas aparições lembra mais um presidente da república contemporâneo que um rei que tivesse governado a Dinamarca no século XVIII. Quem mais se aproxima da caracterização de séculos atrás é o próprio Hamlet, mais por conta de seus trajes sombrios, reflexo dos questionamentos que afrontam a personagem.

Foi uma boa montagem. Acredito que tanto quem conhecia, quanto quem não conhecia a peça, pode aproveitar bastante a peça.

No encerramento, todo o elenco agradeceu o público, e informou que Porto Alegre estava recebendo as últimas apresentações desta montagem da peça. As últimas apresentações. Uma pena que a temporada esteja terminando.


29/05/2013.

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