Diário - Final da leitura das Confissões de Santo Agostinho

Diário - Final da leitura das Confissões de Santo Agostinho

Finalmente terminei a releitura das Confissões de Santo Agostinho.

Eu havia registrado o início da releitura em 14/03/2011, o que significa que a releitura demorou três meses, o que me parece muito, mas tem suas explicações. É mais difícil de atravessar As Confissões que um romance policial, por exemplo.

Na primeira parte da obra Agostinho rememora sua vida, desde a mais tenra infância até sua conversão a Jesus na Igreja Católica do final do século IV. E isso poderia ser o fim da obra. A biografia de Santo Agostinho, escrita pelo irlandês Peter Brown, questiona o porquê dela não terminar ali.

Se fosse apenas um livro de memórias, ou uma auto-biografia terminaria ali, mas Agostinho achava que tinha mais a dizer.

Na segunda parte, Agostinho se entrega a uma série de reflexões altamente especulativas sobre Deus e as Escrituras. Neste sentido a obra se transforma de um livro de memórias para a especulação filosófica e uma espécie de apologética cristã. Na conta das especulações filosóficas podemos colocar os questionamentos de Agostinho a respeito da memória humana, e a análise que ele faz sobre o caráter do tempo.

Na conta da apologética cristã, está sua análise das Escrituras, em especial sobre o livro do Gênesis e a narrativa da criação divina.

Quem quiser conhecer o pensamento cristão católico em seus inícios precisa ler esta obra. Isto é, o pensamento cristão católico está em seus inícios com Agostinho, mas justamente em Agostinho ele alcança já um alto grau de maturidade, pois quatro séculos de pensamento cristão o antecedem. O bispo africano vem coroar com sua obra, uma sucessão de autores que vão moldando o caráter do cristianismo que, afinal, se tornou a religião predominante no ocidente.




15/06/2011.

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