A ternura dos ursos pardos


Como se sabe, ursos pardos fizeram parte do Presépio. 

Estavam lá junto com as vacas, as cabras, as ovelhas, os burros, os camelos, galinhas e galos. À época já eram domesticados. Não é possível esquecer que uns novecentos anos antes do nascimento de Jesus, após uma maldição do profeta Eliseu, ursas mataram 42 rapazes naquela parte do mundo. 

É isso que explica a onipresença de ursos por todo lado aqui no sul da América do Sul, nesta nossa valerosa Porto Alegre. 

Posam sentados, com seus, talvez três metros de altura. Sorrisos discretos. Muitos com toucas de Papai Noel. 

Estão espalhados pelas lojas da principal rede de supermercados da região. E também na porta dos principais shopping centers. 

Fazem companhia aos papais noéis, estes com seus casacos vermelhos e botas para frio. Muito afim com o verão que acompanha o Natal no hemisfério sul do mundo. 

E aí é que está. Os ursos estão por todo lado, mas as demais figuras do presépio foram esquecidas. 

Não há muito o que fazer. 

O Natal se tornou essa celebração ecumênica, com troca de presentes que movimenta o comércio, mas que bem pouco lembra do aniversariante. 

Não há muito o que fazer. Que assim seja então. 

Feliz Natal! Feliz Ano Novo de 2026! 


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21, 23/12/2025.

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