Efemérides de números redondos, mãe
Oi, mãe.
Escrevo em 24 de novembro de 2025. Semana passada comentei com o Emanuel e com a Linda que estavam se completando trinta anos da tua partida. Para citar o chavão, trinta anos de saudades. Trinta anos para eu exorcizar os meus rancores e cultivar as boas lembranças.
E é muito curioso, mãe, que nasceste em 1925 e morreste em 1995. Então nesse ano de 2025, farias 100 anos, se estivesses conosco.
Linda tem uma lembrança muito marcante de ti, da tua intervenção na época do nascimento do Emanuel em 1988. Linda pensa que ela e o Emanuel estão vivos também por causa da pressão que fizeste enquanto ela estava internada se recuperando do parto, e os médicos esperavam que o útero dela expelisse naturalmente a placenta, o que não acontecia.
Acho que a Linda se lembra de tua intervenção para que os médicos agissem para que o Emanuel nascesse. Eu me lembro da tua intervenção pressionando para que fosse feita rapidamente uma curetagem que estancasse a hemorragia a que a Linda estava submetida.
Em todo caso foi importante que estivesses lá. A mulher mais experiente ajudando um casal com o seu primeiro filho. Sim, seria o único. Teu único neto. Que continua aqui. E também sente saudades.
Enfim, coisas que pensei. Cem anos. E trinta anos. Trinta anos se fossem bodas de um casamento, seriam bodas de pérola.
Repetindo o chavão, são trinta anos de saudades, mãe.
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24, 25/11/2025.

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