Diário – leituras – Santas de Casa


Já se vão dois meses e alguns dias desde que li o livro Santas de Casa, de Fátima Farias. 

Poderia de se chamar “contos, crônicas e memórias de uma menina de Bagé e de Porto Alegre”, pois nele estão entrelaçadas as lembranças da infância e juventude no município do sul do Rio Grande do Sul e de tempos posteriores na capital. 

E são muitas lembranças. Das árvores frutíferas no pátio de casa. Das caminhadas para a escola (e depois a reflexão sobre a geografia alterada no reencontro desse caminho). Das conversas e dos silêncios das mulheres da família (mãe, vó, tias… as santas que dão nome ao livro). Do racismo sofrido pelo pai (ele era um dos músicos que animavam bailes em sociedades em Bagé, mas não podia frequentar essas mesmas sociedades – lembra do filme Green Book?). 

Sendo que, me parece, a partir dessas memórias podemos generalizar o tipo de vida que levavam pessoas semelhantes em Bagé, no sul do Rio Grande do Sul, e em Porto Alegre, sua capital, na periferia do Brasil. 

Um livro para lembrar da formação da autora, e honrar seus familiares e antepassados. E conhecer por dentro vivências de pessoas, que não fosse a escrita de Fátima Farias, não conheceríamos. 


FARIAS, Fátima. Santas de Casa. Porto Alegre: Libretos, 2023. 



25/12/2023, 07/02/2024. 

Comentários

  1. Muito Agradecida, é sempre uma alegria sermos citadas em espaços literários.
    Fico muito feliz que o livro tenha essa representatividade avançando na intenção de espalhar afeto denunciando violências disfarçadas causadas pelo Racismo.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Poemas de Abbas Kiarostami na Piauí de Junho/2018

Sessão de Autógrafos - A Voz dos Novos Tempos

Feliz aniversário, Avelina!