Diário - leituras - Greve de Sexo
Por esses dias terminei de ler o livro "Greve de Sexo", uma antologia de crônicas, de Rubem Penz, publicada em 2016. Me parece que o livro é uma seleção de crônicas, de sua colaboração com o jornal Metro de Porto Alegre.
Nesse aspecto, ele tenta escapar da temporalidade das notícias de jornal, o que faz relativamente bem. Se há crônicas ligadas ao noticiário, elas mantém certo frescor.
O livro tem seu inconveniente também. Isto é, a crônica eleita para batizar o livro, como se pode constatar, se chama "Greve de Sexo", e para completar a capa é ilustrada com o corpo de uma mulher nua, o que suscita, à primeira vista, uma grande carga erótica, além de constrangimento para algum leitor tímido (posso imaginar alguém improvisando uma sobrecapa de papel pardo para o livro). Tremendo estelionato! A crônica comenta uma greve de sexo feita por mulheres no Togo, o que evoca, claro a antiga comédia Lisístrata. Mas não, a crônica não tem muito de erótico. Tem bastante de conversa de amigos de bar. Enfim...
Ri bastante quando Rubem emulou um grupo de cronistas porto-alegrenses na crônica "A Marquesa Saiu Às Cinco Horas III".
Fiquei intrigado com a crônica "Sobre Boatos, Benefícios e Obrigações". Estaria Penz deixando de lado a solidariedade social de lado? Ele não o diz, mas conta uma certa parábola do pãozinho ao mendigo e o relaciona com benefícios sociais aos miseráveis deste país. Que cada um leia a crônica e tire suas conclusões. Ele mesmo diz que toca num vespeiro ao comentar o assunto.
Pensei na nossa capital da província e sua comparação com cidades europeias, a especulação imobiliária e a infraestrutura, em "A Cidade Feita Sobre Rascunhos".
Esses são apenas alguns exemplos.
São umas cinquenta crônicas neste volume.
Eu gostei bastante do livro. Talvez o livro melhor do autor, dentre os que li dele.
25/09/2019.
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