Diário - leituras - Minha Bela Putana


Nas leituras de notícias semanais, faz algum tempo li sobre o lançamento de uma biografia do jornalista e escritor Wander Piroli. Soube então que ele era considerado um dos grandes contistas do Brasil na segunda metade do século XX. Infelizmente, como tanta gente, foi relativamente esquecido.

De qualquer maneira, me interessei e fui atrás. 

Já li um pequeno livro infantil de Piroli, "O Matador". Embora eu já não seja criança, gostei do livreto, que doei a um pai com filho em tempos de alfabetização. 

"Minha Bela Putana" se enquadra na literatura adulta de Piroli. Publicado na década de 1980, aborda a vida noturna de então, na grande Belo Horizonte. Bordéis, boates, automóveis e motéis. Apesar de ambiente supostamente boêmio, é um mundo sem glamour, triste até, entre não-amores, amores que não podem ser consumados, e pessoas solitárias e em busca de algum conforto e sentido para suas vidas. A linguagem é direta, mas, apesar do título, raramente obscena ou pornográfica. 

São dezenove contos neste volume. O título do livro vem de um dos contos. Nesse caso, um conto de atmosfera que fica entre o onírico e o fantasmagórico. Como na maioria das histórias do livro, sobre um homem e uma mulher.

O conto que mais me chamou a atenção foi "Pela Última Volta". Claro, sobre um homem e uma mulher. Nesse caso sobre um homem que chega quase na hora do bordel fechar, atrás de uma das mulheres da casa. 

São boas histórias. Curtas, diretas na sua maior parte. O vocabulário é simples, sem que os contos sejam simplistas. Enfim. Bom livro, mas não excepcional, como pensei que seria o caso. 

PIROLI, Wander. Minha Bela Putana. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984. 

11/11/2018.

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