Prier pour Paris


Prier pour Paris



Paris, a capital da França, é capaz de evocar muitas lembranças, mesmo para quem, como eu, nunca esteve lá.  A chamada "Cidade Luz" é uma referência em diversas artes.


As reformas da segunda metade do século XIX, lideradas pelo Barão Haussmann, foram as primeiras a remoldar as áreas centrais de uma capital europeia, sem que alguma catástrofe a tivesse atingido (caso de Londres ou Lisboa, por exemplo). Abertura de largas avenidas e a criação de parques se tornaram referência em urbanismo. E ela conseguiu se manter como uma cidade de prédios baixos, o que valoriza aquele monumento de ferro fundido que é a Torre Eiffel.


Paris serviu de modelo para reformas urbanas em outras cidades. Rio de Janeiro e Buenos Aires tiveram remodelagens de seus núcleos centrais inspirados pela capital francesa.


Na literatura posso me lembrar de personagens interessantes que tiveram suas histórias narradas em Paris. O protagonista de "O Jogo da Amarelinha", de Júlio Cortázar, Horácio Oliveira, perdido no mundo em Paris, sem saber o que fazer com sua vida, e sem atividade profissional, apenas preocupado em encontrar sua parceira Lucía, e ouvir discos de jazz e beber vodka barata com seus amigos, por exemplo.


Paris também do alcoólatra que passa os dias a perambular pela cidade, na novela "A Lenda do Santo Beberrão", de Joseph Roth. Ele busca devolver a uma santa, um dinheiro que acha que recebeu indevidamente. Uma jornada longa, cheia de frustrações.


No cinema, apenas em filmes produzidos pelos Estados Unidos, os exemplos são inúmeros. Por exemplo, "Casablanca", um filme supostamente ambientado no colaboracionaista Marrocos francês, mas que imortalizou a frase "Nós sempre teremos Paris".


E há poucos anos tivemos "Meia-Noite em Paris", que é uma ode à cidade, e sua força de atração a todo tipo de artista, a começar pelo protagonista do filme, Gil, mas também Scott Fitzgerald, Gertrude Stein, Hemingway, Dalí, e outros. Ou Júlio Cortázar e Joseph Roth.


Ah, Paris, Paris! Cidade Luz!


Na sexta-feira, 13 de novembro de 2015, Paris foi novamente atacada por terroristas. Mais de 120 mortos, mais de 300 feridos.


Por estes dias é tempo de orar por Paris.



16/11/2015 - Crônica feita durante a Oficina Santa Sede de Primavera, com Rubem Penz.

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