Diário - cinema - Malévola


Diário - cinema - Malévola


Tenho a impressão que li em algum lugar, tempos atrás, que o diretor brasileiro Fernando Meirelles, quando estava filmando a versão cinematográfica de “Ensaio sobre a Cegueira”, quando tinha alguma dúvida, ou algum problema, focava a câmera no rosto da atriz Julianne Moore.

Essas declarações me vieram à cabeça ao assistir o filme “Malévola”, filme da Disney, dirigido por Robert Stromberg, que dá uma nova versão, cheia de ressignificados, da animação “A Bela Adormecida” da mesma Disney, de 1959.  Há tantos closes em Angelina Jolie, bem maquiada, aprimorada digitalmente, irretocável, que me parece que cada vez que o diretor tinha alguma dúvida, focava o rosto de Angelina.

“Malévola” (ou “Maleficent”, no original, Estados Unidos, 2014) é um filme de fantasia que, como foi dito antes, oferece uma nova versão para a animação “A Bela Adormecida”. Uma nova versão cheia de alterações e novas significações.

“Malévola” neste caso não é uma feiticeira despeitada, que amaldiçoa uma criança porque não foi convidada para o batismo da criança. É uma fada poderosa, responsável por defender seu reino, uma floresta onde habitam diversas criaturas mágicas, contra a ambição dos homens. E ela amaldiçoa a criança por conta de uma traição que sofre.

Entre os diversos ressignificados, podemos começar pela própria Malévola. Ela tem chifres e asas, coisas que a fazem ficar parecida com a imagem mais comum do próprio diabo, o opositor de Deus. Mas ela não é alguém mau. Pelo contrário, está sempre preocupada com as criaturas que vivem ao seu redor.

Seu fiel escudeiro é um corvo, que ela livra de homens que o caçavam, e transforma em homem. Ele se chama “Diaval”, que em inglês soa bastante parecido com “devil”, ou, demônio. Diaval se torna o olho de Malévola para espionar amigos e inimigos.

Neste filme o mal não está encarnado no despeito de uma feiticeira ou fada, mas na ambição dos homens que querem tomar conta de tudo, que buscam poder e riqueza.

E por fim, o filme procura novo significado para o que seria amor verdadeiro.

É um filme razoável. Não há nenhuma atuação dramática destacada. E há o rosto de Angelina, mostrado a todo momento, e sempre inalterado. Elle Fanning como a princesa Aurora, e Sharito Copley, como o rei Stefan não comprometem. E claramente é um filme para crianças. Não há mortes muito explícitas, exceto uma, embora haja algumas batalhas bastante violentas.

Basicamente um filme família, para o casal ir ver com as crianças em idade de alfabetização.

Razoável.


08/06/2014.

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