Conferindo a Copa do Mundo em Porto Alegre
Conferindo
a Copa do Mundo em Porto Alegre
Neste domingo resolvi, com mulher e filho, ir até
o estádio Beira-Rio para ver o clima de Copa do Mundo. Afinal,
depois de 64 anos, como todo mundo diz, Porto Alegre volta a receber
jogos de uma Copa do Mundo de Futebol. Não conseguimos comprar
ingressos, mas a curiosidade era a respeito de como estaria o clima
por lá.
Partimos de casa e pegamos um ônibus. Uma linha
transversal que liga a zona norte à zona sul da cidade. No ônibus
foi possível constatar que vários dos passageiros se dirigiam
também ao estádio. Possíveis torcedores com camisas do
Internacional de Porto Alegre, do Grêmio, da Seleção Brasileira, e
alguns com camisas da Seleção Francesa. Não reparei em ninguém
com camisas da Seleção Hondurenha.
A viagem de ônibus foi tranquila. O ônibus não
chegou a lotar.
Triste foi ver as obras paradas (certo, era um
domingo) na Avenida Protásio Alves, onde deveria estar o corredor de
ônibus remodelado para supostas linhas rápidas. As obras deveriam
estar prontas como melhorias de mobilidade na cidade para a Copa do
Mundo, mas avançam a ritmo de cágado, sem previsão de conclusão.
A viagem teve seu trajeto alterado por conta do
“caminho do gol”, isto é, a Avenida Borges que ficou toda
fechada, desde o centro da cidade até a Avenida Padre Cacique. Por
conta disso, o ônibus teve o trajeto um pouco alongado.
Desci do ônibus na Praça Itália, que fica ao
lado do Shopping Praia de Belas. E dali começou nossa caminhada rumo
ao estádio.
Já na Praça Itália, vimos dois helicópteros da
Brigada Militar, a polícia militar do Rio Grande do Sul, parados por
ali. Aproveitei para fotografar os veículos aéreos.
No caminho para o Beira-Rio, pela Borges, o
“caminho do gol”, havia várias pessoas indo. Curiosamente
algumas também estavam voltando. Isso por volta de duas e meia da
tarde. Meio cedo para voltar também.
Mas logo descobrimos o possível desalento. Na
altura do Viaduto Dom Pedro I, ou esquina com a José de Alencar,
havia uma barreira da Brigada, mais de 500 metros antes do estádio.
A alegação era a segurança do estádio, pois sempre havia o risco
de manifestações contrárias ao evento. E aquela distância
permitia um certo perímetro de segurança para a Brigada.
Certamente era um perímetro de segurança, mas
acabou também por ser um perímetro de exclusão.
Caminhamos até a Avenida José de Alencar.
Realmente não havia local onde a passagem fosse permitida. O aparato
de segurança incluía policiais a cavalo, uma verdadeira unidade
móvel com câmeras, e um ônibus da polícia civil identificado como
“delegacia móvel”.
Apesar do perímetro de segurança longe do
estádio, a impressão era que havia bastante gente se divertindo por
ali. Pessoas fantasiadas, em grupo, se fotografando, bebendo. Dali a
pouco apareceu um trio elétrico. Não que muita gente começasse a
dançar, mas estava valendo.
Havia inclusive um grupo de crentes com camisas
amarelas como a da Seleção Brasileira, mas nas costas em estava
escrito “John”, como se fosse o nome do jogador, e “3:16”
como se fosse o número do jogador. Referência o versículo 16, do
capítulo 3 do Evangelho segundo João (“John 3:16”), um
versículo que muitos crentes tem como o coração da Bíblia Cristã.
Tentamos ver se era possível pelo menos enxergar
o estádio, indo até a Avenida Edvaldo Pereira Paiva, a nossa
Avenida Beira-Rio. Para isso atravessamos o Parque Marinha do Brasil.
Mas chegando lá, a própria Avenida Beira-Rio estava interditada,
isolada por grades de ferro, guarnecidas por policiais militares.
Vimos uma pequena beira do Beira-Rio apenas...
Ao atravessar o Parque Marinha vimos um terceiro
helicóptero da Brigada estacionado por ali. De fato, estávamos
seguros. E a Brigada Militar tem uma esquadrilha que está além do
que eu imaginava.
Aproveitamos que estávamos na Edvaldo Pereira
Paiva, e voltamos, ao longo das barreiras, em direção ao Anfiteatro
Pôr-do-Sol, local da “Fan Fest FIFA”.
Caminhando por ali, pudemos ver, ao largo do
Parque Marinha do Brasil, o rebocador “Tritão” (“R21”)
ancorado no meio do Guaíba. Guaíba que já foi rio, estuário, e
ultimamente tem sido chamado de lago, você escolhe. O rebocador
Tritão controlava o acesso ao estádio por meio fluvial (fluvial?
lacustre?) a partir do norte. Acredito que a corveta “Imperial
Marinheiro” (“V15”) estivesse controlando o acesso fluvial a
partir do sul. Ambas as embarcações têm estado atracadas no cais
central de Porto Alegre por estes dias.
Por terra, por ar ou por água, havia forças de
segurança. Realmente estávamos bem seguros.
A “Fan Fest”, como eu disse, era no Anfiteatro
Pôr-do-Sol. O anfiteatro é um palco aberto. Para a Copa, ele foi
cercado, e o acesso se dava através de catracas. A entrada era
gratuita. Na entrada principal havia uma certa aglomeração. Um
pequeno “funil” foi duradouro ali. Mas nada que atrapalhasse quem
estivesse disposto a curtir o cercadinho.
Em volta da “Fan Fest” havia policiais a pé,
a cavalo e em viaturas. Havia até um pelotão do choque de prontidão
por ali, para alguma eventualidade. Realmente estávamos bem seguros.
Uma curiosidade ali foi um cidadão com uma
bicicleta que parecia saída do início do século XX direto para os
nossos dias.
Depois de andar ao redor da “Fan Fest” fomos
para o Shopping Praia de Belas fazer um lanche. Que ninguém é de
ferro. Ou como dizia a minha mãe, “saco vazio não para em pé”.
A partida que aconteceu neste domingo no estádio
Beira-Rio era entre França e Honduras. A França venceu o jogo por
três a zero.
Houve notícia de um grupo de manifestantes que se
reuniu no Parque Farroupilha e que queria se dirigir ao estádio
Beira-Rio, mas foram impedidos pela Brigada Militar, e se dispersaram
pelo bairro Cidade Baixa.
A Copa está acontecendo.
Voltamos para casa com o ônibus da mesma linha
que havia nos trazido. Ele partiu da Praça Itália, ao lado do
shopping. Lotado.
16/06/2014.
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