Diário - cinema - Gonzaga, de pai para filho


Diário - cinema - Gonzaga, de pai para filho


Final de semana passado (27/10/2012) fui assistir ao filme "Gonzaga, de paia para filho". O filme é uma cinebiografia da relação de "Gonzagão", Luiz Gonzaga, o "rei do baião", e "Gonzaguinha", Luiz Gonzaga Júnior, filho do rei do baião e compositor de sucesso da Música Popular Brasileira no final dos anos 1970 e início da década seguinte; filme baseado no livro "Gonzaguinha e Gonzagão", de Regina Echeverria.

A grande queixa que li dos resenhistas do filme é que o diretor dá bastante espaço para o dramalhão, levando o espectador às lágrimas em diversas sequências. Afirmam que o filme poderia ser mais sóbrio. É verdade, talvez o filme pudesse ser mais sóbrio, e o diretor abusa das sequências dramáticas. Em todo caso, acho que boa parte dos espectadores está esperando um pouco por isso, pelo dramalhão.

Se tal como narrada no filme, e imagino que igualmente no livro, não foi uma relação fácil. Luiz Gonzaga foi um pai omisso, que preferia estar em turnê fazendo shows a cuidar da eventual monotonia das relações familiares. Além disso, vivia sob a sombra de uma suspeita de infidelidade da mulher, mãe de seu filho.

Mas, para além disso, o filme conta histórias de superação. De um homem que sai do semi-árido de Pernambuco com quase nada, e acaba por alcançar o sucesso na então capital do país. O título de "Rei do Baião" é único.

E também por parte do filho há superações. Da perda precoce da mãe, da ausência do pai, da tentação da marginalidade no morro onde foi em parte criado. Por fim ele também alcança sucesso musical nacional, independente do pai, e em gênero musical distinto.

Os atores não comprometem, e a narrativa flui de maneira agradável.

E há, claro, as músicas, sejam as nordestinas de Luiz Gonzaga, sejam as da MPB de Gonzaguinha. Mas o filme não é um musical, é uma cinebiografia. As músicas estão lá, mas não são centrais à trama.

Ao final, o filme recupera algumas imagens do acervo familiar, dando um toque de documentário, a um filme que teve liberdades de obra ficcional.

Um bom filme. Acredito que quem for vê-lo haverá de gostar.

No meu caso, para um sábado à noite, o cinema estava quase vazio. Confortável para quem estava na sessão, mas acho que não fez justiça ao filme.



31/10/2012.



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