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Mostrando postagens de março, 2025

Diário – show – Papas da Língua Re.união – 30 anos

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Se passam os dias. Não. Esta forma está errada. É gramaticalmente incorreto iniciar frase com pronomes reflexivos átonos. Por isso, ninguém deveria começar uma frase à pessoa amada, dizendo “te amo”. Então, passam-se os dias. Ou, os dias se passam. E assim lá se vão quinze dias desde que assisti o show Re.união dos Papas da Língua, celebrando os trinta anos de carreira da banda.  O show aconteceu na sexta-feira, 14 de março de 2025, no Auditório Araújo Vianna. Marcado para às 22 h, começou realmente por volta de 22:30 e foi até quase uma da madrugada. Umas duas horas de show.  Os Papas da Língua são Sergio Moah, Léo Henkin, Zé Natálio e Fernando Pezão. Além deles, o tecladista Cau Netto é presença constante, mas não tenho certeza se é membro oficial da banda.  O show ainda teve a participação de um guitarrista / violonista convidado, cujo nome me fugiu.  E já pela hora do bis recebeu como convidado no palco Alexandre Carlo, vocalista da Natiruts.  O show começou...

Celebração de 15 anos da Oficina Literária Santa Sede, Crônicas de Botequim

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No momento em que escrevo, já se passaram duas semanas desde a celebração dos 15 anos da Oficina Literária Santa Sede, Crônicas de Botequim. Como é sabido, a Oficina é uma criação do Rubem Penz. Se houvesse uma celebração dessas todo ano, eu poderia apelidá-la de “Rubempalooza”!   Essa celebração ocorreu em um sábado, 8 de março de 2025, um dia tórrido nos estertores do verão porto-alegrense. De fato, o pico de uma onda de calor que tomou conta da cidade naqueles dias. A comemoração se deu por meio de um workshop, no Edifício Força e Luz (que chegou a ser chamado de Centro Cultural CEEE Érico Veríssimo), na Rua dos Andradas.  O workshop começou com uma palestra do cronista Eduardo Affonso. Affonso vive no Rio de Janeiro e escreve para o jornal O Globo. Além disso, oferece sua própria oficina de crônicas, que se dá por meio virtual, online. Na divulgação do workshop, a palestra de Affonso foi chamada de aula magna. De fato, ele falou sobre a crônica e sobre a trajetória de...

Márcio Souza, escritor amazonense

Pensei em chamar este texto de “Márcio Souza, escritor amazônico”, mas fiquei receoso que ficasse parecendo grandioso demais; excessivo.  Sou do tipo de pessoa que costuma comprar livros, sem a intenção de lê-los imediatamente. Já disse e repeti isso. Compro livros e os guardo, esperando por um momento em que eu ache oportuno iniciar a leitura. Um desses gatilhos é a morte do escritor. Pode parecer meio tétrico, mas não acho. É um motivo como qualquer outro. Ruim mesmo é não ler. Usei esse critério, por exemplo, para ler As Meninas, de Lygia Fagundes Telles . E agora voltei a usá-lo para iniciar a leitura das obras de Márcio Souza que estavam por aqui, aguardando a vez de serem lidas.  Iniciei por Galvez, Imperador do Acre; depois li Mad Maria.  Achei interessante que este escritor amazonense tivesse escrito esse dois livros, basicamente em função do Acre. Afinal, Galvez é sobre a tomada do Acre, território que pertencia à Bolívia e foi incorporado ao Brasil; e Mad Maria ...

Junto e misturado: Dia de São Patrício e o Carnaval Extemporâneo de Porto Alegre em 2025

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Neste ano de 2025 aconteceu essa coincidência no calendário de eventos de Porto Alegre. Depois de o prefeito – aquele sob o qual Porto Alegre foi afogada no ano passado – ter proibido o Carnaval, durante o período de Carnaval, sob a orientação do Ministério Público, no bairro boêmio da Cidade Baixa – relatos dão conta que a Brigada Militar reprimiu com violência tentativas de celebração na madrugada de sábado, 1º de março passado  – , as escolas de samba e outras entidades porto-alegrense realizaram seus desfiles nas noites de 14 e 15 de março, na passarela do Porto Seco, na zona norte da cidade.  Bem, aconteceu que esse final de semana é o final de semana que antecede o Dia de São Patrício, ou, em bom português, o Saint Patrick’s Day, o santo padroeiro da Irlanda. E o Saint Patrick’s Day costuma ser um evento que tem sido celebrado em Porto Alegre, mais ou menos desde o início desse século XXI. A data é aproveitada pelas pequenas cervejarias e pubs temáticos, que usam a celeb...

Se passam os dias e vai terminando o verão de 2025

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Eu gosto dos dias de verão. São dias solares, dias mais longos, dias com mais horas de sol.  Já disse isso, e agora estou repetindo. Mesmo que tenhamos ondas de calor, como essa que nos afligiu entre o final de fevereiro e o início de março.  Os dias abrasadores. Os dias de Forno Alegre. Temperaturas de 36º e sensação térmica de 40º. Dias em que, se é necessário realizar alguma atividade na rua, que a atividade seja realizada antes das nove horas, ou depois das dezesseis. Provavelmente melhor, depois das dezessete.  Mas verão também é para enfrentarmos ondas de calor. Talvez não em março. Talvez não tão intensas. Talvez o calor excessivo se deva à crise climática.  No sul da província de Buenos Aires, na vizinha Argentina, uma frente fria que encerrou a onda de calor por lá, gerou uma tempestade em que choveu em um dia a metade da média para um ano todo. A cidade de Bahía Blanca alagou a ponto de um hospital precisar ser evacuado.  Felizmente, quando por aqui ch...

Diário – leituras – Mad Maria

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Mad Maria é o segundo livro de Márcio Souza que leio em pouco tempo. O anterior foi Galvez, Imperador do Acre , cuja leitura foi concluída há pouco mais de um mês. Com isso, acredito que finalizo as leituras de livros desse autor que eu tinha armazenado em casa, e que resolvi ler por conta do seu relativamente recente falecimento.  Só me faltaria encontrar algum outro livro escrito por ele perdido por aqui, mas acho que não vai acontecer.  Mad Maria narra a construção de um trecho da ferrovia Madeira-Mamoré, ferrovia esta que foi construída no início do século XX, como parte de um acordo do Brasil com a Bolívia. Por meio desse acordo, o Brasil assumiu a soberania sobre o território do Acre, cedeu uma parte de terras próximas de onde hoje estão Acre e Rondônia à Bolívia e se comprometeu a construir uma ferrovia. Essa ferrovia seria construída para facilitar o escoamento da exportação de mercadorias bolivianas pela Amazônia até o Oceano Atlântico.  Mad Maria é o nome que fo...

Diário – leituras – Ikigai: os segredos dos japoneses para uma vida longa e feliz

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  Adquiri esse livro mais com o desejo de uma vida feliz do que de uma vida longa.  Eu não tenho certeza se é uma obra de autoajuda. Os autores não dão fórmulas mágicas, mas mostram detalhes do estilo de vida de alguns japoneses, e não só de japoneses, para que os leitores possam buscar uma vida feliz, talvez longa, até porque em parte o fato da vida estar sendo feliz pode levá-la a ser, a vida, longa. Não posso dizer que o livro não cumpre o que promete. Até porque, estritamente, ele não promete nada mesmo, apenas mostra estilos de vida.  É um livro um pouco exótico, porque se trata de dois autores espanhóis apresentando um modo de viver dos japoneses, em especial de okinawanos. E, bem, o livro poderia se resumir às dez leis do ikigai, que estão no capítulo final, mas aí o livro não seria o livro, mas uma lista de dicas para o bem viver. Então há toda uma série de discussões e digressões para que o livro possa ser um livro. E no final nem me pareceu que fosse tão bom ass...

Diário – leituras – Dora, Dorinha

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Dora Dorinha é uma antologia de textos escritos por Dora Marize Bittencourt Almeida, mais conhecida como Dora Almeida; Dorinha para os íntimos. Se trata de uma mulher nascida em Dom Pedrito, próximo à fronteira com o Uruguai, e que resolveu se aplicar à arte da escrita depois de ter lecionado Matemática por cerca de quarenta anos.  Este livro é uma homenagem a Dora Almeida, editado por conta de seu recente falecimento, acontecido, se não me engano, no final de setembro de 2024. Se tratam de crônicas e contos que estavam espalhados por livros de coletâneas e mesmo online, e que agora foram compilados neste volume, com curadoria de Giancarlo Carvalho e Dóris Almeida. Dóris é professora e filha de Dora. Giancarlo foi colega de Dora em oficinas literárias e se tornou um admirador do trabalho dela.  Os textos nos trazem uma escritora talentosa. Se tivéssemos um mercado de literatura mais maduro, mais desenvolvido, os escritos de Dora Almeida bem poderiam ser divulgados como escrito...

Teve Carnaval no Carnaval de 2025

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E o Carnaval no Carnaval de 2025 nem foi por causa do Carnaval em si.  Acontece que uma produção brasileira, pela primeira vez, ganhou o Oscar de filme estrangeiro. E casualmente coincidiu que a data da Festa do Oscar ficou junto com o nosso Carnaval. Ainda Estou Aqui foi o primeiro filme brasileiro a vencer na categoria de Melhor Filme Estrangeiro. Ele também concorria nas categorias Melhor Filme e Melhor Atriz, com Fernanda Torres. Dificilmente uma produção ganharia como Melhor Filme e Melhor Filme Estrangeiro na mesma premiação, embora não me pareça impossível, nem incoerente. E Fernanda Torres perdeu, mas só a indicação já consagrou-a. De qualquer maneira Torres já foi melhor atriz em Cannes, há quase quarenta anos; e já venceu o Globo de Ouro por melhor atuação dramática, justamente com Ainda Estou Aqui.  Eu, no meu melhor espírito carnavalesco, não acompanhei a premiação do Oscar. De fato, apesar de recentes aberturas como a vitória do sul-coreano Parasita na categoria d...