Tendo como mote o amor entre Nozinho, ou Lindonor Santana, jovem órfão negro, afilhado do narrador desta história, e Raquel, filha de uma família de judeus que se estabeleceu no Rio de Janeiro, então Capital Federal, no início do século XX, este livro do escritor, pesquisador e compositor Nei Lopes, se apresenta como uma espécie de Romeu e Julieta carioca. Mas, de fato, pelo seu vasto elenco de atores e acontecimentos, o livro me parece muito mais um inventário, centrado na comunidade preta (negra? afrodescendente?) daquele início de século. O livro trata com leveza, de maneira até risonha, os sofrimentos e a marginalização sofrida por esse povo. Nessa história de Nei Lopes, os negros já eram historicamente marginalizados. E o que me pareceu novidade é que a comunidade judaica, de imigrantes oriundos em sua maioria da Europa Oriental, também era um grupo então estigmatizado, com o antissemitismo da época. Nesse contexto, Nozinho, esse rapaz esperto, percussionista, e c...