Diário - cinema - Bacurau


Fui ver "Bacurau" (Brasil/França, 2019) sábado passado, 28/09/2019. 

É um filme difícil de classificar. Mistura drama, suspense e mesmo alguma ficção científica, mas certamente as grandes referências são os spaghetti-westerns, da década de 1960, e os filmes de cangaceiros brasileiros da década anterior. 

Mostra bastante violência, além das cenas de nudez e insinuação de atos sexuais, então, "tirem as crianças da sala". 

Bacurau pode ser descrito como um vilarejo, ou um distrito do município de Serra Verde, no oeste de Pernambuco. Ali aparentemente os habitantes vivem em paz, em certa utopia comunitária. Há também certa disputa pelo recursos água na região. A introdução do filme informa que os acontecimentos estão em um futuro próximo. 

A paz da comunidade é quebrada quando começam a acontecer coisas estranhas como a vila não ser encontrada nas imagens de satélite. Depois o sinal de telefonia celular falha. Depois habitantes do local encontram uma chacina numa fazenda vizinha ao povoado. 

Denunciado como "esquerdista" por alguns comentaristas, o filme é uma obra aberta a vários tipos de interpretação, inclusive a distopias como a série "Jogos Vorazes". Sim, há brincadeiras de tom esquerdista, mas é preciso prestar atenção para percebê-las. Talvez uma alma desarmada não perceba. 

Achei os gringos do filme meio clichês. Bom, talvez os antagonistas em filmes tendam a ser meio clichês. 

E há um sertão muito mais verde do que eu poderia esperar, como, aliás, diz um dos personagens do filme. 

É um filme bastante interessante, divertido. Vale ser visto. Destaques para o ator Silvero Pereira, como Lunga, e o alemão Udo Kier, como Michael. 

30/09/2019.

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