Pequena reflexão sobre o inverno de 2016

Pequena reflexão sobre o inverno de 2016


Costumo dizer que o inverno em Porto Alegre acaba quando os passarinhos começam a cantar no início da madrugada, duas ou três da manhã, animados porque o pior do frio haveria passado.  

Senti uma manifestação dessas na madrugada de dois para três de setembro, o que poderia marcar o sinal do início do fim do inverno. Mas foi um momento fugaz. Não ouvi os passarinhos muito animados pelas madrugadas de setembro. Claro que isso pode tanto dizer respeito ao recolhimento dos passarinhos, quanto à minha incapacidade de ouvi-los.  

Neste 2016 tivemos um dos invernos mais frios em muitos anos. Tivemos muitas notificações de gripes sazonais e tipo A, inclusive com alguns óbitos. E eu tive uma série de problemas de saúde. Não sei se atribuo isso ao inverno mais frio, à idade avançando, ou a ambos.  

Provavelmente é devido a ambos.  

Foi também o inverno em que se consumou o golpe de estado parlamentar. O golpe de estado copiado do Paraguai, onde uma maioria eventual no Congresso destitui um presidente eleito, no caso do Brasil uma presidenta eleita, sem necessidade de crime de responsabilidade nenhum, apenas com campanha dos meios de comunicação, Rede Globo e Grupo Folha à frente, e a vontade do presidente da Câmara dos Deputados, o inefável Eduardo Cunha, rompido com a presidenta e seu partido.  

Enfim, hoje é dia 28. Já se passou mais de uma semana desde o início da primavera, dia 22, e continuamos a ter noites e manhãs frias, em um clima que se parece mais com o outono, que com a primavera propriamente dita.  

O inverno terminou, mas o frio resiste a ir embora.


28/09/2016

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