Leituras na Piauí - Agosto de 2014 - "Onze Ideias que deram em nada"


Leituras na Piauí - Agosto de 2014 - "Onze Ideias que deram em nada"




A edição de agosto de 2014 da revista Piauí, número 95, contém alguns textos bastante interessantes, mais ou menos como é comum, e como é a proposta da revista.

Destaques para as abordagens sobre a Copa do Mundo realizada no pais, tanto o fracasso futebolístico, em texto de Nuno Ramos, quanto nas manifestações contra a Copa, relatadas por Ciro Oiticica.

Eu gostei em especial do texto de Reinaldo Moraes, "Último telefonema para o cronópio", onde ele relata sua admiração juvenil pelo escritor argentino Júlio Cortázar, analisa parte da obra do argentino, e conta inclusive um encontro entre os dois. Tudo isso por conta centenário de Cortzar neste agosto de 2014. Foi o primeiro artigo que li na revista, e inclusive pensei em resumir para publicar aqui. Mas na verdade seria difícil fazer uma publicação digna dentro do mês, como seria o caso, para o aniversário do argentino. O texto de Reinaldo Moraes é divertido e, um pouco, emula as narrativas de seu ídolo de juventude. Mais vale ler o próprio texto de Reinaldo Moraes, que um resumo que eu produzisse.

Mas achei surpreendente o texto, ou os textos, de Antonia Pellegrino, "Onze Ideias que deram em nada".


Como diz, são “onze ideias que deram em nada”. Então, temos um texto com onze subtítulos, cada um com uma ideia, com tamanhos variáveis, falando de coisas que não deram certo. Começando por uma estranha “ideia de desejo”, passando por uma “ideia de ressentimento”, onde a autora faz a contabilização de um caso de amor que não deu certo.


Fala sobre a “ideia de ir aos índios”, e de como essa ideia acabou por falhar. Avalia a memória, e tentar resgatar a “ideia de memória”. Não vou citar todas essas ideias que deram em nada.


Vou destacar apenas mais a “ideia de um lago com carpas”, onde em quatorze parágrafos a autora relata o empreendimento de construir um lago para povoá-lo com carpas no quintal de casa, esse sonho de inspiração japonesa. Todo o investimento no sonho, os gastos com engenheiros e empreiteiros. As frustrações e os imprevistos.


Por fim, vou citar a “ideia de catecismo”, segundo Antonia Pellegrino. Em uma frase, como ela fez: “Rezava para dormir, hoje se masturba”. Desconcertante.


Como eu disse, o texto mais surpreendente desta edição de revista Piauí.


24/09/2014.

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