Diário - leituras - As Aventuras de Pi


Diário - leituras - As Aventuras de Pi


Depois de ter visto o filme "As Aventuras de Pi", versão do diretor Ang Lee, para o livro homônimo, e também motivado pela polêmica entre o livro de Yann Martel e o livro "Max e os Felinos", de Moacir Sclyar, resolvi ler o livro que deu origem ao filme.

Livros e filmes são obras diferentes, mesmo que uma se baseie na outra. O filme "O Nome da Rosa" conta uma história um pouco diferente da narrada por Umberto Eco no romance homônimo. E o filme Parque dos Dinossauros é bem diferente do livro de mesmo nome, escrito por Michael Crichton, mesmo com Crichton trabalhando como roteirista para o filme. Talvez principalmente por isso.

Assim, o livro de Yann Martel é um pouco diferente do filme de Ang Lee. Só um pouco.

O livro pode aprofundar detalhes da religiosidade singular de Piscine Patel, com detalhes não possíveis no filme. E o livro conta mais coisas. Sem contar nos enfoques diferentes.

Se o filme é um conjunto de imagens grandiloquentes e maravilhosas, e uma obra que pode parecer comovente para crentes, o livro é mais sombrio, mais questionador. Ou talvez não, e a questão acabe se colocando pelo esforço devido à cada uma das atividades, isto é, leva-se cerca de duas horas para ver um filme, e, no meu caso, alguns dias para ler um livro. Como a leitura é feita com pausas, é possível refletir e questionar mais o que é apresentado no livro.

De qualquer maneira ambos, o filme e o livro, contam a história de um rapaz que sobrevive ao naufrágio de uma navio cargueiro no Pacífico, e precisa passar muitos dias num bote junto com um tigre. Mas há diferenças na maneira como essa história é contada.

O título que as obras receberam em português é interessante. A obra original de Yann Martel se chama "Life of Pi", "Vida de Pi", e se não estou enganado, esse é literalmente o título em português nas primeiras edições brasileiras. Virou "As Aventuras de Pi", uma liberdade que não tira o sentido da obra. Mas pelo conteúdo poderia tranquilamente ser também "As Desventuras de Pi", levando em consideração que a personagem Pi Patel não escolheu passar pelos eventos pelos quais passou, ele foi levado por circunstâncias que lhe causaram bastante sofrimento.

O livro é bom, e a leitura flui, embora tenha havido um ou outro momento em que a narrativa gerou um certo cansaço. Mas, enfim, foi bom ter lido.


MARTEL, Yann. As Aventuras de Pi. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2012. Tradução de Maria Helena Rouanet, para "Life of Pi".



30/04/2013.

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