Dois meses do incêndio do Mercado Público de Porto Alegre


Dois meses do incêndio do Mercado Público de Porto Alegre

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Neste dia 6 de setembro fez dois meses que ocorreu o incêndio que destruiu parte do Mercado Público de Porto Alegre.
Quem acompanhou o incêndio pela televisão naquela noite de 6 de junho de 2013, pensou que o Mercado Público tinha acabado. Não foram poucas as manifestações de lástima por tão grande perda que a cidade possivelmente estava sofrendo.
Quando amanheceu as autoridades constataram que o dano era bem menor que se pensava, e que as imagens televisivas deram a entender. Foi destruído parte do piso superior e do telhado, mas a maior parte do piso térreo, o principal, com mais lojas e o mais visitado, não sofreu grandes danos.
O grande babado se deu por conta de uma coluna do cronista Paulo Santana, colunista do jornal Zero Hora, possivelmente o de maior circulação em Porto Alegre. Paulo Santana declarou simplesmente que a cidade deveria aproveitar o incêndio e implodir o restante do prédio, e construir um moderno centro comercial (“shopping”) com estacionamento, pois não é possível que nos dias de hoje, exista um centro de compras sem estacionamento. Uau! E eu comentei com o meu filho e com os meus botões que isso era infantilidade, que tal declaração queria causar polêmica para levantar a audiência e ajudar a vender jornal.  Já o jornalista Juremir Machado da Silva, colunista do concorrente jornal Correio do Povo, não foi tão benigno em suas conclusões; sem nomear Santana, disse que implodir o Mercado Público era uma ideia estúpida, e que o colunista do Zero Hora era “conhecido pela sua prepotência, pela sua arrogância, pela sua violência verbal, por ser rasteiro”. Por fim disse que Santana estava caduco.
Pois é...
Semanas depois do incêndio o Mercado já foi reaberto ao público. Por enquanto só o piso térreo.
O Mercado Público é um marco da cidade de Porto Alegre desde o final do século XIX, e de fato é um patrimônio histórico bem material da cidade. As primeiras fotos do Centro Histórico de Porto Alegre, lá pela década de 1860, já mostravam este marco da cidade, então com apenas um andar.
Eu sou cliente dos estabelecimentos do Mercado Público desde que comecei a trabalhar, já faz uns 30 anos. Fiz lanches e comprei pães na Copacabana, tomei cafés vários nas várias cafeterias do Mercado, almocei no Gambrinus, e comprei erva para chimarrão na Casa da Erva-Mate. Comprei erva novamente esta semana ainda, minha primeira ida ao Mercado após sua reabertura. Só não comi ainda o “violento mocotó” do Naval, se bem que me disseram que a qualidade do mocotó do Naval caiu. A conferir.
Enfim, o Mercado Público é um marco que tem servido de referência para os portoalegrenses há mais de um śeculo. Espero que sua futura restauração possa lhe fazer recobrar a glória de seus melhores dias.



06/09/2013.



Comentários

  1. Oi, Zé Alfredo!
    Que absurdo o que esse Sr. Santana propôs. Um patrimônio histórico que está na vida da cidade ser demolido para dar lugar à um shopping? Tremendo mau gosto e falta de cultura!
    Boa semana!!
    *Obrigada pelo link!
    Beijus,

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