Indo assistir à peça O Linguiceiro da Rua do Arvoredo


Indo assistir à peça O Linguiceiro da Rua do Arvoredo


Sábado, dia 11, véspera do dia dos pais, fui ao Teatro São Pedro para assistir ao espetáculo “O Linguiceiro da Rua do Arvoredo”, junto com minha mulher e filho.

A peça trata de um fato ocorrido na segunda metade do século XIX, aqui na cidade de Porto Alegre, que acabou elevado ao patamar de lenda urbana. Segundo o imaginário, José Ramos, habitante da cidade teria usado da sedução de sua mulher, uma migrante alemã, para seduzir e assassinar homens. Ainda segundo a lenda parte dos corpos das vítimas teria sido transformada em linguiça, por uma associação de Ramos, com um açougueiro da Rua Riachuelo.

Quando eu comentei que iria ao teatro para assistir uma peça relacionada ao assunto com alguns colegas, mencionei em tom de galhofa que a peça teria o patrocínio da Sadia, ou algum outro fabricante de linguiças e salsichões.

Pois não é que enquanto os espectadores esperavam na para entrar no teatro havia um rapaz e uma moça distribuindo pedaços de salsichão assados numa talha, junto com farinha de mandioca, tal qual aperitivo de churrasco? E não havia nenhum fiscal de saúde pública por perto para atestar a origem dos tais salsichões! Em todo caso, não me arrisquei a pegar nenhum pedacinho, apesar de parecerem bastante apetitosos. Nesse mundo louco, sabe lá, né?

Infelizmente houve alguns contratempos para assistir à peça.

Nós chegamos ao teatro por volta de oito da noite. O espetáculo deveria começar às nove. Havia uma fila imensa para entrar no espetáculo e ela ainda não estava andando. Como nossos ingressos eram para a plateia, que tem lugares marcados, não nos importamos com a fila e fomos à cafeteria do teatro. Que também estava com as mesas todas ocupadas a princípio. Quando liberou uma mesa, pedimos cafés e Coca-Cola. Quando terminamos as bebidas, faltavam uns 20 minutos para o início do espetáculo. Certamente a fila já deveria ter sumido, e poderíamos ir para nossos lugares.

Ledo engano. A fila imensa já começava a se mexer, mas não no ritmo necessário. Como eu já disse, uma fila daquele tamanho não fazia sentido. Mas como nós, porto-alegrenses, gostamos de nos achar mais educados que os demais brasileiros, aquela fila dava exemplo. Algumas pessoas se posicionavam na fila com resignação. Outras até com certa galhardia. Fazia sentido. A noite seria para se divertir mesmo.

Ah, a fila! Como os lugares da plateia são numerados, uma fila assim só faria sentido para acessar os camarotes e a galeria. Bem, mesmo na plateia o Teatro São Pedro tem improvisado as cadeiras extras, não numeradas. De qualquer maneira, para que não houvesse contratempos, havia duas coisas que poderiam ser feitas. Ou o acesso às acomodações do teatro poderiam ser liberadas mais cedo (como eu disse, oito horas, a hora que cheguei, o acesso ainda não havia sido liberado). Ou se poderia ter uma fila para os lugares não numerados e um acesso separado para os lugares numerados da plateia. Mas só havia um funcionário controlando o acesso.

Final dessa história: por conta dessa pequena desorganização só consegui entrar na sala alguns minutos após o seu início.

Mas tudo bem. A noite era para se divertir mesmo.


14/08/2012.


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