Diário - cinema - Um Conto Chinês


Diário - cinema - Um Conto Chinês

Acho que li em algum lugar que para os argentinos "um conto chinês" tem o mesmo sentido de "conto do vigário" para nós brasileiros. Um engodo, uma enrolação, uma trapaça.

Pois já se passaram alguns dias desde que vi o filme argentino "Um Conto Chinês" ("Un Cuento Chino"). Na verdade mais um belo filme argentino. Um filme que se apresenta sem grandes pretensões, mas que rende bons momentos de humor e dramáticos.

O filme começa com um chinês, Jun, vivido por Ignacio Huang, que num incidente trágico e absurdo perde sua noiva. Como não tinha família, resolve migrar para a Argentina à procura de um tio que teria naquele país.

Muda a cena e é mostrada ao espectador uma loja de ferragens, em alguma periferia de Buenos Aires. Roberto, vivido pelo ator Ricardo Darín, é o proprietário da loja, e junto da loja é sua residência. Roberto é um homem solitário às voltas com sua loja e suas idiossincrasias pessoais.

Em um momento de lazer, testemunha um chinês, aquele chinês que perdeu a noiva no início do filme, ser expulso de um táxi da capital portenha. Apesar da incapacidade de se entenderem por conta das diferenças de idiomas, Roberto resolve tentar ajudar o chinês. Claro que o envolvimento com o visitante recém chegado vai mexer com os hábitos do homem solitário de meia-idade que é Roberto.

E o filme é sobre isso. Sobre os valores sobre os quais geramos nossos hábitos e definimos nossos caráteres. Sobre as oportunidades que temos (e, às vezes, desperdiçamos), e as decisões que tomamos. E, de quebra, fala sobre solidão, amizade e amor.

Como eu disse no início, um belo filme argentino. Vale ficar na sala até o término de exibição dos créditos.






06/10/2011.

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