tag:blogger.com,1999:blog-56386546951200090572024-03-15T22:11:16.430-03:00Novas Voltas em Torno do UmbigoUm blog para que eu coloque apenas textos que eu escrevi, sucedendo o <a href="http://voltasnoporto.blogspot.com">Voltas em Torno do Umbigo</a> e o <a href="http://aindaamoscaazul.blogspot.com">Ainda a Mosca Azul</a>.
A minha miscelânea.
11/01/2011.José Elesbán http://www.blogger.com/profile/15011679489355080518noreply@blogger.comBlogger1463125tag:blogger.com,1999:blog-5638654695120009057.post-24968621179201457762024-03-14T22:13:00.008-03:002024-03-14T22:13:59.421-03:00Diário – cinema – Duna 2<p><br /></p><p><span style="font-size: large;">Após mais de dois anos, pude assistir a continuação de <a href="https://novasvoltasemtornodoumbigo.blogspot.com/2021/11/diario-cinema-duna-2021.html" target="_blank">Duna</a>, essa saga de ficção científica, baseada nos livros de Frank Herbert. </span></p><p><span style="font-size: large;">De fato, o filme é um pouco mais do mesmo, isto é, do filme anterior, com suas viagens espaciais, suas ordens religiosas, sua estrutura que me lembra o medievo europeu. Um pouco de jornada do herói para o protagonista Paul Atreides, um pouco de papel de messias indeciso também para ele – a religião tem papel importante naquela sociedade. E neste filme, com um pouco mais de ação. </span></p><p><span style="font-size: large;">Paul Atreides é totalmente incorporado ao exército fremen em sua resistência à exploração que a casa de Harkonen faz da mineração da especiaria, que está no solo do planeta Arrakis. E ali vai assumindo um papel de liderança. </span></p><p><span style="font-size: large;">Sobre a especiaria e outra substância que aparece no filme, fiquei pensando que essa humanidade imaginada por Herbert, Jon Spaihts e Denis Villeneuve, centenas de anos no futuro ainda precisa de drogas para viver. </span></p><p><span style="font-size: large;">Apesar de longo, com quase três horas de duração, o filme não chega a cansar. </span></p><p><span style="font-size: large;">A trilha sonora tem seus momentos espetaculares. </span></p><p><span style="font-size: large;">O final do filme pode ser o final da saga. Ou não.</span></p><p><span style="font-size: large;">Em todo caso, eu gostei. Quem gostou do filme da primeira parte da saga, de 2021, há de gostar deste filme também.</span> </p><p><br /></p><p>05, 14/03/2024.</p>José Elesbán http://www.blogger.com/profile/15011679489355080518noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5638654695120009057.post-89760419696212377372024-03-12T11:56:00.003-03:002024-03-12T11:56:26.094-03:00Cara Maria – XIV<p><br /></p><p><br /></p><p><span style="font-size: large;">Cara Maria,</span></p><p><span style="font-size: large;"><br /></span></p><p><span style="font-size: large;">Faz três semanas que não escrevo crônicas para o meu blogue. </span></p><p><span style="font-size: large;">A cada semana estão lá as palavras que usei para me referir a mim mesmo nesses dias: na primeira semana confuso; na segunda semana atrapalhado; por fim, na terceira semana bloqueado. </span></p><p><span style="font-size: large;">O último texto publicado, <a href="https://novasvoltasemtornodoumbigo.blogspot.com/2024/02/a-estranha-situacao-de-estar-enviando.html" target="_blank">em 13 de fevereiro passado</a>, era sobre um velho relógio que pertenceu ao meu pai. Meu pai falecido há 34 anos. </span></p><p><span style="font-size: large;">Naquele texto eu tive vontade de falar ao fantasma do meu pai sobre a floração das extremosas. Em fevereiro ainda havia uma floração exuberante nessas arvorezinhas. Mas acabei não falando das plantas com flores cor de rosa, por mais que eu quisesse. Não parecia fazer muito sentido naquele texto.</span></p><p><span style="font-size: large;">E agora as extremosas estão perdendo suas florezinhas. O outono vem chegando. </span></p><p><span style="font-size: large;">Acho que a minha confusão, a minha atrapalhação, e o meu bloqueio acontecem porque estou prestando atenção demais ao ataque de retaliação de Israel à Faixa de Gaza. Trinta mil mortos (e contando) é gente demais. É 1,3% da população que ocupava aquela região antes do ataque israelense. A maioria mulheres, idosos e crianças. Imagine uma invasão que matasse 117 mil gaúchos, ou 2,7 milhões de brasileiros, para compararmos percentuais da população. </span></p><p><span style="font-size: large;">Parece genocídio, embora muita gente vá argumentar que não se pode usar essa palavra, que teria um contexto jurídico. Aliás, o jornalista Sergio Rodrigues publicou recentemente um texto em que diz que <a href="https://colagensdoumbigoedamoscaazul.blogspot.com/2024/03/o-nome-disso-nao-e-genocidio-ok.html" target="_blank">isso não é um genocídio</a>, e busca palavras que possam descrever o que está acontecendo. Ele tenta: banho de sangue; carnificina; chacina; hecatombe; açougue; razia; carnagem; morticínio. Ele também usa a palavra massacre. </span></p><p><span style="font-size: large;">E talvez meu principal problema é que eu visse Israel com muita simpatia. Como podes lembrar, logo no início dessa crise, <a href="https://novasvoltasemtornodoumbigo.blogspot.com/2023/10/a-palavra-escrita-e-seus-poderes.html" target="_blank">me excedi em uma discussão</a>, e naquela discussão eu estava justamente defendendo Israel. Ver as forças armadas de Israel promoverem esse massacre me deixa triste, triste. </span></p><p><span style="font-size: large;">É um assunto que pode se alongar muito, muitíssimo. </span></p><p><span style="font-size: large;">Melhor parar por aqui. E repetir tuas palavras a respeito: <a href="https://mariaavelinagastal.com.br/index.php?pgn=texto&idtexto=1654" target="_blank">“ninguém pode aceitar, em nenhum momento da história, em nenhum lugar do mundo, um massacre da população civil como está acontecendo em Gaza. (...) Tem que parar.”</a></span></p><p><span style="font-size: large;">E por aqui eu paro. Espero que o morticínio pare também.</span> </p><p><br /></p><p>09, 12/03/2024.</p>José Elesbán http://www.blogger.com/profile/15011679489355080518noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5638654695120009057.post-10174623351128781932024-03-11T15:56:00.006-03:002024-03-11T15:56:50.891-03:00Diário – cinema – Ferrari<p><br /></p><p><br /></p><p><span style="font-size: large;">No domingo, 25 de fevereiro de 2024, estive em um cinema para assistir ao filme Ferrari. </span></p><p><span style="font-size: large;">É até engraçado que um nome tão forte, em relação ao automobilismo – podemos pensar na equipe de Fórmula 1, ou nos automóveis de luxo da marca – aborde um pequeno período de uma parte do ano de 1957 na vida no criador da marca, o “commendatore” Enzo Ferrari. Junto com ele, sua esposa Laura, sua amante Lina, e seu filho, fruto do relacionamento com Lina, Piero. </span></p><p><span style="font-size: large;">Nesse momento, 1957, a marca de automóveis esportivos de luxo passava por dificuldades financeiras. Para tentar superar os problemas Enzo Ferrari pensa em vender parte da empresa para uma montadora de automóveis maior, e também em vencer a “Mille Miglia”, tradicional competição automobilística pelas ruas e estradas da Itália. </span></p><p><span style="font-size: large;">Os papéis de Enzo e Lina são muito bem interpretados por Adam Driver e Shailene Woodley. Penélope Cruz se sai bem com sua Laura, mas me deu a impressão de uma personagem caricatural, sempre de cara amarrada, olheiras, mãos que não passaram por manicure, tudo que eu não esperaria de, talvez, uma das mulheres mais ricas da Itália naquele tempo. Esse caracterização caricatural da personagem tem que ter sido de caso pensado com o diretor, penso eu. </span></p><p><span style="font-size: large;">O filme faz uma bela reconstituição de época. Mostrando como o automobilismo era perigoso naquele tempo. Hoje esse esporte ainda é perigoso, mas em 1957 era muito mais, com pilotos que não usavam cintos de segurança, nem macacões antichamas. Em caso de choque o motorista podia ser lançado vários metros para longe do veículo. </span></p><p><span style="font-size: large;">Também, dentro dessa reconstituição de época, o filme mostra o caráter público da competição, que gerava aglomerações ao longo das estradas e ruas. Vez ou outra algum personagem fala dos perigos de cães, ovelhas e crianças à beira das trilhas da corrida. </span></p><p><span style="font-size: large;">Não sei o que pensaram os outros espectadores, mas eu não achei os modelos dos carros mostrados no filme tão luxuosos assim. Talvez tenha sido opção da produção. Ou descuido. Vai saber. </span></p><p><span style="font-size: large;">Voltando ao início do texto, Ferrari é uma palavra com muitos significados. O diretor Michael Mann conseguiu juntar a adrenalina da corrida e dos automóveis, com os dramas humanos associados. </span></p><p><span style="font-size: large;">Gostei bastante.</span> </p><p><br /></p><p>04, 11/03/2024.</p>José Elesbán http://www.blogger.com/profile/15011679489355080518noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5638654695120009057.post-77258348891894326662024-03-09T14:41:00.005-03:002024-03-09T14:41:34.014-03:00Diário – leituras – Caro Michele<p><br /></p><p><br /></p><p><span style="font-size: large;">Caro Michele é um curto romance de Natalia Ginzburg, escritora italiana nascida em 1916 e falecida em 1991. Foi publicado originalmente em 1973. A edição brasileira que li é da Editora Paz e Terra, de 1986, com tradução de Federico Mengozzi. Há edições brasileiras mais recentes. </span></p><p><span style="font-size: large;">Resolvi ler este livro porque o título me inspirou a escrever crônicas mensagens. Primeiro para minha amiga Maria, a quem já dediquei treze textos. Depois para minha amiga Carol, com dois textos. </span></p><p><span style="font-size: large;">Nos últimos tempos tenho lido mais de um livro simultaneamente. No momento, leio as memórias de Bono, do U2 (Surrender); o romance Saraminda, de José Sarney; a coletânea de contos de Nelson Ribas, chamada Arrabaldes; e um volume da coletânea de crônicas de viagens, de Cecília Meireles, cujo nome é, bem, Crônicas de Viagem 1. Conforme a justificativa do parágrafo anterior, Caro Michele acabou entrando na frente dos outros livros, e a prosa de Ginzburg me envolveu. Foi difícil largar o livro antes de chegar ao seu final. Além do texto fluente da autora, ajudou também que fosse um livro curto, 110 páginas nesta edição. </span></p><p><span style="font-size: large;">O livro conta a história de diversas pessoas de uma família de classe média na Itália do início dos anos 1970. Essa história é contada pela via das correspondências que os membros dessa família, e dos relacionamentos agregados, escrevem uns aos outros. Em alguns momentos um narrador se apresenta, preechendo algumas lacunas. </span></p><p><span style="font-size: large;">Caro Michele são as palavras da primeira carta, endereçada a ele, Michele, por sua mãe, Adriana. Michele é um jovem que aparentemente ainda não tomou um rumo muito definido na vida. Adriana é uma mulher de meia idade, separada do marido, o pai de Michele. Além desses dois, aparecem o pai do rapaz, as irmãs, um amigo de Michele, um homem mais velho chamado Osvaldo que acabará por se relacionar a família do jovem. Há ainda a personagem de Mara, uma jovem algo destrambelhada, que vaga por aquela Itália à procura de um lugar no mundo. Ela tem um filho recém nascido que talvez tenha Michele como progenitor, ou, talvez não. </span></p><p><span style="font-size: large;">São pessoas remediadas, como a família de Michele, ou pobres como Mara. Mas, em geral, confusas e tristes, ou, pelo menos, foi o que interpretei. </span></p><p><span style="font-size: large;">Além disso, a autora narra sutilmente um clima de radicalização política na Itália daqueles tempos. Tempos em que o Partido Comunista Italiano era forte, mas também tempos em que continuavam subsistindo fascistas. </span></p><p><span style="font-size: large;">Lateralmente ainda podemos perceber que Ginzburg nos informa sobre certa facilidade das viagens internacionais dentro da Europa. Além da Itália há cenas narradas na Inglaterra e na Bélgica. </span></p><p><span style="font-size: large;">E pelo menos uma coisa que me lembrou o Brasil: a necessidade de ter relações de amizade com alguém da companhia telefônica, para que uma linha fosse instalada. </span></p><p><span style="font-size: large;">Como eu disse, um livro que me fisgou, e que acho que vale a pena ser lido. De quebra, agora uso com mais propriedade, esse termo, “caro”, ou no meu caso, “cara”, em minhas crônicas mensagens. </span></p><p><span style="font-size: large;"><br /></span></p><p><span style="font-size: large;">GINZBURG, Natalia. <b>Caro Michele.</b> Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986. Tradução de Federico Mengozzi.</span> </p><p><br /></p><p>02, 09/03/2024.</p>José Elesbán http://www.blogger.com/profile/15011679489355080518noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5638654695120009057.post-62302935022968960322024-03-05T15:41:00.007-03:002024-03-05T15:42:17.441-03:0005/03/2024: sem publicação de crônica<p><br /></p><p><span style="font-size: large;">O blogueiro metido a cronista está se sentindo bloqueado. </span></p><p><span style="font-size: large;">Ele tem esperanças de, se tudo der certo, publicar uma nova crônica em 12 de março de 2024.</span></p>José Elesbán http://www.blogger.com/profile/15011679489355080518noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5638654695120009057.post-9702108952536246742024-03-05T15:32:00.001-03:002024-03-05T15:32:28.342-03:00Diário – leituras – Horas íntimas: Master Class Santa Sede para Vinicius de Moraes<p><br /></p><p><span style="font-size: large;">A gente lê uma obra e diz para si mesmo que daqui a pouco vai escrever alguma anotação a respeito. Quando vê, já se passou quase meio ano desde o final da leitura. Foi o que aconteceu comigo com o livro Horas íntimas: Master Class Santa Sede para Vinicius de Moraes. Eu adquiri o livro no seu lançamento, perto do final de 2021. Terminei de lê-lo perto do final de 2023 (e aqui um esclarecimento: eu não comecei a lê-lo imediatamente após a aquisição. Houve um bom espaço de tempo em que ele ficou na fila à espera de leitura). Estou escrevendo no final de fevereiro de 2024. </span></p><p><span style="font-size: large;">Horas íntimas é mais um livro produzido pela Oficina Literária Santa Sede, em suas masterclasses (e me dou conta aqui que costumo escrever “masterclass” assim, tudo junto, e aqui no título está “Master Class”, separado e com maiúsculas), que anualmente homenageiam cronistas. </span></p><p><span style="font-size: large;">Horas íntimas tem certas peculiaridades. </span></p><p><span style="font-size: large;">Como Vinicius é muito mais conhecido como poeta, inclusive tinha o apelido de Poetinha, este livro tem poesias como parte de seu conteúdo, e não apenas crônicas.</span></p><p><span style="font-size: large;">A segunda peculiaridade é que o livro foi desenvolvido no segundo ano da peste, isto é, da pandemia de covid-19. E isso se reflete em algumas das crônicas que compõem o livro, que comentam a epidemia. Ele acaba por ser, de alguma forma, um testemunho dessa época. </span></p><p><span style="font-size: large;">A terceira peculiaridade é que o livro foi produzido através de encontros virtuais, (já que a pandemia demandava disatanciamento social), uma sequência de videoconferências em que os cronistas se comunicavam. Mesmo que o livro se chame Horas íntimas, certamente em virtude do caráter da obra do homenageado, como diria nosso amigo Gian, Vinicius, mais do que alguns outros homenageados da Santa Sede, merecia uma oficina realizada no bar, como é a praxe quando não vivemos dias de apocalipse. Talvez o organizador da oficina, o Rubem, pense em uma segunda homenagem a Vinicius daqui a algum tempo. </span></p><p><span style="font-size: large;">Os textos, como em geral acontece com a curadoria do Rubem, são de boa qualidade. Alguns emulam bem Vinicius, alguns demonstram a influência do Poetinha, e em alguns outros, por fim, os autores tomaram as liberdades que o organizador permitiu. </span></p><p><span style="font-size: large;">Gostaria de destacar quatro dos, se não me engano, setenta e cinco textos do livro. </span></p><p><span style="font-size: large;">Um é o Soneto fúnebre do Rubem, Rubem Penz. Sim, Rubem compôs um soneto, uma poesia. Grande influência de, e homenagem a, Vinicius. </span></p><p><span style="font-size: large;">O segundo é Tristeza exponencial, a crônica-conto (conto crônica?) de Luca Boaz, suposta memória que nos dá um susto, e, de fato, nos enche de tristeza. </span></p><p><span style="font-size: large;">O terceiro é Amores seremos de Amélia Mano. Esse poema me remeteu às letras das canções de Chico Buarque. </span></p><p><span style="font-size: large;">Por fim, destaco o Soneto para Amada, que partiu, de André Hoffmeister. Outro soneto. Outra poesia. E nesse me pareceu que baixou um Vinicius em André. </span></p><p><span style="font-size: large;">Destaco quatro mesmo havendo setenta e cinco bons. Se eu escrevesse duas linhas para cada um, esse texto se espalharia pelo equivalente a mais quatro ou cinco páginas. Ficaria cansativo para mim e para quem lesse.</span></p><p><span style="font-size: large;">Vou me permitir reproduzi abaixo o soneto de André, de que gostei tanto. E com isso terminarei esse registro de leitura. </span></p><p><span style="font-size: large;"><br /></span></p><p><span style="font-size: large;">Soneto para Amada, que partiu</span></p><p><span style="font-size: large;"><br /></span></p><p><span style="font-size: large;">Pois se me foste norte, fiz-me vento</span></p><p><span style="font-size: large;">E em compasso lento voei o mundo</span></p><p><span style="font-size: large;">Rosa voltada ao meu amor profundo</span></p><p><span style="font-size: large;">Que tracejei por ti no firmamento</span></p><p><span style="font-size: large;"><br /></span></p><p><span style="font-size: large;">Pois se me foste chama, fui desejo</span></p><p><span style="font-size: large;">Inflamando em brasa esta gana tanta:</span></p><p><span style="font-size: large;">Clamar teu nome preso na garganta</span></p><p><span style="font-size: large;">“Amada!” – quanto mais, minha te vejo</span></p><p><span style="font-size: large;"><br /></span></p><p><span style="font-size: large;">Me atormenta agora, o tempo passado</span></p><p><span style="font-size: large;">(Vago só e perdido em sonho embaçado)</span></p><p><span style="font-size: large;">Se foi real a paixão que me deste…</span></p><p><span style="font-size: large;"><br /></span></p><p><span style="font-size: large;">Mas se num dia, ah meu Deus, tu voltares,</span></p><p><span style="font-size: large;">Essas cismas sumirão pelos ares</span></p><p><span style="font-size: large;">Pois me és amor, fiz-me teu inconteste</span></p><p><br /></p><p><br /></p><p>24/02/2024, 05/03/2024.</p>José Elesbán http://www.blogger.com/profile/15011679489355080518noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5638654695120009057.post-48268851248870637322024-03-02T22:58:00.004-03:002024-03-02T22:58:41.644-03:00Diário – cinema – Nosso Lar 2: Os Mensageiros<p><br /></p><p><br /></p><p><span style="font-size: large;">No início deste mês de fevereiro de 2024 que vai findando, estive em uma sala de cinema para assistir ao filme Nosso Lar 2: Os Mensageiros. Trata-se de uma obra de temática religiosa espírita kardecista, na qual alguns espíritos liderados por Aniceto, interpretado por Edson Celulari, engajam-se em projetos para melhorar o mundo e fazer o bem. Aniceto é um espírito evoluído já alcançou tal grau de maturidade espiritual que não necessita mais reencarnar. </span></p><p><span style="font-size: large;">O filme não me parece ter um enredo propriamente dito, mas um sequência de esquetes que podem, ou não, mostrar aspectos da doutrina espírita kardecista para os espectadores. Há momentos para exaltação de obras de caridade, há momentos para valorizar o poder do perdão, momentos para mostrar força na crença da evolução das pessoas, ou seja dos espíritos, etc. </span></p><p><span style="font-size: large;">Além disso, na minha opinião, há um outro problema, relacionado à religião: em muitas cenas, os atores parecem estar mais discursando que atuando, sendo que, sempre na minha opinião, nem todos parecem muito convictos do discurso, o que me fez achar esses momentos ruins.</span></p><p><span style="font-size: large;">Confesso que sou ignorante dos detalhes da doutrina kardecista, mas alguns bons valores podem ser apreendidos, não importa a religião. </span></p><p><span style="font-size: large;">Dito tudo isso, eu diria que é uma obra voltada para os adeptos dessa forma de religião. Olhando os espectadores ao fim da sessão de cinema, fiquei imaginando uma maioria de simpatizantes do kardecismo entre eles. </span></p><p><span style="font-size: large;">Talvez por ser voltado aos crentes da religião, o filme também não é muito didático sobre ela. </span></p><p><span style="font-size: large;">Talvez o fato de eu não ter visto o primeiro filme Nosso Lar, produzido há alguns anos, tenha feito falta para que eu pudesse entender ou aproveitar melhor este. Contudo acho que o bom cinema deve poder contar sua história (ou suas histórias como interpreto a respeito deste roteiro) autonomamente. Não deveria ser necessário ver o filme precedente para poder desfrutar do novo. </span></p><p><span style="font-size: large;">Não sou adepto do espiritismo, mas isso não me impede de achar um filme relacionado ao tema bom. Achei a cinebiografia do médium Chico Xavier, também entitulada Chico Xavier, de 2010, um bom filme. </span></p><p><span style="font-size: large;">Concluindo, não gostei muito de Nosso Lar 2. Acho que ele tem dificuldades de falar aos não crentes. Em todo caso, cumpriu um papel de matiné de domingo.</span> </p><p><br /></p><p>24/02/2024, 02/03/2024.</p>José Elesbán http://www.blogger.com/profile/15011679489355080518noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5638654695120009057.post-37967007926365921742024-02-27T15:46:00.001-03:002024-02-27T15:46:35.574-03:0027/02/2024: sem publicação<p><br /></p><p><span style="font-size: large;">O blogueiro metido a cronista está atrapalhado. </span></p><p><span style="font-size: large;">Tão atrapalhado que não conseguiu novamente se organizar para publicar uma crônica hoje.</span></p><p><span style="font-size: large;">Se tudo der certo, uma nova crônica deve ser publicada em 5 de março de 2024.</span></p>José Elesbán http://www.blogger.com/profile/15011679489355080518noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5638654695120009057.post-53186546307824960842024-02-20T21:32:00.008-03:002024-02-20T21:32:54.300-03:0020/02/2024: sem publicação<p><br /></p><p><span style="font-size: large;">O blogueiro metido a cronista está confuso. </span></p><p><span style="font-size: large;">Se tudo der certo, uma nova crônica deve ser publicada em 27 de fevereiro de 2024.</span></p>José Elesbán http://www.blogger.com/profile/15011679489355080518noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5638654695120009057.post-86346166509679417982024-02-13T21:11:00.004-03:002024-02-13T21:11:35.744-03:00A estranha situação de estar enviando uma mensagem ao meu pai morto sobre um velho relógio às vésperas do Carnaval de 2024<p><br /></p><p><span style="font-size: large;">Pai,</span></p><p><span style="font-size: large;">Fiquei pensando em ti esta semana. <a href="https://novasvoltasemtornodoumbigo.blogspot.com/2024/02/3-de-fevereiro-de-2024-se-isso-fosse-um.html" target="_blank">Uma reflexão da semana passada</a> relembrou que neste dia 4 de fevereiro se completaram 34 anos da tua morte. Uma morte que senti muito, muito. </span></p><p><span style="font-size: large;">Estou escrevendo numa quarta-feira. No sábado será Carnaval. Possivelmente eu publique esse texto na Terça-Feira Gorda. </span></p><p><span style="font-size: large;">Não herdei muita coisa. Um pijama. Um roupão. Um par de sapatos. Tem um colega de trabalho que ficou com esse item de herança fixado na cabeça dele. Ele achou surpreendente que eu pudesse herdar um par de sapatos do meu pai. </span></p><p><span style="font-size: large;">Um relógio. </span></p><p><span style="font-size: large;">Esta semana usei este relógio. Aquele mesmo relógio comprado provavelmente em 1965. Teria sido na antiga Casa Masson? Um relógio que, para ti, era tão caro à época, que precisaste do apoio do salário de minha irmã para, como se dizia, abrir um crediário, e poder comprar esse relógio em não sei quantas vezes. Um dos relógios que sempre davas corda antes de deitar para dormir (o outro era o despertador que, às vésperas de conseguires te aposentar, chamavas de “tirano”). Marca Technos. </span></p><p><span style="font-size: large;">Pai, é impressionante como o preço dos relógios caiu. Hoje a maioria dos relógios do mundo deve ser fabricada na China. E é possível comprá-los direto de revendedores na China a preços que poderíamos chamar de ridículos. Enquanto escrevo, estou utilizando um modelo que custou cerca de trinta reais (cerca de seis dólares, ou pouco mais de dois por cento do atual salário mínimo brasileiro). E com a tecnologia do quartzo, esse reloginho de trinta pila deve ser mais exato que aquele relógio mecânico que te custou uma pequena fortuna em termos pessoais na década de 1960. </span></p><p><span style="font-size: large;">Quando te foste, em 1990, a internet, essa ampla rede internacional de computadores não estava disponível para a maior parte da humanidade. Era uma rede para militares e acadêmicos. Mas logo depois, essa rede de computadores foi se tornando mais e mais presente e ao alcance de muita gente. É por meio dessa rede que hoje em dia se pode comprar um relógio da China por trinta reais. </span></p><p><span style="font-size: large;">São objetos curiosos, os relógios. Apesar de haver esses aparelhos super acessíveis, continuam existindo relógios caros, e relógios de luxo (relógios que custam o mesmo que um automóvel ou um apartamento humilde). Ao mesmo tempo, muita gente já não usa relógio no pulso. Verifica as horas e os minutos no celular. Sim, celular é outra coisa que não usaste, um telefone sem fio que hoje faz muitas coisas. De fato, para a maioria das pessoas o celular é um computador de bolso, que também marca as horas. Ah sim. Os celulares geraram os “smart watches”, “relógios espertos”, que são como um outro computador, de pulso. Às vezes, uma extensão do celular. </span></p><p><span style="font-size: large;">Os velhos relógios, analógicos com ponteiros, ou digitais (esses eu acho que conheceste), se tornaram acessórios de vestimenta para algumas pessoas, assim como anéis ou pulseiras. Eu também ajo um pouco assim. Acumulei ao longo dos anos uma pequena coleção de relógios. </span></p><p><span style="font-size: large;">O relógio que me deixaste como herança, faz parte desta coleção. Ele é o elemento mais especial desta coleção. </span></p><p><span style="font-size: large;">Essa semana recebi o relógio de volta de um relojoeiro. Eu o havia mandado para uma revisão. </span></p><p><span style="font-size: large;">Foi por isso que o usei. </span></p><p><span style="font-size: large;">Pai, lá se foram 34 anos, mas a saudade continua. Muita saudade.</span> </p><p><br /></p><p>.</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiusDzQvziIqkGKV5SyA2-qouq79UMVI0PRSyZo8apbL5US3uwGlqH-A6HN90cb84L2Zu3JQ1kPczZPCX4hg7TaOp7Ia2zXMWf7XuZr5EhZnZqRZbGxOVy_kk7uDO_OhQOy47rIovnKvuDZ05A_wGJYhuu25C0v2J18xgzC91JwDae8kR30BwRHs0ehMyI8/s1600/IMG_6788-NIVEIS1-1600X1200.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiusDzQvziIqkGKV5SyA2-qouq79UMVI0PRSyZo8apbL5US3uwGlqH-A6HN90cb84L2Zu3JQ1kPczZPCX4hg7TaOp7Ia2zXMWf7XuZr5EhZnZqRZbGxOVy_kk7uDO_OhQOy47rIovnKvuDZ05A_wGJYhuu25C0v2J18xgzC91JwDae8kR30BwRHs0ehMyI8/s320/IMG_6788-NIVEIS1-1600X1200.png" width="320" /></a></div><br /><p><br /></p><p>.</p><p>03, 06, 12/02/2024.</p>José Elesbán http://www.blogger.com/profile/15011679489355080518noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5638654695120009057.post-75503920608866208632024-02-07T17:24:00.007-03:002024-02-07T17:24:39.557-03:00Diário – leituras – Santas de Casa<p><br /></p><p><span style="font-size: large;">Já se vão dois meses e alguns dias desde que li o livro Santas de Casa, de Fátima Farias. </span></p><p><span style="font-size: large;">Poderia de se chamar “contos, crônicas e memórias de uma menina de Bagé e de Porto Alegre”, pois nele estão entrelaçadas as lembranças da infância e juventude no município do sul do Rio Grande do Sul e de tempos posteriores na capital. </span></p><p><span style="font-size: large;">E são muitas lembranças. Das árvores frutíferas no pátio de casa. Das caminhadas para a escola (e depois a reflexão sobre a geografia alterada no reencontro desse caminho). Das conversas e dos silêncios das mulheres da família (mãe, vó, tias… as santas que dão nome ao livro). Do racismo sofrido pelo pai (ele era um dos músicos que animavam bailes em sociedades em Bagé, mas não podia frequentar essas mesmas sociedades – lembra do filme Green Book?). </span></p><p><span style="font-size: large;">Sendo que, me parece, a partir dessas memórias podemos generalizar o tipo de vida que levavam pessoas semelhantes em Bagé, no sul do Rio Grande do Sul, e em Porto Alegre, sua capital, na periferia do Brasil. </span></p><p><span style="font-size: large;">Um livro para lembrar da formação da autora, e honrar seus familiares e antepassados. E conhecer por dentro vivências de pessoas, que não fosse a escrita de Fátima Farias, não conheceríamos. </span></p><p><span style="font-size: large;"><br /></span></p><p><span style="font-size: large;">FARIAS, Fátima. <b>Santas de Casa.</b> Porto Alegre: Libretos, 2023. </span></p><p><br /></p><p><br /></p><p>25/12/2023, 07/02/2024. </p>José Elesbán http://www.blogger.com/profile/15011679489355080518noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5638654695120009057.post-30190536038857971062024-02-06T20:42:00.003-03:002024-02-06T20:42:25.179-03:003 de fevereiro de 2024. Se isso fosse um diário… <p><br /></p><p><span style="font-size: large;">Não é um diário. É só um momento de recordações e comentários. Mas bem poderia ser uma entrada em um diário. </span></p><p><span style="font-size: large;">Em 3 de fevereiro de 1925 nasceu minha mãe. Portanto hoje é aniversário dela. Se estivesse neste mundo dos vivos, faria 99 anos. </span></p><p><span style="font-size: large;">Em 3 de fevereiro nasceu meu novo, recente, amigo, Carlos Leão. De fato, não me lembro que idade ele tem, mas, de qualquer forma, parabéns para ele por mais um ano de vida. Sempre é tempo de celebrar a vida. </span></p><p><span style="font-size: large;">Ontem, 2 de fevereiro, foi feriado municipal em Porto Alegre. Feriado religioso, católico: Dia da Senhora dos Navegantes. Também foi aniversário do amigo de longa data, Claudio Machado. Quantos anos? Eu chutaria 63, mas não tenho certeza. Amigo, provavelmente desde 1982, ou seja, há mais de quarenta anos. Se bem que houve aí um longo período sem nos comunicarmos. Não foi briga, são aqueles afastamentos que a vida gera vez por outra. Tudo bem. Hoje voltamos a nos comunicar. </span></p><p><span style="font-size: large;">E assim o tempo passa. 22 de janeiro passado se completaram seis anos desde que minha irmã, a Lúcia, se foi. Há cinco anos parecia uma dor que não passava. Hoje é como uma cicatriz na pele, a gente olha e ela está lá, lembrando de algo que já doeu muito, hoje nem tanto, mas que a gente não esquece. </span></p><p><span style="font-size: large;">A 22 de janeiro segue 23 de janeiro. Uma data que estou tentado fixar. Aniversário de meu cunhado Ilmo. Esse eu sei, nasceu em 1967, um mês depois de mim. Um mês e dois dias para ser mais exato. 57 anos, portanto. Felicitei-o próximo do aniversário. Vale lembrá-lo aqui nestas reflexões. </span></p><p><span style="font-size: large;">Amanhã, 4 de fevereiro, é aniversário da morte de meu pai. Foi em 1990. Portanto já são 34 anos de saudades. </span></p><p><span style="font-size: large;">4 de fevereiro é também aniversário da Rosane, que se tornou a melhor amiga carioca de minha irmã, no período em que Lúcia morou no Rio de Janeiro. Espero que Rosane esteja viva e bem. </span></p><p><span style="font-size: large;">Faz tempo que não comento sobre pessoas famosas recentemente falecidas. Comentarei hoje. </span></p><p><span style="font-size: large;">Em 29 de janeiro passado <a href="https://www.osul.com.br/morre-jandira-martini/" target="_blank">faleceu a atriz Jandira Martini </a>. Atriz de múltiplas novelas. Talentosa. No seu passamento somos lembrados que além de atriz em teatro, tevê e cinema, ela também foi roteirista. Tinha 78 anos. </span></p><p><span style="font-size: large;">Na quinta-feira passada, 1º de fevereiro, <a href="https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2024/02/morre-carl-weathers-o-apollo-creed-da-franquia-rocky-aos-76-anos.shtml" target="_blank">faleceu o ator Carl Weathers</a>. Na minha memória ele é o Apollo Creed, na série de filmes Rocky, estrelados por Sylvester Stallone. Creed, que por aqui, virou Apollo “Doutrinador”. No seu obituário informa que ele trabalhou como coadjuvante em diversos filmes no cinema e na televisão. Também foi diretor. Além disso, um pouco para minha surpresa, soube que ele jogou futebol americano, primeiro no futebol universitário, depois no profissional, nos Oakland Raiders (hoje o time se mudou para Las Vegas e se chama Las Vegas Raiders). Carl Weathers tinha 76 anos. </span></p><p><span style="font-size: large;">Entre os vivos e os mortos, tive um problema de saúde relativamente grave esta semana. Tentando arrumar meu entulhado apartamento, estive carregando livros para lá e para cá. Levando muitos deles para uma estante recém adquirida. Descartando uns tantos outros (livros técnicos obsoletos). Nesse abaixa e levanta, dei algum mau jeito na coluna. De terça a sexta, o problema foi se agravando. A cada dia, a dor nas costas se tornava pior. E parecia que havia uma placa de ferro cravada nas minhas costas que me dificultava ficar ereto. Eu inclusive já estava me imaginando entrevado. Felizmente no pronto atendimento médico me deram uma injeção de anti-inflamatório com cortisona, que foi um tremendo alívio. Mas ainda preciso procurar uma ortopedia na próxima semana. </span></p><p><span style="font-size: large;">Tenho projetos. </span></p><p><span style="font-size: large;">Lançar um livro. Provavelmente em março próximo. Uma coletânea de crônicas, alguns contos, uma ou outra poesia, escritos durante o período da pandemia (2020-2022). Vai ser o meu primeiro livro individual, depois de algumas participações em coletâneas. </span></p><p><span style="font-size: large;">A propósito, como as coletâneas da Oficina Literária Santa Sede tem sido diversão garantida, devo participar de mais uma, com a masterclass de 2024, que homenageia a cronista Cecília Meireles. Importante ressaltar a cronista Cecília Meireles porque ela, me parece, recebeu maior fama como poeta. Por conta dessa oficina, adquiri alguns livros de sua autoria. Examinando o livro Crônicas de Viagem 1, antes de começar a lê-lo, me senti um pouco comovido de ler um livro de uma pessoa que morreu em 1964. Me veio, de novo, aquele pensamento de “mundo, vasto mundo”, e “arte longeva, vida breve”. Noite passada li a crônica de abertura desse livro, que foi escrita em 1941. Chamada A Bela e as Feras, narra uma tourada no México. Longa, quase seis páginas, parece uma reportagem. Chocou-me pelo que pareceu uma barbárie: a execução de touros para deleite da plateia. Outros tempos. A autora narra com relativa objetividade a tourada, ressaltando o que lhe pareceu exótico, como a toureira ser uma adolescente de pele e olhos claros. Espero que as demais crônicas sejam menos sanguinolentas. </span></p><p><span style="font-size: large;">Para não dizer que não falei do clima aqui nessa cidade de Porto Alegre, hoje faz/fez 34º. Bastante calor, depois de uns dias amenos em pleno verão. Dias amenos em que, por cerca de uma semana, as máximas não chegaram a 30º. </span></p><p><span style="font-size: large;">Na noite de 20 janeiro passado tivemos uma tempestade que transtornou a cidade, transformou várias ruas em lagos, derrubou árvores e postes, e causou cortes de energia elétrica. <a href="https://rubempenz.net/2024/01/23/a-elasticidade-da-palavra-tragedia/" target="_blank">O Rubem Penz comentou em sua crônica semanal</a>. A Martha Medeiros comentou em sua crônica na Zero Hora do fim de semana (24 e 25/01/2024). A recém privatizada companhia de energia demorou a restabelecer totalmente a energia elétrica. Parece que tempestades desse tipo estão se tornando mais comuns. </span></p><p><span style="font-size: large;">Por aqui termino. Não é uma entrada de diário, mas parece uma.</span> </p><p><br /></p><p>03, 06/02/2024.</p>José Elesbán http://www.blogger.com/profile/15011679489355080518noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5638654695120009057.post-42215242569831563842024-01-30T22:50:00.004-03:002024-01-30T22:50:24.989-03:00A morte do velho erudito<p><br /></p><p><span style="font-size: large;">O velho erudito morreu hoje. Recebi a notícia por emeio. </span></p><p><span style="font-size: large;">Nem era tão velho. Estava com menos de sessenta anos, o que é mais de uma década em relação à idade média da população masculina brasileira. </span></p><p><span style="font-size: large;">No último encontro que tivemos, o velho erudito celebrava a aposentadoria. Entre tantas questões econômicas, ele lembrava que a imprensa corporativa vivia sempre pregando a postergação dessas aposentadorias. O velho erudito dizia que havia começado a trabalhar sendo ainda menor de idade. Por conta disso, poderia se aposentar antes dos cinquenta anos, mas, por causa das tantas reformas previdenciárias havidas nos últimos trinta anos, foi obrigado a aguardar até quase os sessenta. Reclamava que se fosse em um país civilizado, as tais reformas previdenciárias deveriam valer para quem estivesse iniciando no mercado de trabalho, não para ele que já trabalhava há quinze anos quando a primeira reforma jogou a aposentadoria dele para uns cinco anos após o previsto. Não tinha certeza sobre qual país seria um país civilizado. Talvez, quanto a essa questão previdenciária, a Suiça, ou a Áustria. Certo mesmo era sua convicção de que vivia em um país de merda, com uma burguesia de merda e uma classe média de merda. Sempre fazia a ressalva que não dava para generalizar, mas como sofria as consequências das decisões tomadas pela classe política do país, e sabia que essa classe política acabava eleita principalmente por conta dos movimentos da burguesia e das classes médias, acabava generalizando. </span></p><p><span style="font-size: large;">O velho erudito sempre falava da melhoria de sua qualidade de vida pela via do serviço público. Ele achava que essa era a realidade do país. Quem não fosse herdeiro burguês, ou herdeiro remediado de certa classe média que conseguiu acumular pecúlios, só conseguiria ascender economicamente via serviço público, ou no trabalho em empresas de economia mista (aqui vale uma explicação: empresas de economia mista, são, em geral, estatais. Mas como são empresas de economia mista, a maioria dessas estatais têm parcela de seu capital controlado por entes privados, muitos negociados em bolsa de valores. A maioria dos bancos chamados de estatais, com a nobre exceção da Caixa Federal, são empresas de economia mista. Na percepção dele, poucas empresas chamadas de estatais são totalmente controladas por governos. Ele não gostava dessas tecnicalidades econômicas mas vivia citando-as e explicando-as). </span></p><p><span style="font-size: large;">Assim foi a sua vida, aliás, como a de muitos colegas. Trabalhou trinta e cinco anos em uma repartição. Fez faculdade durante o serviço público, pensando que, além de aprimorar-se para o trabalho, poderia se dedicar a algum magistério após a aposentadoria. Acumulou um tanto de literatura especializada e material didático, durante a graduação e durante uma ou outra especialização que fez. Sonhava que essa literatura acumulada lhe serviria de apoio, na sua segunda vida. Tanto para dar aulas, quanto para ser um erudito ainda mais erudito, pois, afinal, o conhecimento não tem fim. </span></p><p><span style="font-size: large;">Como a vida não é simples, quando se aposentou não conseguiu cumprir com o objetivo de se dedicar ao magistério. </span></p><p><span style="font-size: large;">Como acumulara muito material de estudo, se viu às voltas com um imóvel entulhado de livros, apostilas, revistas, CDs, DVDs. </span></p><p><span style="font-size: large;">Um fim de tarde me chamou e me pediu para acompanhá-lo a um pronto atendimento médico. Carregar livros para lá e para cá enquanto selecionava o que ainda precisaria ou o que podia ser descartado, deixara-o com dores no ciático. </span></p><p><span style="font-size: large;">Recuperou-se daquela vez. Voltou para casa e o processo de seleção de materiais continuou. </span></p><p><span style="font-size: large;">Morreu de infarto em um dos tantos dias que continuava dedicando a esse trabalho.</span> </p><p><br /></p><p>29, 30/01/2024.</p>José Elesbán http://www.blogger.com/profile/15011679489355080518noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5638654695120009057.post-60439836162427567942024-01-23T20:02:00.000-03:002024-01-23T20:02:06.926-03:00Cara Carol – II<p><br /></p><p><span style="font-size: large;">Cara Carol,</span></p><p><span style="font-size: large;"><br /></span></p><p><span style="font-size: large;">Estive pensando que esse tipo de título, “Cara Carol” (segundo capítulo) ou “Cara Maria” (décimo-terceiro capítulo) não devem ser muito bons para “caçar cliques”. Talvez “O artigo X que li na Piauí”, ou “O Clima em Porto Alegre na terceira semana de 2024” fossem melhores para isso. Contudo, como o número dos meus leitores, minhas leitoras, mxs leitorxs é próximo de zero (não se trata de um zero absoluto, mas, colocando nos termos da série de livros “Guia do Mochileiro das Galáxias”, se montássemos uma fração com o número de leitores deste blogue, digamos dez pessoas como numerador, e com o número de pessoas alfabetizadas no estado do Rio Grande do Sul, talvez seis milhões de pessoas [ou mais] como denominador, o número dos leitores deste blogue tenderia a zero, em termos matemáticos), reproduzo no título a evocação destas crônicas mensagens. Também procuro, de alguma forma me manter fiel à minha inspiração, isto é, o livro “Caro Michele”, de Natalia Ginzburg. Por sinal, acabo de encomendar o livro, para que eu não o fique citando à toa. </span></p><p><span style="font-size: large;">Como já te disse, costumo ler a revista Piauí (a própria redação da revista a chama de piauí, assim, com letra inicial minúscula, mas acho estranho). Repito que inclusive houve um tempo em que cheguei a assinar a tal revista. Minha assinatura caducou, perdi alguns números, e ultimamente tenho comprado em banca (e, agora, pensando, comprar revista em banca era uma coisa tão natural, e hoje se tornou tão extraordinário, por conta do sumiço das revistas de papel, e, consequentemente, das bancas de jornal). </span></p><p><span style="font-size: large;">Estou com as leituras da revista atrasadas. Para teres ideia, recém concluí a leitura da edição de março de 2023 (edição 198). </span></p><p><span style="font-size: large;">Neste caso, me chamou a atenção uma reportagem chamada A Nova Neurastenia, na qual a repórter, Camille Lichotti, traz uma longa reportagem (como são usuais na revista longas reportagens) sobre o atual mundo do trabalho, o que, imagino, seja área do teu interesse. A reportagem se inicia com o caso de Catiane Zimmermann, funcionária de um call center, em um município do Vale dos Sinos, aqui no Rio Grande do Sul. Call center esse que presta serviços a um dos maiores bancos do Brasil. A reportagem se inicia com as sensações de síndrome de pânico que começam a afligir Zimmermann, após mais um contato hostil em seu trabalho. </span></p><p><span style="font-size: large;">A partir disso, Lichotti comenta sobre o mundo do trabalho atual, a precarização das relações de trabalho neste Brasil do século XXI, e compara a atual síndrome de burn out com o diagnóstico, relativamente comum, da “neurastenia” no final do século XIX e início do século XX. As novas tecnologias atingem os trabalhadores, demandando mais e mais deles, a ponto de destruir sua sanidade mental. Às vezes a sanidade física também se vai. </span></p><p><span style="font-size: large;">A reportagem vai relatar o périplo de Zimmermann, através das perícias da Justiça (?) do Trabalho e da previdência social, indo inclusive além de seu, previsível, desligamento da empresa, pois, afinal, “a empresa estava se renovando e seu perfil já não combinava com os novos rumos da firma”. </span></p><p><span style="font-size: large;">Claro que aqui faço um resumo do resumo da reportagem que ocupa cerca de cinco páginas padrão tablóide da revista. Motivo pelo qual talvez devas ler a reportagem inteira. Ou não. </span></p><p><span style="font-size: large;">Gostarias de ler?</span></p><p><br /></p><p>22, 23/01/2024. </p>José Elesbán http://www.blogger.com/profile/15011679489355080518noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5638654695120009057.post-39281065546226204522024-01-17T23:48:00.003-03:002024-01-17T23:48:25.440-03:00Cara Maria – XIII<p><br /></p><p><span style="font-size: large;">Cara Maria,</span></p><p><span style="font-size: large;"><br /></span></p><p><span style="font-size: large;">2024 chegou e nós estamos como? Escrevendo, claro. </span></p><p><span style="font-size: large;">E eu vou escrevendo sobre aquele assunto mais ou menos conhecido, e mais ou menos repetido: tempo; clima. </span></p><p><span style="font-size: large;">Deves ter visto a manchete do início deste ano, informando que <a href="https://www.osul.com.br/ano-mais-quente/" target="_blank">2023 foi o ano mais quente da história</a>, desde que as medições têm sido feitas. E temos tido cada vez mais tempestades cataclísmicas. </span></p><p><span style="font-size: large;">Vamos sobrevivendo. </span></p><p><span style="font-size: large;">E eu nem queria escrever sobre catástrofes. </span></p><p><span style="font-size: large;">É que em um dia desses, do início de janeiro, me vi pensando em Porto Alegre. Aqueles momentos epifânicos, momentos eureca. Acho que já deve ter acontecido antes. Aconteceu de novo. </span></p><p><span style="font-size: large;">Era um dia de desses de calor insuportável (se bem que suportamos) do verão na cidade. Aqueles dias em que chamamos carinhosamente esta praça de Forno Alegre. Nesse dia, por conta desse calor terrível, saí para a minha caminhada de saúde após as dezessete horas. Momento em que a temperatura ia lentamente diminuindo (não que diminuísse muito, mas enfim…). E nesse horário, pouco depois das dezessete horas, era dia pleno. A mágica do verão no paralelo trinta ao sul. </span></p><p><span style="font-size: large;">Lembras do Paulo Francis? Aquele jornalista que hoje chamariam de polêmico? Faleceu em 1997. Lá se vão vários anos. Eu gostava de lê-lo, e fiquei bem chateado quando ele morreu. Lembro dele porque ele dizia que um dos fatores pelo qual ele havia trocado o Rio de Janeiro por Nova Iorque era que lá, na metrópole do hemisfério norte, ele vivia quatro estações por ano, e isso era importante para ele. E, bem, nós temos essas quatro estações em Porto Alegre, com o sol se pondo por volta de sete e meia (ou dezenove e trinta) no solstício de verão, e por volta de cinco e meia (dezessete e trinta) no solstício de inverno. </span></p><p><span style="font-size: large;">Essa caminhada iluminada de fim de tarde de verão me veio após ter tido a ocasião de passar uns dias em um capital no norte do país, Maceió, em fins de novembro passado. Lá estava eu no quase verão dessa cidade tropical agradável. E eis que lá o sol se punha por volta de dezessete e trinta. Em fins de novembro. E se eu pudesse estar lá em um dia qualquer de junho o pôr do sol seria por volta de dezessete e quinze. E lá, o clima se define mais por duas estações, a seca e a chuvosa. </span></p><p><span style="font-size: large;">Não faço juízos de valor sobre o clima. Contudo gosto de viver testemunhando a sucessão das estações que há em Porto Alegre. </span></p><p><span style="font-size: large;">E a cada verão posso ver a floração das <a href="https://sites.unipampa.edu.br/programaarborizacao/extremosa/" target="_blank">extremosas</a>.</span></p><p><span style="font-size: large;"><br /></span></p><p><span style="font-size: large;">.</span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzSGfQ00XPEWinH411LV0C_K0bMtIbvL3cfKFDlBIR1w5UDeI6LnfFvOCW0nrKLDF36FM6kMUmt2Zp4EV_7Gbh3iELY_oFJF-qDz-oF5NHVpBtiR5RFm3XM5aFm2v0ZchftG1k52D3DidzzjeqXq-vjIPgXR03wnD3oTNIgIgISxgVCE9subNcg4O4fxOQ/s1800/SAM_3246-NIVEIS1-SATURACAO70-mini.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1800" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzSGfQ00XPEWinH411LV0C_K0bMtIbvL3cfKFDlBIR1w5UDeI6LnfFvOCW0nrKLDF36FM6kMUmt2Zp4EV_7Gbh3iELY_oFJF-qDz-oF5NHVpBtiR5RFm3XM5aFm2v0ZchftG1k52D3DidzzjeqXq-vjIPgXR03wnD3oTNIgIgISxgVCE9subNcg4O4fxOQ/s320/SAM_3246-NIVEIS1-SATURACAO70-mini.png" width="320" /></a></div><br /><span style="font-size: large;"><br /></span><p></p><p><span style="font-size: large;">. </span></p><p><br /></p><p>16, 17/01/2024. </p>José Elesbán http://www.blogger.com/profile/15011679489355080518noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5638654695120009057.post-73557642561906509322024-01-09T15:39:00.007-03:002024-01-09T15:39:57.852-03:00Caros marqueteiros, acho que vocês estão fazendo isso errado<p><br /></p><p><span style="font-size: large;">A primeira vez que viajei em avião na minha vida foi em 2008, a Buenos Aires, partindo de minha Porto Alegre natal. Eu já era um senhor de mais de quarenta anos então. Depois mais umas poucas viagens, até 2012. Não sei se as passagens aéreas ficaram mais caras ou se meu salário encurtou, ou ambas as coisas. </span></p><p><span style="font-size: large;">Isso, até esse ano de 2023, quando voltei a embarcar em um avião para viajar. As viagens aéreas têm seu fascínio, e acho que comecei a prestar mais atenção aos emeios recebidos das companhias que operam no Brasil, a partir dessa mais recente viagem. </span></p><p><span style="font-size: large;">São muitas mensagens com promoções para viagens pagas com poucas centenas de reais, ou poucos milhares de pontos/milhas. A maioria dos trechos partindo de… São Paulo! Aí, eu clico no linque que fala em “outros trechos” (isto é, outros destinos), e esse linque me leva para mais viagens partindo de São Paulo. Às vezes de Brasília. Às vezes de Belo Horizonte. </span></p><p><span style="font-size: large;">Senhores marqueteiros, tendo acesso ao meu cadastro, sabendo da minha localização, bem que vocês poderiam já indicar os voos partindo de Porto Alegre, não? Acho que há tecnologia acessível para esse tipo de propaganda mais direcionada. </span></p><p><span style="font-size: large;">Ainda sobre propaganda direcionada, há as pesquisas de opinião. Como as empresas dizem, “queremos conhecer melhor você”. Já recebi esse tipo de pesquisa, que começa com uma mensagem de emeio de uma companhia telefônica ou de um banco. </span></p><p><span style="font-size: large;">Bem disposto, vou iniciar a responder as questões. </span></p><p><span style="font-size: large;">E o primeiro grupo de questões são “qual o seu nome?”, “qual a sua idade?”, “qual o seu sexo?”. Com o mesmo tipo de desgosto das ofertas de passagens aéreas a preços promocionais, perco a disposição para responder à pesquisa. </span></p><p><span style="font-size: large;">Essas ações de marketing precisam melhorar.</span> </p><p><br /></p><p>06, 09/01/2024.</p>José Elesbán http://www.blogger.com/profile/15011679489355080518noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5638654695120009057.post-91319801072241628812024-01-06T16:07:00.002-03:002024-01-06T16:07:35.007-03:00Diário – leituras – Rosamundo e os outros<p><br /></p><p><span style="font-size: large;">Terminei de ler na metade de outubro passado o livro Rosamundo e os outros, uma compilação de crônicas de Stanislaw Ponte Preta, alter ego do jornalista Sérgio Porto. </span></p><p><span style="font-size: large;">São crônicas divertidas, escritas provavelmente ao longo dos anos 1950 e 1960. Divertidas, as crônicas tem as marcas do seu tempo, a marca mais clara é o machismo. De notar que ainda nos anos 1980, provável data desta edição, o machismo ainda não incomodava a ponto de suprimir textos. </span></p><p><span style="font-size: large;">Esta obra é parecida com Tia Zulmira e Eu, <a href="https://novasvoltasemtornodoumbigo.blogspot.com/2023/06/diario-leituras-tia-zulmira-e-eu.html" target="_blank">que registrei por aqui anteriormente</a>.</span></p><p><span style="font-size: large;">Mas talvez as crônicas deste livro sejam mais engraçadas. Ri de uma no início do livro chamada L’incroyable Monsieur Colellê sobre capacidade de um homem, o tal Colellê do título, de se comunicar durante uma excursão pela Europa de que participou o autor. </span></p><p><span style="font-size: large;">A propósito, essa turnê europeia gerou diversas crônicas no livro. </span></p><p><span style="font-size: large;">Li o livro porque participei da Masterclass da Oficina Santa Sede, que em 2023 homenageou Stanislaw Ponte Preta. 2023 marcou o centenário de Sérgio Porto.</span></p><p><span style="font-size: large;"><br /></span></p><p><span style="font-size: large;">PONTE PRETA, Stanislaw. <b>Rosamundo e os outros.</b> São Paulo: Círculo do Livro, S.D. Reprodução da edição original de 1963, com capa de Alcy Linares.</span> </p><p><br /></p><p><br /></p><p>25/12/2023. </p>José Elesbán http://www.blogger.com/profile/15011679489355080518noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5638654695120009057.post-35571377248823445582024-01-02T12:53:00.000-03:002024-01-02T12:53:09.844-03:00A jurista Carol Proner e o jornalismo machista caça-cliques<p><br /></p><p><span style="font-size: large;">Vi a manchete no blogue <a href="https://www.osul.com.br/lula-nomeia-esposa-de-chico-buarque-para-comissao-de-etica/" target="_blank">O Sul</a>: </span></p><p><span style="font-size: large;">“Lula nomeia esposa de Chico Buarque para Comissão de Ética”.</span></p><p><span style="font-size: large;">Pela manchete eu fiquei pensando, como talvez pensasse o humorista José Simão (ou não), “sensacional. Lula nomeia uma mulher sem nome, apêndice do artista Chico Buarque, para Comissão de Ética”. </span></p><p><span style="font-size: large;">Parece um sintoma dessas duas coisas, o jornalismo caça-cliques (ou, como dizem em inglês, “clickbait”), que apenas quer atrair atenção em manchetes para vender a publicidade abaixo ou ao lado da “notícia”; e o machismo que atravessa relações no Brasil, e se manifesta em manchetes como essa. </span></p><p><span style="font-size: large;">A princípio eu diria que os membros constituintes da Comissão de Ética da Presidência da República pouco interessam ao público de maneira geral. Como diria o Juca Kfouri, eu pergunto à rara leitora, ao raro leitor: “você sabe quem são as pessoas que fazem parte da Comissão de Ética da Presidência da República? Aliás, você sabe para que serve essa Comissão de Ética?” Acho que quase ninguém conhece a resposta para as duas perguntas. </span></p><p><span style="font-size: large;">Por isso acho que não há manchetes informando que “Lula nomeia Fulano de Tal para a Comissão de Ética”. </span></p><p><span style="font-size: large;">Mas, como alguém relacionada ao mundo artístico foi nomeada, eis a manchete para fisgar cliques. Só que a pessoa nomeada não foi o artista citado na manchete, mas a esposa dele. Como se ela fosse uma curiosidade do marido, esse sim uma personalidade pública. </span></p><p><span style="font-size: large;">E aí se manifesta o machismo. Pois assim como não se costuma ver a manchete “Lula nomeia Fulano de Tal para a Comissão de Ética”, menos ainda se vê algo como “Lula nomeia Fulano de Tal, esposo de Sicrana de Tal, para a Comissão de Ética”. </span></p><p><span style="font-size: large;">Guglei a manchete do primeiro parágrafo deste texto. Em noventa por cento dos vinte primeiros resultados, a manchete reproduzia a expressão “esposa de Chico Buarque”. Também em relação aos vinte primeiros resultados, trinta por cento não nomeavam a pessoa indicada à Comissão. </span></p><p><span style="font-size: large;">Em tempo: a jurista Carol Proner, professora universitária, militante do direito de defesa junto ao Poder Judiciário provavelmente foi indicada à Comissão de Ética por seu saber jurídico. Circunstancialmente ela é esposa do artista Chico Buarque. </span></p><p><span style="font-size: large;">Menos mal que a notícia abaixo da manchete explique que a Comissão de Ética seja “responsável por analisar denúncias contra servidores do governo, como em casos de conflito de interesses”. Seus outros membros são Manoel Caetano Ferreira, Edvaldo Nilo de Almeida, Edson Leonardo Dalescio Sá Teles, Bruno Espiñeira Lemos, Kenarik Boujikian e Marcelise de Miranda Azevedo (alguém conhece algum deles?). Esse cargo não é remunerado. </span></p><p><span style="font-size: large;">Então? Esse tipo de manchete é ilustrativo de jornalismo caça-cliques machista? Ou exagero? </span></p><p><br /></p><p>29/12/2023, 01/01/2024.</p>José Elesbán http://www.blogger.com/profile/15011679489355080518noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5638654695120009057.post-74158052127947427062024-01-02T12:45:00.004-03:002024-01-02T12:45:29.422-03:00Presidente Lula sanciona o Dia da Nacional da Consciência Negra no país dos mestiços<p><br /></p><p><span style="font-size: large;">A notícia saiu curtinha no blogue <a href="https://www.osul.com.br/lula-sanciona-feriado-nacional-de-zumbi-e-da-consciencia-negra/" target="_blank">O Sul</a>: </span></p><p><span style="font-size: large;">"O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou nesta quinta-feira (21) o projeto de lei que declara o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra como feriado em todo o País. O texto havia sido aprovado pelo Congresso Nacional no fim do mês passado.</span></p><p><span style="font-size: large;">Celebrada em 20 de novembro, a data remete ao marco da morte do líder do Quilombo dos Palmares, um dos maiores do Brasil durante o período colonial, de resistência contra a escravização negra no País. Atualmente, a data é feriado apenas em seis estados – Mato Grosso, Rio de Janeiro, Alagoas, Amazonas, Amapá e São Paulo – e em mais de 1,2 mil cidades por meio de leis municipais e estaduais, mas a partir de 2024 deverá ser observada em todo o território nacional.</span></p><p><span style="font-size: large;">Desde 2003, as escolas passaram a ser obrigadas a incluir o ensino de história e cultura afro-brasileira no currículo. Em 2011, a então presidente Dilma Rousseff oficializou o 20 de novembro como Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra."</span></p><p><span style="font-size: large;">Eu já escrevi um tantinho sobre o Dia da Consciência Negra. Em especial na primeira década deste século XXI, no meu primeiro blogue, o <a href="https://voltasnoporto.blogspot.com" target="_blank">Voltas em Torno do Umbigo</a>. E como não consegui lincar os textos do outro blogue, resolvi republicá-los aqui no Novas Voltas em Torno do Umbigo. </span></p><p><span style="font-size: large;">Marcante foi o fato das câmaras de vereadores em Porto Alegre e Pelotas terem criado feriados municipais, e o sindicato patronal Fecomércio ter entrado na justiça contra a criação desses feriados, alegando que municípios não podem criar feriados cívicos. A justiça gaúcha acatou o pedido da Fecomércio. Provavelmente os dirigentes da Fecomércio na época eram brancos, e provavelmente os juízes que acataram o pedido da Fecomércio eram brancos. Contudo não houve racismo nas decisões, tudo foi decidido com base em critérios jurídicos técnicos. Lembro que na época, um antigo blogue chamado Animot declarou que, por aqui, o dia 20 de novembro poderia ou deveria ser chamado de “dia da inconsciência branca”. Infelizmente o Animot não existe mais, e o endereço em que ele existia foi tomado por um blogue de turismo em língua inglesa. </span></p><p><span style="font-size: large;">Coincidentemente na mesma semana da criação do feriado nacional da Consciência Negra, os jornais divulgaram que pela primeira vez na história do país a maioria da população do Brasil se definiu como parda, segundo o censo mais recente do IBGE. Eu prefiro definir como mestiços. Pessoas com genes misturados: de origens mistas entre indígena, branca, preta ou amarela. Pardo é papel de embrulho. </span></p><p><span style="font-size: large;">Acredito que haja aí motivos mistos para essa maioria. Um seria a demografia, isto é, mais pessoas que se sentem mestiças (“pardas”) chegaram a idade de responder ao censo. O outro seria psicológico, mais pessoas passaram a se enxergar como mestiças e não como brancas. </span></p><p><span style="font-size: large;">Neste país com degradê de cores de pele, quem vai saber? (A propósito de degradê de cores de pele vale ler o romance Marrom e Amarelo, de Paulo Scott). Eu, por exemplo, mestiço de pele mais ou menos clara, embora mais escura que a da minha irmã, não me preocupava com meu fenótipo até os trinta e poucos anos. Me lembro vagamente de apenas uma outra criança ter me chamado de “nego” na infância. Nunca fui visto como suspeito pela polícia. E ainda encontro pessoas que parecem surpresas, quando digo que sou negro, pois descendente de negros. Meu avô materno era um negro de pele escura. Minha avó materna, pelo pouco que me lembro (ela morreu quando eu tinha seis anos) podia ser considerada branca. Não conheci meus avós paternos; não restaram nem fotos deles na família. Ainda, tenho a impressão que meu filho se pensa mais negro que eu, embora tenha a pele mais clara que a minha. Uma questão de vários matizes. </span></p><p><span style="font-size: large;">Bem, a maioria da população brasileira se define como mestiça, e isso se dá em especial nos estados do norte. Eu vivo no Rio Grande do Sul. Na região Sul do Brasil a maioria da população se define como branca. Como eu disse, é uma questão de vários matizes. </span></p><p><span style="font-size: large;">Espero que tenhamos um belo dia de primavera no primeiro feriado nacional de Zumbi e da Consciência Negra em 2024. Vai cair em uma quarta-feira. Bom para poder descansar dos primeiros dois dias da semana.</span></p><p><br /></p><p>26/12/2023, 01/01/2024.</p>José Elesbán http://www.blogger.com/profile/15011679489355080518noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5638654695120009057.post-30208635190458378492023-12-26T11:47:00.003-03:002023-12-26T11:47:41.040-03:00De Volta ao Dia da Consciência Negra<p><br /></p><p><span style="font-size: large;">Pois alguém descobriu meu "post" sobre o Dia da Consciência Negra, e deixou um rico comentário sobre as cidades que fizeram feriado neste dia. Achei o comentário tão interessante que o estou publicando aqui. Veja abaixo. Além da interessante presença de Porto dos Gaúchos, MT, e da falta de Porto Alegre, como foi comentado, em sendo verdadeira a lista, também senti falta de Salvador, BA.</span></p><p><span style="font-size: large;"><br /></span></p><p><span style="font-size: large;">CONFIRA AS CIDADES EM QUE 20 DE NOVEMBRO É FERIADO:</span></p><p><span style="font-size: large;">O dia 20 de novembro, data em que se comemora o Dia da Consciência Negra é celebrada como feriado em mais de 200 cidades do país. Confira a relação das cidades onde leis municipais determinaram feriado:</span></p><p><span style="font-size: large;">Acorizal (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Água Boa (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Alta Floresta (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Alto Araguaia (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Alto Garças (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Alto Paraguai (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Alto Taquari (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Angra dos Reis (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Aperibe (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Apiacas (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Araguaiana (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Araputanga (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Araruama (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Areal (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Arenápolis (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Aripuana (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Armação dos Búzios (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Arraial do Cabo (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Auriflama (SP)</span></p><p><span style="font-size: large;">Barão de Melgaco (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Barra do Bugres (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Barra dos Garças (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Barra do Piraí (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Barra Mansa (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Belford Roxo (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Bom Jardim (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Bom Jesus do Itabapoana (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Brasnorte (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Cabo Frio (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Cabreúva (SP)</span></p><p><span style="font-size: large;">Cáceres (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Cachoeiras de Macau (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Cambuci (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Campinápolis (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Campinas (SP)</span></p><p><span style="font-size: large;">Campo Novo do Parecis (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Campo Verde (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Campos de Júlio (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Campos dos Goytacazes (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Canarana (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Cantagalo (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Carapebus (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Cardoso Moreira (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Carmo (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Casimiro de Abreu (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Castanheira (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Chapada dos Guimarães (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Claudia (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Cocalinho (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Colider (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Comendados Levy Gasparian (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Comodoro (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Conceição de Macabu (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Confresa (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Cordeiro (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Cuiabá (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Denise (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Diamantino (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Dom Aquino (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Dona Inês (PB)</span></p><p><span style="font-size: large;">Duas Barras (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Duque de Caxias (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Engenheiro Paulo de Frontin (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Embu (SP)</span></p><p><span style="font-size: large;">Figueirópolis d'Oeste (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Flores de Goiás (GO)</span></p><p><span style="font-size: large;">Francisco Morato (SP)</span></p><p><span style="font-size: large;">General Carneiro (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Guapimirim (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Guarantã do Norte (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Guirantã (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Hortolândia (SP)</span></p><p><span style="font-size: large;">Iguaba Grande (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Itaboraí (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Itaguaí (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Italva (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Itaocara (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Itapecerica (MG)</span></p><p><span style="font-size: large;">Itaperuna (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Itapeva (SP)</span></p><p><span style="font-size: large;">Itatiaia (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Itaúba (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Itiquira (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Jaciara (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Jangada (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Japeri (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Jauru (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Juara (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Juína (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Juruena (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Juscimeira (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Laje do Muriaé (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Lambari d'Oeste (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Limeira (SP)</span></p><p><span style="font-size: large;">Lucas do Rio Verde (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Luciara (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Macaé (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Macaparaná (PE)</span></p><p><span style="font-size: large;">Macuco (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Magé (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Mangaratiba (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Marabá (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Marcelândia (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Maricá (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Matupá (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Mauá (SP)</span></p><p><span style="font-size: large;">Mendes (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Mesquita (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Miguel Pereira (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Miracema (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Mirassol d'Oeste (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Mococa (SP)</span></p><p><span style="font-size: large;">Natividade (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Nilópolis (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Niterói (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Nobres (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Nortelândia (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Nossa Senhora do Livramento (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Nova Brasilândia (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Nova Canaã do Norte (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Nova Friburgo (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Nova Iguaçu (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Nova Lacerda (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Nova Maringá (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Nova Monte Verde (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Nova Mutum (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Nova Olímpia (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Nova Ubiratã (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Nova Xavantina (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Novo Horizonte do Norte (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Novo São Joaquim (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Pacatuba (SE)</span></p><p><span style="font-size: large;">Paracambi (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Paraíba do Sul (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Paranaitá (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Paranatinga (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Parati (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Paty dos Alferes (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Pedra Preta (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Peixoto de Azevedo (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Petrópolis (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Pinheiral (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Piraí (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Piracicaba (SP)</span></p><p><span style="font-size: large;">Poconé (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Ponte Branca (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Pontes e Lacerda (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Porciuncula (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Porto Alegre do Norte (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Porto dos Gaúchos (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Porto Esperidião (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Porto Real (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Poxoréo (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Primavera do Leste (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Quatis (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Queimados (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Querência (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Quissama (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Resende (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Reserva do Cabacal (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Ribeirão Cascalheira (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Ribeirão Pires (SP)</span></p><p><span style="font-size: large;">Rio Bonito (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Rio Branco (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Rio Claro (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Rio das Flores (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Rio das Ostras (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Rio de Janeiro (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Rio Grande da Serra (SP)</span></p><p><span style="font-size: large;">Rondonópolis (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Rosário Oeste (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Salto do Céu (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Santo André (SP)</span></p><p><span style="font-size: large;">Santa Carmem (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Santa Maria Madalena (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Santa Terezinha (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Santo Antônio de Pádua (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Santo Antônio do Leste (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Santo Antônio do Leverger (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">São Félix do Araguaia (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">São Félix do Xingu (PA)</span></p><p><span style="font-size: large;">São Fidélis (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">São Francisco de Itabapoana (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">São Gonçalo (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">São João da Barra (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">São João de Meriti (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">São José de Ubá (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">São José do Rio Claro (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">São José do Vale do Rio Preto (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">São José dos Quatro Marcos (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">São Paulo (SP)</span></p><p><span style="font-size: large;">São Pedro da Aldeia (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">São Sebastião do Alto (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Sapezal (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Sapucaia (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Saquarema (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Seropédica (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Silva Jardim (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Sinop (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Sorriso (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Sumaré (SP)</span></p><p><span style="font-size: large;">Sumidouro (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Tabaporã (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Tangará da Serra (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Tanguá (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Tapurah (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Teresópolis (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Terra Nova do Norte (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Tesouro (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Torixoreu (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Trajano de Morais (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Três Rios (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">União dos Palmares (AL)</span></p><p><span style="font-size: large;">Valença (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Varre-Sai (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Várzea Grande (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Vassouras (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;">Vera (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Vila Bela da Santíssima Trindade (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Vila Rica (MT)</span></p><p><span style="font-size: large;">Vilhena (RO)</span></p><p><span style="font-size: large;">Volta Redonda (RJ)</span></p><p><span style="font-size: large;"><br /></span></p><p><span style="font-size: large;">Repetindo texto publicado em 10 de dezembro de 2006 no primeiro <a href="https://voltasnoporto.blogspot.com" target="_blank">Voltas em Torno do Umbigo</a>. </span></p><div><br /></div>José Elesbán http://www.blogger.com/profile/15011679489355080518noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5638654695120009057.post-45285630156156043342023-12-26T11:44:00.001-03:002023-12-26T11:48:24.359-03:0020 de Novembro, Dia da Consciência Negra<p><br /></p><p><span style="font-size: large;">Hoje é dia da Consciência Negra, dia de reflexão para os que, em sua esmagadora maioria, são descendentes de escravos, ajudaram a construir a riqueza do país, e, por meio da violência primeiro, e de subterfúgios depois, sempre acabaram afastados desta riqueza e marginalizados.</span></p><p><span style="font-size: large;">Hoje já é feriado na cidade de São Paulo, por exemplo, e uma série de outras.</span></p><p><span style="font-size: large;">Curiosamente, cerca de três anos atrás, a prefeitura de Porto Alegre tentou estabelecer um feriado municipal neste dia, e uma entidade patronal entrou na justiça contra, afirmando que o município não tem autonomia para decretar feriados cívicos, apenas religiosos, e ficou por isso mesmo.</span></p><p><span style="font-size: large;">Se é feriado em São Paulo, e os municípios não têm autonomia para decretar feriados cívicos, significa que nenhuma entidade patronal entrou na justiça em São Paulo?</span></p><p><span style="font-size: large;">Espero que em breve, este dia se torne feriado nacional. Temos feriados demais? Sugiro a transformação dos feriados religiosos em pontos facultativos. Natal e Semana Santa são observados por todos, ou quase todos, os ritos cristãos, mas não precisam ser observados por judeus e muçulmanos. Protestantes não precisam observar dia da Senhora Aparecida, ou de Corpus Christi, mas talvez quisessem observar o Dia da Reforma. Os judeus têm seu próprio ano novo. Ou seja, maneira de se celebrar um feriado cívico nacional a mais há. Só é preciso refletir em como fazê-lo.</span></p><p><span style="font-size: large;"><br /></span></p><p><span style="font-size: large;">Repetindo texto publicado em 20 de novembro de 2006 no primeiro <a href="https://voltasnoporto.blogspot.com" target="_blank">Voltas em Torno do Umbigo</a>. </span></p><div><br /></div>José Elesbán http://www.blogger.com/profile/15011679489355080518noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5638654695120009057.post-32691632546741096612023-12-26T11:41:00.004-03:002023-12-26T11:41:56.002-03:0020 de Novembro, Dia da Consciência Negra<p><br /></p><p><span style="font-size: large;">Hoje é 20 de novembro, dia ao longo de anos, movimentos de consciência negra vem celebrando como Dia da Consciência Negra. 20 de novembro é utilizado porque é o dia em que o líder do quilombo de Palmares, no Nordeste do Brasil, foi assassinado, em 1695.</span></p><p><span style="font-size: large;">Há uns três anos atrás, o governo municipal de Porto Alegre, tentou transformar a data em feriado, mas foi barrado por uma liminar impetrada pela associação comercial, junto ao Supremo Tribunal Federal. O Tribunal alegou que não cabe aos municípios instituir feriados de fundo cívico, como seria o caso de um dedicado uma personalidade histórica como Zumbi.</span></p><p><span style="font-size: large;">É o que diz a lei. Também o município de Pelotas, tentou criar data semelhante, e igualmente foi barrado. Mas lá, parece que o comércio ficou às moscas. O boicote, se planejado, foi uma boa reação. A propósito, boicote pode ser uma maneira dos movimentos negros lutarem para que o dia seja tornado feriado.</span></p><p><span style="font-size: large;">Desde 2003, o Dia da Consciência Negra está inserido no calendário escolar no Brasil, assim como o Dia do Índio, ou o Dia da Abolição.</span></p><p><span style="font-size: large;">Há quem veja que esse tipo de comemoração seja algum revanchismo, ou mesmo uma forma de tornar o racismo mais saliente, em uma das sociedades mais integradas do mundo, se não a mais integrada do mundo. Bobagem. Ninguém reclama das celebrações de "Oktoberfest", ou do Dia do Colono (25 de julho). É só uma maneira de lembrar que os negros fazem parte da história brasileira, e que ajudaram a criar a riqueza da nação.</span></p><p><span style="font-size: large;"><br /></span></p><p><span style="font-size: large;">Repetindo texto publicado em 20 de novembro de 2005 no primeiro <a href="https://voltasnoporto.blogspot.com" target="_blank">Voltas em Torno do Umbigo</a>.</span></p><div><br /></div>José Elesbán http://www.blogger.com/profile/15011679489355080518noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5638654695120009057.post-28284638007531315012023-12-26T09:57:00.005-03:002023-12-26T09:57:49.935-03:0026/12/2023: sem publicação<p><br /></p><p><span style="font-size: large;">O blogueiro metido a cronista está de folga. </span></p><p><span style="font-size: large;">Se tudo der certo, uma nova crônica deve ser publicada em 2 de janeiro de 2024.</span></p><p><span style="font-size: large;">Se não der certo, ele deve tentar em 9 de janeiro de 2024.</span></p><p><span style="font-size: large;">Feliz 2024!</span></p><p><br /></p>José Elesbán http://www.blogger.com/profile/15011679489355080518noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5638654695120009057.post-23826486021186533022023-12-19T14:26:00.003-03:002023-12-19T14:26:53.480-03:00Essa época feliz – versão 2023<p><br /></p><p><br /></p><p><span style="font-size: large;">Então se inicia a época do calor de amolecer piche.</span></p><p><span style="font-size: large;">E você vê que está na hora de comprar presentes novamente. Ou de enfrentar um amigo secreto com pessoas que você talvez nem goste tanto assim.</span></p><p><span style="font-size: large;">E você não encontra vaga de estacionamento no shopping.</span></p><p><span style="font-size: large;">E a fila do caixa na loja fica extenuantemente longa.</span></p><p><span style="font-size: large;">Hoje em dia, praticamente, qualquer comércio é climatizado. Mas eventualmente o sistema pifa. Eventualmente pode haver falta de energia elétrica. </span></p><p><span style="font-size: large;">E você se reúne para a ceia em família. E alguém bebe demais. </span></p><p><span style="font-size: large;">E depois não há táxi ou carro de aplicativo disponível para retornar ao lar. E você precisa aguardar, ou dormir, em acomodações que não são lá tão confortáveis. </span></p><p><span style="font-size: large;">E no dia seguinte, você gostaria de almoçar fora, mas quase não há restaurantes abertos. E os poucos que estão abertos, estão lotados. </span></p><p><span style="font-size: large;">Essa época feliz em que precisamos ser fraternais, solidários e contentes. </span></p><p><span style="font-size: large;">Mas que, sabemos, pensamos em tudo que não conseguimos fazer no ano que vai terminando. </span></p><p><span style="font-size: large;">Essa época feliz em que recordo as palavras da canção dos Engenheiros do Hawaii: “E a certeza de que o último dia de dezembro. É sempre igual ao primeiro de janeiro.”</span></p><p><span style="font-size: large;">É uma época de sempre repetir: Boas Festas. Feliz ano novo. </span></p><p><span style="font-size: large;">Espero continuar escrevendo no ano que vem.</span> </p><p>.</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhR_DZ-PDX6ONEJBVWqX-P-pu2V8OvapVINhD2gYnnwR0fxK2M6c09Y6OouXvgDsIK2zHFnqmCNwo4WgSLUJWV0DkXn2ptRMNhTcWEQtovuJ751To1mmIAy9WFhDTyEOFf0zi4YZIboqasF5yZxbezqHpEVQAfdpW62iNbmk_b0zG17Bi9I53QTJ1lqNaVY/s3848/IMG_6218-CROP1.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="3848" data-original-width="2024" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhR_DZ-PDX6ONEJBVWqX-P-pu2V8OvapVINhD2gYnnwR0fxK2M6c09Y6OouXvgDsIK2zHFnqmCNwo4WgSLUJWV0DkXn2ptRMNhTcWEQtovuJ751To1mmIAy9WFhDTyEOFf0zi4YZIboqasF5yZxbezqHpEVQAfdpW62iNbmk_b0zG17Bi9I53QTJ1lqNaVY/s320/IMG_6218-CROP1.png" width="168" /></a></div><br /><p><br /></p><p>.</p><p>02, 19/12/2023.</p>José Elesbán http://www.blogger.com/profile/15011679489355080518noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5638654695120009057.post-7812495361733233472023-12-14T16:06:00.007-03:002023-12-14T16:06:49.716-03:00Diário – leituras – Diário Selvagem<p><br /></p><p><span style="font-size: large;">Diário Selvagem é uma compilação dos diários escritos pelo jornalista e escritor José Carlos Oliveira entre 1971 e 1986, ano de seu falecimento. </span></p><p><span style="font-size: large;">Tendo sido cronista no Jornal do Brasil, então um dos mais importantes do país, por mais de vinte anos, Oliveira deve ter sido um escritor amplamente conhecido em seu tempo. Escreveu romances e teve as crônicas do jornal compiladas e publicadas em forma de livro. </span></p><p><span style="font-size: large;">Como cronista, eu diria que ele vive uma era de bronze da crônica nos jornais brasileiros, lembrando que a era de ouro seria entre os anos 1950 e início dos 1960, com Rubem Braga, Paulo Mendes Campos, Fernando Sabino e outros que tais. A era de bronze é essa do Regime Militar, e das funções de Governo Federal sendo transferidas mais e mais para Brasília, gerando a decadência da antiga Capital Federal, o Rio de Janeiro. </span></p><p><span style="font-size: large;">Este livro é um livro longo. Abrange quinze anos de anotações. Fala um pouco de tudo. Dos empregos, dos amores, da vida sexual, das fofocas, dos cuidados ou da falta de cuidados com a saúde. Neste caso, da saúde, Oliveira, no início desses anos 1970 está recém diagnosticado de diabetes. Como é um “diário selvagem” há um pouco de tudo. É até um pouco constrangedor seus registros a respeito do que comeu e deixou de comer. De como teve dificuldades para excretar. De como precisa ficar horas no banheiro até que as fezes saiam. Da necessidade de uso de supositórios. Na vida amorosa e sexual, fala das namoradas e da contratação de garotas de programa. Somos apresentados ao sexo pago daquele tempo, sem uso de preservativos, e sujeito ao uso recorrente de penicilina no caso de contaminação por DSTs. </span></p><p><span style="font-size: large;">Na vida literária, em algum momento, ele teve a empáfia de se achar um escritor melhor que Jorge Amado (acredito que Jorge Amado era o escritor brasileiro que mais vendia livros nos anos 1970). Não que ele não pudesse achar um escritor melhor, mas me parece que não é um julgamento isento, mas, enfim, estamos lendo um diário supostamente privado; é um lugar para algum expressar suas impressões. Em outros momentos a decepção pela falta de reconhecimento de suas obras pelo público. Por fim, o desfrute do relativo sucesso de um folhetim que foi publicando em capítulos no Jornal do Brasil. E a resignação pelo sucesso apenas relativo que alcançou. Nada muito diferente da maioria dos escritores brasileiros de agora, e, suponho, de então. </span></p><p><span style="font-size: large;">Diria que é uma obra interessante, mas um pouco longa. E não sei o que eu faria para torná-la mais sucinta. Simplesmente cortar trechos seria complicado. Talvez separar por temas, mas isso também seria difícil de fazer. E qualquer mexida demandaria bastante trabalho, que não sei se o organizador quereria fazer. </span></p><p><span style="font-size: large;">O organizador, Jason Tércio, também é jornalista e escritor, e nos apresenta o Diário Selvagem com palavras afetuosas sobre José Carlos Oliveira. Tércio também organizou três volumes de crônicas de Oliveira: O homem na varanda do Antonio's; crônicas da boemia carioca nos agitados anos 60/70; O Rio é assim; a crônica de uma cidade (1953-1984); Flanando em Paris. Talvez essas crônicas todas devam ser lidas. </span></p><p><span style="font-size: large;"><br /></span></p><p><span style="font-size: large;">OLIVEIRA, José Carlos. <b>Diário Selvagem.</b> Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005. Organização e notas de Jason Tércio. </span></p><p><br /></p><p><br /></p><p>10, 14/12/2023. </p>José Elesbán http://www.blogger.com/profile/15011679489355080518noreply@blogger.com0